O dia se espatifa: fevereiro 2005

segunda-feira, 28 de fevereiro de 2005

Coisas...

... que me fazem questionar a minha decisão de não ter carro:
  • Ficar mais de dez minutos esperando pela lotação
  • Mulheres que tomam banho de imersão em perfume forte antes de sair de casa
  • Homens que sentam do meu lado e ocupam mais do que o assento que lhes cabe

Dúvida cruel

Tem um amigo meu que é um fofo nas relações reais e um escroto (pardon my french) nas relações virtuais. Qual deles é ele mesmo?

domingo, 27 de fevereiro de 2005

Minhas apostas

Primeiro, o que eu QUERO que ganhe (só opinei nas categorias de que entendo alguma coisa):

Filme | O Aviador (Por causa do Scorsese)
Diretor | Martin Scorsese
Ator | Leonardo DiCaprio (Só pra ver se ele agradece a Gisele)
Atriz | Annette Bening (Só pra ver o Warren Beatty)
Ator Coadjuvante | Jamie Foxx (O cara salva Colateral)
Atriz Coadjuvante | Natalie Portman
Roteiro Adaptado | Diários de Motocicleta (Meu lado tupiniquim fala mais alto)
Roteiro Original | Brilho Eterno de Uma Mente Sem Lembranças (É original indeed)
Filme Estrangeiro | A Voz do Coração
Filme de Animação | Shrek 2 (Não vi Os Incríveis ainda)
Direção de Arte | O Aviador
Fotografia | O Aviador
Edição | O Aviador
Figurino | O Aviador
Maquiagem | A Paixão de Cristo
Canção | Al Otro Lado Del Río (Jorge Drexler RULES)
Efeitos Visuais | Homem-Aranha 2

Agora, o que eu ACHO que ganha:

Filme | Menina de Ouro
Diretor | Clint Eastwood
Ator | Jamie Foxx
Atriz | Hilary Swank
Ator Coadjuvante | Clive Owen
Atriz Coadjuvante | Natalie Portman
Roteiro Adaptado | Em Busca da Terra do Nunca
Roteiro Original | Os Incríveis
Filme Estrangeiro | Mar Adentro
Filme de Animação | Os Incríveis
Direção de Arte | O Aviador
Fotografia | O Aviador
Edição | O Aviador
Figurino | Ray
Maquiagem | A Paixão de Cristo
Canção | Shrek 2 (Accidentally In Love)
Efeitos Visuais | Eu, Robô

It's a wonderful night for Oscar

Desde 1985, há 20 anos, portanto, acompanho a premiação do Oscar como a uma final de Copa do Mundo. É uma espécie de efeito Tostines, não sei se gosto do Oscar por gostar de cinema ou vice-versa. A verdade é que eu sei de cor até hoje algumas das piadas do Billy Cristal (sim, porque até 1992 eu não apenas assistia como gravava e reassistia a todas as cerimônias) e algumas músicas. Também me emociono com alguns vestidos e (sou obrigada a confessar) ainda penso em qual seria o meu discurso de agradecimento. :-)



Anyways, daqui a pouco vou estar no clic fazendo um "minuto a minuto" da cerimônia. Assim evito que o Márcio fique me interrompendo, assisto a TODA a cerimônia e ainda ganho uns adicionaizinhos noturnos que sempre caem bem num contracheque durango como o meu.

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2005

Retrato gastronômico

Nossas atitudes em relação à alimentação espelham nossos sentimentos sobre maternidade e nutrição, sobre dar e dividir, sobre tradição e comunidade – e sobre o mundo natural parecer inerentemente benigno ou hostil. Algumas pessoas têm uma atitude positiva, outras nem tanto. De que tipo você é? Faça um teste simples. Leia as duas afirmações que se seguem e escolha qual elas, com toda a honestidade, é mais provável que você diga.

1. "Estou me sentindo péssimo hoje, minha pele está cheia de caroços, e mal consigo enxergar. Deve ter sido alguma coisa que eu comi."

