O dia se espatifa: novembro 2005

terça-feira, 29 de novembro de 2005

Taí, chorei

Este texto lindo do Paulo Roberto Pires é mais um daqueles que eu gostaria de saber escrever...

Emoções adestradas

Cléo Pires perdeu. Há dois meses, mobilizava as atenções do colunista. Hoje, ele só tem olhos e cuidados para um sujeito baixinho, folgado e chegado a excessos, de alegria e tristeza. Na verdade, nos conhecemos desde que ele era bebê mas, há três meses, passamos a morar juntos, só os dois. Em casa é um ótimo companheiro; na rua, faz amizades com facilidade: é um sedutor – e até demais. Seus únicos defeitos, além de uma fome insaciável, são o ronco, altissonante, e um certo, digamos, excesso de salivação. É, ele baba.

Discos, livros e filmes não têm vez esta semana porque há quase um mês ele ficou doente e nossa relação mudou completamente. Remédios na hora certa, exames, idas ao médico. Ficamos mais próximos; e eu, estranhamente, mais dependente dele. Os amigos mais próximos sabem o quanto foi difícil. Agora está tudo bem e resolvi escrever aos meus seis leitores por ter descoberto, talvez da pior forma, pelo sofrimento de um e a preocupação do outro, a profundidade de nosso relacionamento.

Por isso tenho que assumir completamente o Sig – este é o seu nome. Ele tem, pelas nossas contas, 35 anos. Por “nossas” entendam a dos humanos. Divida este número por sete e, dizem, você chega aos cinco anos (e, para ser preciso, sete meses) de idade de um basset hound tricolor, orelhas enormes e olhos caídos com ilimitadas expressividade e capacidade de chantagem emocional. Depois de ter passado 15 dias com um tratador irresponsável, Sig sofreu um horrendo hematoma na orelha (um pequeno vaso arrebentado) e, picado por carrapatos, teve uma queda vertiginosa de glóbulos brancos, o que dificultava a contenção da hemorragia. Antibióticos usados para combater uma infecção que se insinuava detonaram uma gastrite e, por fuçar onde não deve, o rapaz também teve uma crise de bronquite.

Todo o drama que um basset hound é capaz de encenar para conseguir carinho e comida transformou-se, pouco a pouco, em sofrimento real. E aí, fui entendendo a cada dia que é um excesso de pretensão referir-se a eles, os animais de estimação, como “meu cachorro” ou “meu gato”. Ao contrário do que parece, é praticamente impossível decidir quem é dono de quem neste tipo de relação, às vezes mais complexa do que as mantidas exclusivamente entre humanos.

No périplo veterinário motivado pela dificuldade em acertar a forma de ataque às complicações, a primeira das médicas consultadas espantou-se pelo fato de eu tratá-lo “como um cachorro”. Mas é claro. Pois nada pior do que transformar estes animais, maravilhosos justamente por serem animais, em clones de gente, substitutos de filhos ou estepes para a solidão. Não consigo imaginar o bravo Sigmund usando ridículos tênis de cachorro, bonés, coletinhos ou coisa parecida – no máximo, uma charmosa bandana de pano amarrada no pescoço. Pois a graça de se ter um cachorro – ops, de viver ao lado de um cachorro – é precisamente a loucura, nada humana, que eles são capazes de despertar em brincadeiras e conversas que só quem nunca conviveu com um animal pode imaginar como monólogos de pessoas amalucadas.

Como se pode imaginar, um basset hound não é de ficar pegando bolinha aqui e ali. Ele prefere ficar deitado – ainda que Sig não tenha nadinha de sossegado e, freqüentemente, saia em galopes pela casa. Mas ele também provoca delírios verbais alucinados em quem convive com ele. Nascido e registrado Sigmundo Freud, o animal também atende por Sissi, Gordo, Sigão, Sigóide, Sigolino e, mais recentemente, ZigBond, sucedâneo canino do 007 – uma alma de detetive e sedutor que ele conserva por ser um farejador e, também, requisitar o carinho alheio. Pois a cada dez passos na rua, quando não pára para batizar um fradinho ou me fazer de gari, recolhendo em saquinhos plásticos fartos e inebriantes produtos de sua digestão, ele deita-se de bruços e, barriga para cima, espera um carinho de quem quer que seja. Com eu disse, um sedutor.

