Com exceção de tripas, como de tudo. Sou uma legítima onívora. Apesar de estar acima do peso, nunca saio de uma mesa com culpa pela quantidade de calorias que possa ter consumido. A culpa que anda me perseguindo há algum tempo à mesa é de outra espécie. De uma espécie tratada por este post do jornalista paulista Sérgio Roveri. E como não se identificar com o texto dele?
Mas ali, enquanto o trânsito não fluía e eu era obrigado a encarar aquele macabro tour suíno pela Doutor Arnaldo, fiquei pensando na questão cultural e nos hábitos alimentares que permitem a nós, humanos, abrir nossas casas e nossos corações para cães e gatos, enquanto abrimos, para os filhotes de outras espécies, nossas bocas e os fornos de nossas cozinhas. Naqueles minutos, que pareceram uma eternidade, pensei em me tornar vegetariano – e sei que agora o meu grau de hipocrisia está atingindo níveis alarmantes. Talvez se eu fosse vegetariano eu pudesse aplacar a minha culpa dizendo que aqueles porquinhos não seriam sacrificados em meu nome. Mas nem este álibi eu tenho.
Vai lá e lê o post inteiro. Vale a pena.
Postado por Cássia Zanon
Ô culpa que me persegue há tanto tempo, mas ainda não a ponto de eu me tornar vegetariana. Engraçado que há muitos anos deixei de comer porco, porque cruzava com tantos caminhões carregando esses bichinhos na Castelo Branco, um transporte tão cruel, que resolvi deixar de comer essa carne...e também porque já ouvi porcos gritando na hora da morte!!!
ResponderExcluirAlgumas coisas também não me permito, como baby beef, por exemplo. Um bicho não precisa crescer confinado só pra comermos uma carne macia!
Muita gente pensa no vegetarianismo como uma questão de "peninha dos animais". Eu prefiro ver como uma questão ética e, principalmente, no meu caso, de coerência pessoal.
ResponderExcluirVejamos: se eu não concordo que a Nike use mão de obra infantil, é muito natural que eu boicote os produtos da Nike. Se eu discordo do tratamento que os animais têm na indústria de carne, simplesmente não colaboro financeiramente com essa indústria.
Palavras de um ex-churrasqueiro convicto que não come carne há seis anos.
Esta questão de comer ou não carne, é realmente pessoal,subjetiva.Tem a ver com olhar o animal e sentir que talvez ele não mereça ir parar numa embalagem, como o produto de uma linha de (des)montagem.Tem a ver com a constatação de que a indústria tende a tratar os animais como meros objetos: eles não são caçados, mas desmontados. Um dia defender o fim da escravidão foi motivo de piada dos escravagistas. Não comemos carne de sangue fresco como fazem os Leões, mas sim, em decomposição.
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