2. "Estou me sentindo leve como uma pluma hoje, meu pensamento está claro como água e tenho vontade de sorrir para o mundo! Deve ter sido alguma coisa que eu comi."
Do livro que estou devorando agora, Deve ter sido alguma coisa que eu comi, do Jeffrey Steingarten (Cia. das Letras, tradução de Luiz Henrique Horta).

Quem me conhece, sabe qual é o meu tipo :-)

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2005

Das coisas boas da vida

Carinho é sempre bom. Um afago nunca é demais. Mas o pessoal exagerou um pouco no Orkut e no meu e-mail no meu aniversário. Eu sei que tenho bons amigos. Assim como sei que tem quem não goste nem um pouco de mim – até porque eu me sentiria mal de não gostar de quem gosta de mim. Mas teve coisas que escreveram que não parecem corresponder à pessoa com quem eu sou obrigada a conviver o tempo todo... Ok, ok, são afagos virtuais, eu sei. Mas, preciso admitir, a sensação boa que eles me deram não têm nada de virtual. Gracias, everyone.

É (um pouco) eu na fita

Kerouac e Vonnegut a caminho

É hora de reler dois grandes escritores norte-americanos. De Jack Kerouac será relançado, em abril, O Viajante Solitário, pela coleção L&PM Pocket. Um prato cheio será servido no segundo semestre do ano, com a tradução de seus diários, revelando um pouco mais da vida privada do autor de On The Road. Intitulado The Windblown WorldThe Journals Of Jack Kerouac 1947-1954 (ainda sem título em português), o livro terá tradução de Lúcia Britto e será lançado pela L&PM. A editora também é a responsável por trazer de volta às prateleiras nacionais a obra de Kurt Vonnegut, autor que andava meio esquecido por aqui. Um de seus livros mais célebres, Matadouro 5 (tradução de Cássia Zanon), já está nas livrarias, e Breakfast of Champions aparece no segundo semestre. Escrito em 1969, durante a Guerra do Vietnã, Matadouro 5 é uma leitura imprescindível. Dramático e ao mesmo tempo sarcástico, realista e ao mesmo tempo fantasioso, o livro conta a história de um americano que sobrevive ao bombardeio à cidade alemã de Dresden, na Segunda Guerra, quando morreram 135 mil pessoas – uma experiência pela qual o próprio autor passou.

terça-feira, 22 de fevereiro de 2005

Collateral

Acabei de assistir a Collateral (eu sei, eu sei, deveria estar trabalhando no meu livro mais do que atrasado, mas ando meio cansada), e não é que não achei de todo mau? Só o final que é péssimo, mas o Jamie Foxx rules, e o Tom Cruise até que não tá mal. Só não entendi por que o ator principal concorre a Oscar de coadjuvante...

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2005

Sinopse

Matadouro 5 é a obra de Kurt Vonnegut e o romance pelo qual o escritor norte-americano se tornou mundialmente conhecido. O livro conta a enlouquecida, fantasiosa, sarcática, engraçada, satírica, irônica e triste história de Billy Pilgrim, um americano médio e interiorano que passa a se deslocar no tempo e visita diversos momentos de sua própria vida. Embora Matadouro 5 seja considerado um dos principais romances norte americanos antiguerra, nele Vonnegut oferece muito mais que um libelo pacifista. Trata-se de uma crítica social da mais criativa, da expressão de uma visão de mundo ingênua e desencantada ao mesmo tempo.
Traduzido no ano passado por esta que vos escreve, como o leitor já deve estar cansado de saber, o livro – cuja tradução da década de 70 tinha se tornado uma raridade só encontrada em sebos com valores não-condizentes com a qualidade da edição em questão – já está a venda pela internet pelo menos nas lojas virtuais da Siciliano, da Fnac, da Cultura e da Saraiva.

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2005

Canseira

Passei duas horas e meia limpando minha área de serviço. Fiquei com vergonha de o técnico que vem ver a máquina de lavar ver toda aquela bagunça. Quatro sacos de lixo cheios de coisa quebrada e velha que eu não sei por que estavam lá.

Minha coluna anda estalando. Ai.

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2005

Momento Mulher do Lar

Peço licença pra Lari pra invadir a seara dela, mas A MINHA MÁQUINA DE LAVAR estragou!!! Não entra água na dita. Tive de lavar um monte de roupas coloridas botando água com mangueira a cada ciclo. ARGH.

