– É rato.
Com menos tato ainda, acrescenta:
– E não tem como pegar. Eles são muito rápidos e se escondem em qualquer canto.
O pânico, a essa altura, atingiu níveis estratosféricos. Mal sabia eu que ele ainda reservava o golpe de misericórdia:
– Se a senhora não puser veneno logo, ele vai criar ninho. E eles são muito rápidos.
O Márcio? Estava na piscina, esperando por mim, que tinha ficado em casa só para comer uma coisinha rápida. Quando voltou, eu estava lívida, arrependida até o último fio de cabelo de ter adiado a dedetização e desratização que seria originalmente feita no sábado.
Pelo sim, pelo não, resolvemos acreditar que era um baratão. E que não iria voltar. Comprei iscas para baratas. À noite, nosso amiguinho resolve dar mais uma banda de um lado a outro da cozinha. Mais um grito gutural. E uma autoenganação em que o Márcio também decidiu acreditar:
– Não era rato, não. Era barata. Menos mal. Amanhã a faxineira limpa bem os cantos e bota as iscas.
Pano rápido. Chegada da faxineira de manhã.
– Celma, acho que estamos com baratas na cozinha.
- Barata? Na sexta eu vi um ratinho.
...
Resumo da ópera: no final da manhã, nosso supracitado roedor – que torcemos para que seja sempre o mesmo - repetiu o percurso do dia anterior e sumiu atrás da porta, onde descobrimos um buraquinho à Jerry, único lugar onde ele pode ter se enfiado. O buraco está tapado com uma rolha improvisada de papelão enquanto o cimento não vem. Atrás da geladeira e do fogão, além de outros lugares estratégicos fora do alcance do Bubi, o cão que não caça ratos, foram estrategicamente depositadas iscas de veneno para rato.
Cheguei em casa há mais ou menos meia hora e pulo a cada som de grilo, carro, mosquito e vizinho que ouço. Será que é ele?
Ó!!! Ah, não. É só o processador do computador...
*
Adorei Ratatouille. A história do ratinho capaz de fazer delícias na cozinha me encantou. E encantou o Márcio. Tanto que ambos vencemos a paúra completa que temos desses roedores. Mas ontem e hoje o encanto diminuiu um pouco. Na hora do almoço, no bufê onde comemos havia uma espécie de ratatouille. Apesar de adorar, desta vez passei batido. Até a coisa se solucionar, Ratatouille não, obrigada!
Postado por Cássia Zanon
Kifre ...
ResponderExcluirO que?! Tu chama o zelador para matar uma barata ou um rato?!
ResponderExcluirRatatouille é uma metáfora? Será? Hein?
ResponderExcluirhahahah... Cássia, pior foi outro dia que aconteceu o mesmo comigo. Sorte que a mãe tava em casa, pegou a vassoura e, graças a Deus, naõ era um rato, era um filhote de morcego se arrastando!
ResponderExcluirTadinho do Rato!
ResponderExcluir