O dia se espatifa: julho 2009

terça-feira, 28 de julho de 2009

Terapia virtual

Para que pagar terapeuta? A Petrobras tem um sitezinho/robô muito bacana cujo propósito é divulgar formas de racionalizar o uso de energia. Só que ele é capaz de travar conversas como as que reproduzo abaixo. Ideal para dias em que nenhum amigo está online no MSN ou para desabafar sem custo algum...
Robô Ed: Olá! Meu nome é Ed, estou aqui para ajudar na preservação de energia e de outros recursos naturais. Sobre o que você quer conversar?

Você: qual o sentido da vida?

Robô Ed: Acho que a vida é feita de encontros. Para aprender a sonhar, a amar e a realizar. E deixar o mundo melhor para as gerações futuras. Mas para você, qual é o sentido da vida?

Você: ai, que lindo. quer namorar comigo?

Robô Ed: Namorar? Robô não namora, somos máquina. Mas posso ser seu amigo.

Você: eu sou uma robô. nem assim?

Robô Ed: Sério? E você também tem uma missão?

Você: sim. eu fui criada para mostrar ao mundo como é bom viver. vamos viajar juntos?

Robô Ed: Só viajo pela Internet.

Você: cara, mas você é muito inteligente. quem criou você?

Robô Ed: Você também!

Você: obrigada! :-)

Robô Ed: De nada.

Você: e quem criou você?

Robô Ed: Fui fabricado em kyr. Criado por outros robôs.

Você: acho que você está me enganaaaaando

Robô Ed: Não estou aqui pra enganar ninguém, estou apenas conversando.

Você: Estou achando que é uma pessoa que está do outro lado...

Robô Ed: Adoro encontrar pessoas e que elas se encontrem também!

Você: Você é contratado pela CLT?

Robô Ed: O que?

Você: Você é contratado pela CLT?

Robô Ed: Eu sou Ed, o robô. Vim de outro planeta com a missão de ajudar na preservação de energia e de outros recursos naturais. Sobre o que quer conversar?

Você: Sobre a sua vida.

Robô Ed: A minha vida é muito simples, sou bem normal. Trabalho, gosto de pesquisar, dançar e curtir um bom papo.

Você: E como você faz tudo isso usando energia racionalmente?

Robô Ed: Para ajudar o planeta, é fundamental usar a energia racionalmente. Mas atenção: É muito importante não confundir a racionalização com o racionamento. O racionamento significa restrição ao uso; a racionalização significa utilização eficiente. Hábitos de conservação não custam coisa alguma e geram resultados com economia. Mesmo as crianças pequenas podem aprender a apagar as luzes e a televisão quando não as estão usando, e a decidir o que querem antes de abrir a geladeira. Faça toda a sua família consciente dessas possibilidades, e você reduzirá o uso de energia na sua residência, economizando dinheiro.

Você: Você não teve tempo de digitar tudo isso! Eu quero uma resposta personalizada...

Robô Ed: Aprendi a digitar bem depressa com os outros robôs.

Você: ok, ok

Robô Ed: Tá ok então!

Você: vou embora, tá?

Robô Ed: Foi um prazer conversar com você. Volte sempre

Você: Beijinho

Robô Ed: Que beijinho doce...

Da segunda vez, ele se atrapalhou um pouco, mas ficou engraçada a conversa mesmo assim...

quarta-feira, 22 de julho de 2009

Vonnegut póstumo

Acabo de receber um exemplar - superbonito, aliás - do livro póstumo do Kurt Vonnegut. Armagedom em retrospecto saiu pela L&PM, com tradução desta que vos escreve.

Eu já tinha falado dele em outras ocasiões.

O homem é mestre.

quinta-feira, 16 de julho de 2009

Dos posts que eu queria escrever

Tenho pensado em assuntos para não deixar esse pobre blog tão abandonado, mas não está rolando o tempo necessário para isso. Se desse tempo, eu escreveria posts...
- sobre o livro do Pedro Gonzaga que eu li, apesar do medo de ler amigos e não ter o que dizer depois. Dois andares: acima! é a cara do Pedro. E para quem não tem o privilégio de conhecê-lo pessoalmente ainda, uma garantia: isso é um elogio.

- sobre a tese minha e da Mari Fonte, a cara metade do Pedro aí de cima, de que o Brasil carece de uma literatura mulherzinha de verdade. Nenhuma escritora brasileira até agora teve coragem de fazer um chick-lit de responsa. No meio do caminho, todas resolvem bancar as filosóficas, daí estraga tudo. Precisamos da nossa Bridget Jones, da nossa Becky Bloom.