A dúvida é: mando arrumar DE NOVO ou peço uma nova de presente de aniversário pro Márcio? Sugestões serão bem-vindas.

terça-feira, 15 de fevereiro de 2005

Gmail

Como todos os usuários do Gmail, eu tenho 50 convites para distribuir. É de grátis e indolor, e nos meus quase dez anos de web é o melhor webmail que já usei, tanto que transformei no meu endereço eletrônico oficial. Quem estiver afim de ter um, me dá um toque, que eu mando o convite. Quanto às "propagandas invasoras" que tanta gente usa como argumento contra, posso garantir que são MUITO menos chatos do que aquelas coisas horrendas que o Yahoo cola no final de cada mensagem. Ah, e o antiSpam REALMENTE funciona.

Matadouro 5

Estava esperando a L&PM atualizar o site pra contar a novidade, mas o Ivson falou nele antes: o melhor livro que já traduzi até agora saiu do forno. E não é (auto) elogio à tradução, não, o livro é fantástico mesmo. E vai custar só 15 pilinhas.

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2005

Agora vai

Em vez de fazer dieta, vou começar a comer como as francesas. Quando li este artigo maravilhoso no NY Times de manhã, pensei em escrever um postezinho mais elaborado sobre o assunto (pra variar um pouco essa mesmice aqui). Só que, em seguida, vi que o meu guru não apenas tinha me furado como furou o próprio NY Times na Época desta semana. Então, pra não ter de usar minhas últimas energias fazendo um textículo que não seria lá essas coisas, mesmo, deixo-vos com a Brastemp.

terça-feira, 8 de fevereiro de 2005

Regrets, I have a few

Descobri o blog May I be Frank? hoje nesta matéria do Guardian Unlimited. O blog foi encerrado ontem, por amigos da autora porque ela morreu de câncer. E os posts dela – que começou a escrever em outubro do ano passado - são sobre a luta contra a doença. Ela tinha 36 anos, e o diário online me pareceu de uma generosidade imensa para com seus amigos e familiares. Falar abertamente sobre uma doença tão difícil de vencer deve mesmo ser a melhor maneira de derrotá-la, mesmo que não se sobreviva a ela neste mundo para cantar a vitória.



Se em 8 de fevereiro de 1996 eu soubesse disso, teria passado as duas semanas seguintes dizendo ao meu pai que ele podia descansar em paz, que a gente ia ficar bem. Com muita saudade, mas bem. E que nove anos depois ele ainda estaria tão presente na nossa vida como sempre.

domingo, 6 de fevereiro de 2005

Trocentas vezes, mais uma

Era 1988. Eu tinha 14 anos, e morava numa cidade com dois cinemas. Filha de pai cinéfilo que na era pré-Internet tinha atravessadores de filmes piratas, assisti em primeira mão numa cópia quase boa ao filme que o Rob Reiner fez depois de Conta Comigo: The Princess Bride. Sim, crianças, no século passado, os filmes que saíam nos Estados Unidos levavam quase um ano para chegar ao Brasil no cinema e quase dois anos para saírem em fita "selada". Às vezes, nem passavam no cinema e nem saíam em vídeo.



Era uma desgraça. Ainda mais para quem, como eu, comprava TODOS os meses as Premiere francesa e americana (com dois meses de atraso em relação ao lançamento no país de origem, bien entendu) na esperança de um dia gritar "shazam", virar a Ana Maria Bahiana e ir morar em Los Angeles (com a diferença que eu não casaria com o José Emilio Rondeau, mas com o John Cusack, porque SÓ EU, no mundo adolescente do meu tempo, preferia ele ao Tom Cruise – e sabia que ele tinha feito The Sure Thing e Conta Comigo, do mesmo Rob Reiner ali de cima).



