O dia se espatifa: Da insensibilidade das máquinas

segunda-feira, 4 de agosto de 2008

Da insensibilidade das máquinas

Então que hoje eu recebo o contracheque e, junto com ele, um cartão dizendo:

Por ter me ensinado tantas coisas.

Por me cobrir à noite.

Por ter acabado com os monstros do escuro.

Por ter me ajudado com a lição de casa.

Por seu talão de cheques estar sempre ocupado em meu benefício.

Por nunca dormir tranqüilo enquanto eu não chegava em casa...

Você ganhou um nome próprio...

... meu pai!

Como explicar ao computador que determinou que eu recebesse esse cartão que, considerando que não sou pai - nem poderia ser - e considerando que meu pai se foi há mais de doze anos e eu prefiro não lembrar que no segundo domingo de agosto eu não vou ter para quem dar um presente eu preferiria não receber o tal cartão?


Postado por Cássia Zanon

2 comentários:

  1. Bastante indelicado... as pessoas precisam ter bom senso, de vez em qdo...

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  2. Ontem as mães de filhos pequenos debatiam a necessidade de uma festa para pais na escola. Algumas, mães solteiras, sentem-se mal. As crianças, que não tem a presença paterna no evento, também angustiam-se. Só que nas escolas não são as máquinas que pensam nisso. As pessoas que programam as máquinas podiam parar para pensar que nem tudo é como elas veêm, né?

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