Há coisa de três anos, foi lançado por aqui um livro fantástico, “Da dificuldade de ser cão”. Seu autor, Roger Grenier, é um velhinho adorável, que foi amigo de Camus e conhece mundo e meio na vida parisiense. Neste livro, que até prêmio ganhou, ele mostra como escritores, filósofos e, é claro, qualquer pessoa com o mínimo de sensibilidade acaba apaixonado por cães, talvez porque eles e outros animais ditos de estimação despertem o que pode haver de melhor em um ser humano: carinho ilimitado, amor incondicional e emoção generosa, sem travas. O livro, diga-se, foi escrito em homenagem a Ulisses, um fiel braco que havia morrido.

É sabido que Carlos Heitor Cony escreveu “Quase memória”, seu magistral retorno à literatura, depois de vinte anos em silêncio, ao velar a prolongada doença de Mila, uma setter lindíssima que acabou morrendo enquanto nascia o livro. E que livro delicioso ao traçar o retrato de um pai amoroso e as dificuldades que temos em aceitar este tipo de amor. Enfim, profundidades despertadas pela energia brincalhona ou amorosa destes animais insubstituíveis.

Como eu não sou, nem de longe, o Cony, só consegui dedicar ao Sig uma modesta coluna – que felizmente é escrita na chave do alívio, depois da tempestade, e interrompida para recolher um cocô inoportuno, coçar-lhe um pouco a barriga ou tê-lo, como os cachorros idealizados, deitado aos meus pés enquanto escrevo. Tenho que terminar porque Sig dá uns ganidos fininhos – prenúncio de um latido fortíssimo, de cão bravo que ele não é – chamando para uma volta na rua, me puxando forte, na modalidade olímpica conhecida como “esqui de cachorro”. Eu, como um bom ser adestrado, nem penso em desobedecer. Vai que ele resolve não dar mais carinho.

segunda-feira, 28 de novembro de 2005

Da paixão e da falta de noção

Passei o dia rouca por causa da gritaria no estádio ontem. Torci feito uma doida pro Inter ganhar do Palmeiras. Nem tanto pelo Brasileirão em si (vá lá, eu ainda acredito em milagres), mas pelo medo de ser tachada de pé frio e acabar sendo vetada no Beira-Rio pelo Márcio e seus parceiros para o resto da existência.

Para mim, ir a um jogo é uma experiência quase religiosa. É impossível não se envolver na emoção com aquela multidão vibrando a cada gol, a cada lance perigoso, a cada porcaria cometida pelo juiz, a cada resultado paralelo favorável ao time.

Fui a alguns bons shows de rock, a muitas missas, a várias peças de teatro, a incontáveis sessões de cinema nesta vida, e posso garantir que nada disso jamais chegou à unha do pé de uma partida de futebol com estádio lotado. Mesmo que mais da metade lá dentro tenha uma paixão comedida (como a minha) ou esteja mais interessada no picolé ou no cachorro-quente ou no amendoim torrado.

No dia seguinte, tem a inevitável flauta do adversário. Não interessa qual tenha sido o resultado. Qualquer resultado. Sempre, sempre, sempre vai ter flauta. É a seqüência da brincadeira. É parte do jogo. O apito dos 45 do segundo tempo serve praticamente só para demarcar o instante exato da tocação de flauta. E eu levo a flauta na boa.

Claro que me irrito (senão não seria flauta), claro que me esforço pra irritar (senão não seria flauta). Mesmo a gozação mais ríspida (e hoje teve de monte, dos dois lados, aqui na terrinha, com o Grêmio voltando à primeira divisão e o Inter segurando mais um pouco a chance – ainda que remota – de se sagrar campeão) faz parte do jogo, faz parte da paixão.

Agora, a criatura se prestar a entrar num blog e fazer comentários racistas, preconceituosos e grosseiros e ainda por cima não se identificar é não ter noção. É um atestado absoluto de falta de civilidade. E, na boa, nem a torcida do Grêmio, nem a torcida do Inter merecem esse tipo de coisa, de nenhum dos lados. Foi por isso, e só por isso, que eu apaguei os comentários agressivos feitos no post logo abaixo. Por isso e, claro, também porque o blog é meu, e aqui mando eu.

Ah, e pra não dizer que não falei das flores, nada me deixa mais feliz (no campo futebolístico) do que saber que ano que vem tem Gre-Nal garantido! ;-)

Das coisas boas de ser tradutora

Acabei de usar o verbo "tagarelar". Eu adoro o verbo "tagarelar".

