Para esta que vos escreve, uma das melhores coisas da Feira do Livro é justamente o que uma leitora critica num comentário do post ali embaixo na cidade que ela não considera alegre: "Todo ano, a mesma coisa". E não é que é mesmo? Porque é nesta época, todos os anos, na Praça da Alfândega, que quem curte livro tem a oportunidade de (re)encontrar amigos que não consegue ver no restante do tempo.
Já virou até piada, e a despedida depois de um longo bate-papo diante de uma barraca ou do pavilhão de autógrafos - o bar e o motivo pelo qual eu o abomino será abordado em post futuro - ou mesmo de um chope já fora dos limites da feira muitas vezes é um "até a feira que vem". E isso, ao menos para mim, faz parte da lista dos prós de viver na província.
A manchete do site do clicRBS sobre o evento no momento em que escrevo é um texto da queridíssima Maíra Kiefer sobre a eleição do pai dela, o premiado escritor Charles Kiefer, como Patrono desta edição. E a Maíra é uma das pessoas com quem espero cruzar. Porque a vida profissional que nos juntou durante dois anos, nos separou, e ela foi uma pessoa com quem eu adorei conviver na redação do clicRBS. A "madrasta" dela, aliás, foi minha colega de curso de jornalismo e durante um bom tempo fomos muito próximas. Se a vida nos separou, a feira acaba nos unindo pelo menos de vez em quando.
Todo ano é, sim, a mesma coisa. Mas eu não consigo deixar de me empolgar com a expectativa que sinto toda vez que piso nas pedras portuguesas da praça, ao lado do prédio central da Caixa Econômica Federal - a minha entrada preferida - e que se traduz na indefectível pergunta do Márcio: "quem será que a gente vai encontrar hoje?"
A sensação de se viver numa Porto Alegre minúscula, que cabe dentro de uma praça e em que se encontra gente que passou pelas nossas vidas em diferentes períodos e traz diferentes lembranças é muito reconfortante. E, vamos combinar, no meio dessa nossa vida maluca, esse tipo de sensação é uma verdadeira propaganda de cartão de crédito.
Postado por Cássia Zanon
Eu li o comentário a q te referes e, infelizmente, tua leitora está coberta de razão. Nossa cidade é um porto decadente, infeliz, sombrio. Quem daqui se afasta não volta, se vitorioso. E ñ te enganes com esta feira do livro. As pessoas vão porq é "tradição", todo ano - como a feira do peixe. Onde estão as livrarias desta cidade de farmácias? O portoalegrense lê sobre futebol grenal e as mulheres lêem o annonimus gourmet e suas receitas insossas. Feira do livro para encontrar gente...Caipiragem.
ResponderExcluircássia, assino embaixo. porto alegre tem um monte de problemas, certo, mas qual cidade não tem? é mesmo reconfortante saber que algumas coisas vão estar sempre ali, ano após ano.
ResponderExcluirbeijo.
Olá Cássia! Eu sempre costumo marcar encontros com os amigos na feira. Até 2 anos atrás era só lá que conseguiamos nos encontrar, por que moramos em cidades diferentes, e graças a nós os amigos de porto alegre também se reencontravam. Este ano já estamos com a data marcada pro encontro nos corredores da feira, sob os jacarandás.Beijo
ResponderExcluirkaka
Cássia, adorei. Isso é tudo o que eu penso da Feira (sem saber que eu pensava isso até agora, hehe). Mesmo quando estou duranga faço questão de ir vários dias seguidos à Praça. Realmente encontrar os amigos ao acaso por lá "não tem preço".
ResponderExcluirNossa cidade? Paulo, você trocou a província de POA por SP. Contente-se com o Tietê e a chuva ácida da cidade que nunca dorme...
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