Enfim, eis que desde que tinha lido sobre o filme numa das revistas, fiquei azucrinando o pai para consegui-lo. E valeu a pena. O filme é FOFO.
Lembro como se fosse hoje de estar na casa da Leticia vendo um jogo de vôlei do Brasil nas Olimpíadas (de manhã cedo, um horror) quando decretei: "Encontrei um cara mais lindo do que o Randy (*)!!!" Era o Cary Elwes, outra aposta FURADAÇA da dupla que ficava no meio das aulas de inglês da oitava série fazendo rap com a fala "Hello, my name is Inigo Montoya, you killed my father, prepare to die". SIM! Nós duas vimos o tal filme trocentas vezes e decoramos TODAS as falas!!!



Tudo isso pra dizer que hoje eu dei um grito quando vi o filme em DVD na locadora e despachei o Márcio pro escritório pra poder vê-lo em paz pela trocentésima primeira vez – e recitar as falas em voz baixa, pra ninguém ver. Sem falar na trilha do Mark Knopfler que é muito bacana. Deu saudade daquele tempo. E, ao contrário do que aconteceu quando revi Dirty Dancing num Telecine qualquer há umas semanas, não fiquei com vergonha de ter gostado do filme. O danado é bonitinho que só ele, bem-humorado, bem sacado, bem feito.



Anyways, mais de um ano depois de decorar todas as falas e ler e reler o livro do roteiro do William Goldman (que foi o roteirista do Butch Cassidy & Sundance Kid), O Noivo da Princesa, eu fui ao cinema assistir a Harry & Sally, que veio a ser o filme que selou o meu romance com o Márcio – ambos sabíamos os diálogos de cor –, acabando assim com as chances do John Cusack e com a minha carreira de Ana Maria Bahiana.



* Randall Batinkoff, um dia talvez eu conte esta história.

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2005

Não basta viajar...

... tem que saber contar.



Era hora do rush no metrô.



(Parênteses: não, não vou contar a

história dos pobres passageiros sendo empurrados por guardas de luvas brancas para dentro do vagão entupido de gente. Segundo minhas fontes, as TVs normalmente filmam essa cena na estação Shinjuku – a mais movimentada da cidade – às 8 e meia da manhã, quando o rush matinal está nos píncaros do cúmulo do auge. Em cinco dias pegando o metrô direto, não vi nada remotamente parecido. Posso inclusive testemunhar perante o júri que quase sempre consegui me sentar – pelo menos em algum trecho. Fecha parênteses.)



Como eu ia dizendo, era hora do rush no metrô. Acomodado num assento de costas para a janela, e de frente para todos os outros passageiros – muitos deles, em pé –, um homem aparentando menos de 30 anos abriu uma pasta de zíper e tirou lá de dentro um envelope estreito. Eu tinha feito câmbio num banco dois dias antes, e a funcionária irashaimassé kudassai arigatô gozaimás do banco tinha colocado meu dinheiro num envelope igualzinho – deduzi na hora de que se tratava de um envelope de dinheiro. Eis que o sujeito sentado no metrô na hora do rush tira o envelope de dinheiro da pasta, abre o envelope de dinheiro, tira o dinheiro do envelope e começa a contar o dinheiro fora do envelope. Eu por acaso cheguei a comentar que ele estava sentado no metrô na hora do rush? Pois então. Não era muito dinheiro – eram 6 ou 7 mil yens, 60 ou 70 dólares –, mas mesmo assim não pude deixar de ficar profundamente chocado.



Sabe aquela frase-padrão que a gente lê nos guias, "tome todas as precauções de segurança que você tomaria normalmente numa cidade grande"? Em Tóquio, por favor, não tome nenhuma das precauções de segurança que você tomaria numa cidade grande. Ande o tempo todo com o passaporte (nós tínhamos que andar com os nossos – explico melhor num dos próximos posts). Pendure a sua câmera digital caríssima no pescoço e desfile pela rua. Coloque um bolo de dinheiro no bolso da calça e vá em frente. O único perigo que você corre é perder uma dessas coisas na rua e não achar nunca mais.
Ainda emocionada com a visita ilustre ao meu humilde blógue nonsense, reproduzo um dos últimos posts dele. Vai lá!

Ufa!

Tosei as melenas, e o espelho voltou a me mostrar a Cássia de que eu mais gosto. Agora só falta emagrecer uns 15 quilinhos que eu fico perfeita!