Eu me rendo

Jurei que não ia comentar o assunto aqui, mas esta definição da Clarissa merece ser replicada...

agora, vamos combinar

comemorar título maloqueiro de segundona é que nem colocar faixa na frente da casa de praia em quintão

"parabéns, grêmio. bixo terapia ocupacional fapa"

sábado, 26 de novembro de 2005

Vai entender

O Vida Sexual da Mulher Feia da fofa da Cláudia Tajes está em primeiro lugar na lista dos mais vendidos do Jornal do Brasil. Merecidíssimo. Antes de mesmo de saber qualquer coisa do livro, já tinha falado dele aqui. Só que a lista que o livro encabeça é a de Esoterismo e Auto Ajuda.

Se for pra vender mais livro, que seja. Mas corre o risco de um bando de jaburus imbecis reclamar no Procon por não ter encontrado dicas de como conseguir dar mesmo sendo mocréia...

sexta-feira, 25 de novembro de 2005

Memória musical

Hoje de manhã, quando tocou Cat Stevens no rádio, não pude deixar de lembrar dos bons tempos de faculdade, em que a fita com o melhor dele era uma das que passou quatro anos dentro do carro. Nesse tempo, gastou a fita e, imagino, a paciência de muitos dos meus caroneiros (que não tinham nada do que reclamar, porque eu dava carona pra todo mundo).

Eis que hoje prestei mais atenção à letra de Where Do The Children Play do que o normal. E ela não podia estar mais de acordo com o meu momento.

Well, I think it's fine
Buildin' jumbo planes
Or takin' a ride
On a cosmic train.
Switch on Summer
From a slot machine.
Yes, get what you want to, if you want,
'Cause you can get anything.

I know we've come a long way.
We're changin' day to day,
But tell me, where do the children play?

Well, you roll on roads
Over fresh green grass
For your lorry loads
Pumpin' petrol gas
And you make them long
And you make them tough,
But they just go on and on, and it seems
That you can't get off.

Oh, I know we've come a long way.
We're changin' day to day,
But tell me, where do the children play?

Well, you've cracked the sky.
'Scrapers fill the air,
But will you keep on buildin' higher
'Til there's no more room up there?
Will you make us laugh?
Will you make us cry?
Will you tell us when to live?
Will you tell us when to die?

I know we've come a long way.
We're changin' day to day,
But tell me, where do the children play?

quarta-feira, 23 de novembro de 2005

Mudar é legal

Não só porque o Firefox é mesmo melhor do que o Explorer, mas porque isto é muito divertido.

Momento regressão

Seu eu fosse... *

Uma flor: Gérbera
Um brinquedo: Autorama
Um mês: Setembro
Uma brincadeira: Queimada (ou Caçador)
Uma música: Eu te amo
Uma nota musical:
Uma cor: Verde
Um filme: Era uma vez na América
Um feriado: Ano-Novo
Uma comida: Salmão com molho de manteiga
Uma bebida: Suco de uva
Um disco: Paratodos
Uma maquiagem: Rímel
Um dia da semana: Quarta
Um periférico do PC: Teclado
Um doce: Ambrosia
Um programa de TV: A Grande Família
Um cômodo da casa: A sala
Um instrumento musical: Violão
Um objeto: Almofada
Uma árvore: Ficus
Uma fruta: Melancia
Uma paisagem: Uma praia vista de cima do morro
Um bicho: Cachorro
Um lugar: A casa da minha mãe
Uma estação do ano: Primavera
Uma frase feita: Tudo acaba bem. Se não está bem, é porque ainda não acabou.
Uma peça de roupa: Camisa branca
Um elemento da natureza: Água
Um objeto motorizado: C3
Um aparelho eletrônico: Computador
Uma pessoa da sua família: Minha mãe
Um sentimento: Ansiedade
Um perfume: Ô
Um livro: Aí depende...
Uma conquista: A lua
Uma parte do corpo: Os olhos
Uma pedra: Esmeralda
Uma dúvida: Como assim?!?
Uma marca: Hering
Um eletrodoméstico: Geladeira (sempre cheia)
Um jogo: Paciência
Um personagem de ficção: Sally, de Harry & Sally
Uma profissão: Tradutora
Um time de futebol: Inter
Uma pessoa famosa: Um dos Beatles (menos o John)

* Roubado da Fernanda.

domingo, 20 de novembro de 2005

sábado, 19 de novembro de 2005

Corro, logo blogo

"É a correria" é a frase que eu mais ouço e mais digo desde que a responsabilidade sobre a minha vida passou para as minha mãos. Nesta semana, não consegui ligar no aniversário do grande amigo que está trabalhando em São Paulo. A correria. Não consegui nem ligar para combinar um almoço rápido com uma amiga. A correria. Deixei de (des)confirmar a ida à praia com outra amiga. Ela, aliás, também não telefonou. Deve estar na maior correria.

