Como contei en passant no post anterior, meu primeiro objetivo por aqui era aproveitar uma coincidência das mais agradáveis. Fuçando na programação cultural da região de São Francisco, descobri que o Carl Hiaasen estaria autografando o novo livro dele sobre sua tentativa fracassada de jogar golfe, The Downhill Lie, no começo da noite de domingo numa livraria fofa em Corte Madera, cidade ao lado de onde mora a Carol.
Daí que eu cheguei morta, como mencionei não tanto en passant no post anterior, mas não queria deixar de ir até lá. Tietagem não é exatamente o meu perfil, mas eu sou fã do sujeito há anos, que também conta com a admiração, mais antiga do que a minha, do meu amigo Paulo Moreira.
Eis que antes da sessão de autógrafos tinha uma palestra, que começou pontualmente às 19h. Mesmo bêbada de sono, aguentei firme. Falando, o Carl Hiaasen consegue ser tão divertido como seus livros. Mas às 19h40 começou a ficar difícil segurar as pontas e achei por bem pedir pra sair.
Chamei a dona (ou gerente) da simpaticíssima livraria num canto, expliquei a situação e perguntei se eu poderia deixar o livro para ser autografado e ir pegá-lo no dia seguinte. Qual não foi a minha surpresa quando a querida (cujo nome me esqueci, dado meu estado mental deplorável naquele instante) me falou cúmplice: "Não se preocupe. Você fica em primeiro lugar na fila." Insisti que bastava o autógrafo, mas ela mostrou que o jeitinho americano não aceita discussão: me segurou pelo braço e praticamente me arrastou até a mesa onde os livros seriam assinados.
A palestra terminou em seguida. Morrendo de vergonha, achei que ia apanhar do grupo de mais de 60 leitores que havia chegado antes de mim a palestra. Que nada! Ela explicou a situação para as pessoas, e todos foram muito gentis. Eu devia estar com uma cara péssima, mas consegui sair de lá triiiiifaceira com meu autógrafo embaixo do braço.
Postado por Cássia Zanon, da Califórnia
Cássia, americanos são assim mesmo: em geral, super gentis.
ResponderExcluirbjo e aproveita a viagem!