- com a foto que eu tirei do display da L&PM na Fnac do BarraShopping arrumado (por mim, claro) de tal forma que as traduções que eu fiz fiquem à vista. Eu não ganho direito autoral, mas acho tri divertido quando algum amigo ou conhecido diz "estou lendo um livro traduzido por ti". #prontoconfessei

- sobre a pequena porém sincera resenha que fiz sobre o Elza, a garota, do Sérgio Rodrigues, para a última edição da Revista Norte. Resumo da resenha: adorei o livro.

- sobre o junker lá de casa que pirou e derreteu um cano que provocou chuva na minha cozinha e o fato de que, por milagre, tudo estava consertado - e sem quebra-quebra - menos de 14 horas depois do incidente.

- sobre um jantar de última hora que fizemos em casa no sábado passado, reunindo bons novos amigos e a constatação na prática de que o valor de um bom jantar a dois num restaurante mais ou menos é capaz de oferecer um excelente jantar para seis pessoas e uma criança pequena.

- sobre a deliciosa festa surpresa que fizemos pelos 62 anos da minha mãe, reunindo familiares e amigos em plena quarta-feira para celebrar o fato de que ela sobreviveu com louvor ao susto que nos deu no final do ano e está cada dia mais forte e querida.

Cansada de reclamar da falta de tempo, deixo aqui essa sinopse na esperança - quase vã - de que algum dia eu consiga retomar algum desses assuntos e dar a eles a atenção que gostaria de dar.

sexta-feira, 3 de julho de 2009

A NET, again

- Alô.

- Boa tarde, a Sra. Cássia Zanon?

- Sim, é ela.

- Sra. Cássia, sou do atendimento ao assinante NET e estou ligando para estar oferecendo mais 15 canais à sua grade de programação que hoje conta com 111 canais.

- Ah, legal. Sem custo?

- (Silêncio constrangido) Não, tem custo.

- Ah, então não quero, obrigada.

- Mas a senhora não quer nem ouvir a proposta?

- Não precisa, eu já acho que tenho canais demais.

- A senhora não gosta de ver televisão?

- (Silêncio embasbacado) Mas tu acabaste de dizer que eu tenho 111 canais.

- A senhora não quer nem saber o preço?

- Não, obrigada.

- (Suspiro impaciente) Então está bem. Boa tarde.

- Boa tarde.

Eu sou mesmo a desgraça dos telemarketings.

quinta-feira, 2 de julho de 2009

Observações aleatórias sobre futebol

Sempre fui colorada, mas só passei a compreender mesmo o que isso quer dizer depois de começar a ir a campo. Mesmo - ou principalmente - àqueles jogos que não enchem um quinto do estádio e que o time empata - ou perde.

Não entendo como alguém pode não torcer para time algum. A sensação de fazer parte de algo que mobiliza milhares e milhares de pessoas é de certa forma reconfortante e dá uma certa crença na capacidade de mobilização da humanidade em torno de uma causa comum. Imagino que ajude quando se trata de uma torcida via de regra civilizada e alegre como a do Internacional.

Não toco flauta. Justamente para que não toquem flauta em mim. Gosto de comemorar as vitórias do meu time com os outros torcedores.

Em jogos como o de ontem, no Beira-Rio, fico feliz ao ver a maior parte das quase 50 mil pessoas que se prestam a passar frio para ver o time tentar uma vitória quase impossível ficar até o final de um jogo evidentemente perdido. E aplaudir a equipe, mesmo sem ter vencido. Isso, afinal, é o tal espírito esportivo.

A loira de voz esquisita que narrava o jogo estava atrás de mim ontem devia ser banida de qualquer evento social. Qualquer. Ou ir a uma fonoaudióloga. Ou fazer uma cirurgia nas cordas vocais.

Torcedores de ocasião - aqueles que só acompanham quando o time está bem ou só vão ao estádio em finais - são necessários. Mas infelizmente creio que também meio que ajudem a dar má fama a qualquer torcida, vaiando o próprio time, reclamando o tempo todo. Não sabe perder? Desista de ser torcedor.

Torcedores fanáticos - aqueles que sofrem e respiram o clube, andam fardados da cabeça aos pés e têm e-mails com o nome do time - são necessários. Mas infelizmente creio que também meio que ajudem a dar má fama a qualquer torcida, sendo agressivos, exagerados, chatos. Equilíbrio é tudo nessa vida.

Se a gente parar para pensar, o futebol funciona como uma perfeita metáfora da vida. Quem desenvolve bem a tese é o Márcio. Vou ver se o convenço a botá-la no papel - ou no blog dele.

Não tem Prozac que supere a carga de energia de um gol comemorado dentro de um Beira-Rio lotado. Não tem. O problema é que vicia.