Todo mundo está na correria. O tempo todo. Funcionários de carteira assinada, profissionais liberais, freelancers, desempregados, escritores, cineastas, publicitários, advogados, dijêis diletantes, produtores, estudantes, mães, pais, grávidas... Não importa muito por quê, todo mundo está sempre correndo.

Teria até passado pela minha cabeça paranóica que a tal "correria" não passe de uma desculpa esfarrapada se eu realmente não deixasse de fazer tudo o que citei ali em cima e muito mais por causa dessa entidade que me faz estar sempre com agenda lotada. A tal correria.

Não, eu não deixo de sair com amigos e tomar chopes e ir ao cinema e ver pessoas e falar ao telefone e ler livros e assistir à TV e me divertir e meditar (sim, pode acreditar). Só que não faço essas coisas com uma freqüência satisfatória nem com todos com quem gostaria.

E aqui reside a maior contradição: volta e meia entra na minha vida uma nova amiga de infância, um novo melhor amigo. E eu me alegro muito por isso. Mas me entristeço também um pouco. Porque no fundo sei que vai ser mais alguém com quem eu certamente não vou conseguir falar tanto quanto gostaria.

quinta-feira, 17 de novembro de 2005

Afinal!

Para uma entusiasta do RSS, esta é uma excelente notícia.

Pra aprender...

O meu lado cético às vezes se irrita com o bom e velho lugar comum segundo o qual a felicidade é feita de pequenos momentos bons. Dias como ontem parecem existir só para esfregar na minha cara que isso é verdade.

A quarta começou como outro dia qualquer, com maior jeito de casa > trabalho > casa. No fim, acabou sendo casa > trabalho > cinema > jantar > casa.

Alguns detalhes importantes: no cinema, além de assistir ao ótimo Cidade Baixa, tive o prazer de conhecer pessoalmente a fofa da minha amiga blogueira Joelma. No jantar, com várias pessoas queridas, pude conversar com o Lázaro Ramos, um dos atores mais bacanas da minha geração e descobrir que ele é ainda mais fofo e interessante do que eu imaginava.

segunda-feira, 14 de novembro de 2005

Da vantagem de estar desinformada

Minha vida anda tão corrida ultimamente, entre a edição de hard news no clic e a minha tradução, que eu simplesmente não faço idéia dos filmes que estão passando, das peças em cartaz ou dos shows programados para rolar por aqui. Pois ontem resolvi aceitar um convite de última hora da minha irmã e ver o primeiro filme que começasse a passar no cinema mais próximo de onde estávamos.

O filme era Elizabethtown. A atriz, Kirsten Dunst, que não me diz lá muita coisa. O ator principal, Orlando Bloom, que nunca me disse nada. E o diretor? Imaginei que fosse um diretorzinho qualquer dessas comediazinhas românticas. Putz! O diretor é o Cameron Crowe. A trilha está à altura dele. O roteirinho, bonitinho pra caramba. Soluções criativinhas. O filme é assim. Bacaninha. Bem boladinho. Inho. Mas bem acima da comediazinha romântica que eu imaginei inicialmente. Excelente programa pra um fim de tarde de domingo.

E o Orlando Bloom é muito, muito gatinho!

Azar, gostei.

sábado, 12 de novembro de 2005

É impressão minha...

... ou há vinte anos o Natal não começava a ser celebrado com mais de um mês e meio de antecedência?

Que aflição ver os shoppings decorados em plena primeira semana de novembro.

quarta-feira, 9 de novembro de 2005

Confissões

  • Estou sem inspiração para o blog
  • Meu superego está querendo que eu pare de escrever – tem muita gente bacana lendo isso aqui, que vergonha!
  • Meu ego está dando uma surra no superego – tem muita gente bacana lendo isso aqui, que legal!
  • Ainda vou acabar expulsando esses dois da minha vida...

segunda-feira, 7 de novembro de 2005

Funcionário e dançarina


Hoje o Márcio acordou às 8h e sai do trabalho às 18h.
Eu chego ao trabalho às 18h e volto pra casa depois da 1h.

Vida dura, viu?

sábado, 5 de novembro de 2005

Do lado bom das coisas ruins

Eu estava na Praça da Alfândega quando um temporal caiu ontem sobre Porto Alegre e alagou a Feira do Livro. Ficamos ilhados no Pavilhão de Autógrafos por mais de duas horas. Foi desolador e lamentável.

Hoje à tardinha, quando voltávamos para casa, decidimos dar uma banda descompromissada por ali. Apesar do tempo bom, o número de visitantes era muito menor do que o de todos os demais dias em que havia ido à praça desde a abertura da Feira deste ano.

Consegui finalmente olhar o que havia nos balaios e nas bancas, sem precisar me defender de cotoveladas, pisões e cuias de chimarrão desgovernadas. O testemunho de um editor conhecido nosso confirmou a minha impressão inicial: apesar de menos engarrafada, o "movimento pecuniário" estava melhor hoje do que nos outros dias.

sexta-feira, 4 de novembro de 2005

No comments

Sumiram os meus comentários :-(

Não sei o que houve. Só sei que a minha página está dando erro de script, e quando eu tiro os códigos do Haloscan do código, o erro some. Mas eu não quero ficar sem os meus comentários...

Enquanto o Solon não me ajuda, por favor, encaminhem as mais do que sempre bem-vindas observações por e-mail (caso ainda não tenham notado, o link para ele está aqui embaixo, na assinatura dos posts).

quarta-feira, 2 de novembro de 2005

Filosofia chinelona

Assisti hoje à tarde a Batman Begins. Achei tri, mas isso não vem ao caso – nem o fato de que eu sou fãzona do Christian Bale desde O Império do Sol, que eu vi trocentas vezes no vídeo. O que ocorre é que eu me peguei questionando a atitude dos capangas que dão a vida por um empreguinho chinelão de... capanga!

Na boa! Que tipo de emprego faz o sujeito dar a própria vida pelo empregador? Porque eu não tô falando de uma profissão nobre, de arriscar o pescoço pra salvar um grande líder mundial. Não. Eu tô falando de capanga de mafioso do segundo time. Por que as criaturas não chutam o balde e dão no pinote? Se algum dia eu fosse idiota o suficiente de aceitar emprego de capanga, era o que eu faria.

Da série comentários que viram posts

Ficou com tanta cara de post o comentário que fiz no blog da Fer, que eu achei melhor botar aqui também :-)
Gozado, eu nunca me preocupei muito com isso [se a Capitu traiu ou não o Bentinho]. No Machado de Assis o que sempre me impressiona é a forma. Ele escrevia tão bem e o texto permanece tão absolutamente atual que eu não consigo me preocupar muito com a história. Ontem, lendo o volume 1 de As obras-primas que poucos leram, deparei com a seguinte afirmativa num artigo do Cony de 1972 sobre Grande Sertão: Veredas, de Guimarães Rosa:

"Todas as grandes obras-primas da literatura têm uma história linear, sem nada de extraordinário. Crime e Castigo é a história de um estudante que assassina uma velha para roubar. Dom Quixote nem enredo tem: é um louco de meia-idade que sai pelo mundo procurando briga à toa. Madame Bovary é a mulher de um médico provinciano que arranja um amante. E daí?"

Embora ache que o próprio Cony desminta o "todas as grandes obras-primas" no seu Quase Memória, em que a história (autobiográfica, é verdade) compete com o estilo, o princípio é este mesmo. Tem coisas que eu gosto de ler só pra ver a "miséria" que dá pra fazer unindo as palavras certas umas as outras. E sonhar se algum dia eu conseguiria fazer coisa parecida...

terça-feira, 1 de novembro de 2005

Da série releases...

... que eu jamais quero ter que escrever:
Kátia do Ogun prevê mais catástrofes para 2006.

Simpatia para genro gostar da sogra

Sim. Alguém chegou até aqui procurando por isso no Google. Não sei de simpatia não. Só sei que o Márcio ama a minha mãe e vice-versa. Mas garanto que eu não cozinhei nenhuma cueca com mel nem nada parecido com isso...

:-)