O dia se espatifa: abril 2009

terça-feira, 21 de abril de 2009

Pitaco de papel

O pessoal da Zero Hora me pediu ontem um texto falando sobre a influência das redes sociais nos relacionamentos humanos. Daí saiu o texto que foi publicado na página 5 do jornal de hoje, e eu reproduzo abaixo. 

Como assim, virtual?

Facebook, Twitter, Last.fm, LinkedIn, Na rede, Interatores, Orkut, del.icio.us, Flickr. Entre em alguma dessas redes sociais, e é batata: meu nome está lá. Em todas, a pessoa física Cássia Zanon virou cassiazanon – ou @cassiazanon, no caso do Twitter. Seja por necessidade profissional ou gosto pessoal, estão lá o link para meu blog, meu currículo, as músicas que tenho ouvido, comentários sobre o dia-a-dia, sugestões de artigos sobre assuntos que me interessam e, imagino, interessam a quem me interessa.

Dentro desses sites, reencontro amigos de infância, do colégio, da faculdade, colegas e ex-colegas de trabalho. Também faço novas amizades e entro em contato com profissionais reconhecidos nas minhas áreas de atuação. Para quem está enfronhado no mundo digital há uma década, isso não chega a ser uma novidade. A novidade é a adoção dos novos meios de relacionamento por parte de cada vez mais pessoas.

Antes mesmo de surgirem as ferramentas, as redes sociais se montavam em blogs, sites e listas de discussão por e-mail. Exatamente como no mundo físico, em que as pessoas há séculos se reúnem em torno de interesses comuns em confrarias, clubes e associações. A diferença é que as associações de agora não respeitam mais distâncias e abrangem muito mais gente.

Apesar de inúmeras provas em contrário, ainda há quem fale da superficialidade das relações engendradas na internet. Só que não necessariamente os perfis virtuais são diferentes das pessoas reais. Como na vida civil, aliás, há de tudo: relacionamentos profundos e encontros de conveniência, alianças profissionais importantes e agressões gratuitas, quem se expõe menos e quem se expõe demais, quem é igual no Orkut e na happy hour e quem se transforma atrás do escudo do anonimato. Já é praticamente ponto pacífico que não são as ferramentas as responsáveis pelas características das redes sociais virtuais, mas sim as mesmas pessoas que fazem da nossa sociedade o que ela é.

A teoria dos seis graus de separação não surgiu com a internet, mas estudos já sugerem que a distância entre duas pessoas seja menor graças a ela. Assim como os 15 minutos de fama hoje são medidos em bytes. Cada segmento da sociedade está ali representado, e cada um deles tem seus microfamosos. As redes sociais virtuais dão origem e espaço a mais formadores de opinião. Os círculos de influenciadores deixam de se restringir apenas à mídia tradicional. Exatamente como na vida real. Só que mais rápido, e em maior volume.

Em 25 de março, com o lançamento do site clicEsportes, nasceu também a rede social Na rede – narede.clicrbs.com.br. Entre os idealizadores dos sites, havia a dúvida: será que alguém precisa de mais uma rede social? Os mais de 3,5 mil internautas que aderiram ao ponto de encontro em 25 dias parecem atestar que sim.


Postado por Cassia Zanon

segunda-feira, 20 de abril de 2009

Das coincidências e do Frango à Marengo

Pouco antes de sair a caminho do supermercado para comprar os ingredientes do Frango à Marengo que pretendo preparar amanhã ao meio-dia, resolvo revirar o arquivo do meu blog para achar um post em que lembrava ter listado todos os ingredientes. Encontrei-o aqui neste link. Havia sido publicado em 13 de abril de 2008. Um ano e uma semana atrás.

Antes de fechar o navegador, resolvo dar uma olhadinha na central de blogs do clicRBS. Qual o último post atualizado? Este aqui, do Anonymus, com a dica do dia: Frango à Marengo.

Coincidências à parte, o Zé Antônio que me perdoe, mas acho que a minha receita é mais gostosa.

Bom feriado!

;-)


Postado por Cássia Zanon

segunda-feira, 13 de abril de 2009

Filmes da Páscoa

Os dias estavam lindos, maravilhosos, agradabilíssimos. Mas como não dá para passar o tempo todo na rua, aproveitei os momentos de folga para ver alguns DVDs e um filme na TV. A seguir, minhas breves e superficiais considerações, para registro.

Apenas uma vez - Mesmo com tudo o que se falou do filme, eu demorei a me mexer e ver. Só não me arrependo da demora porque foi excelente ter algo tão encantador ainda por ver num feriado de Páscoa. Lindo, lindo! Agora eu PRECISO da trilha sonora.

[youtube http://www.youtube.com/watch?v=CoSL_qayMCc&hl=pt-br&fs=1]

 

A Outra - Sobre as irmãs Bolena. Bem mais ou menos. Vi no Telecine Premium depois de já passada a primeira meia hora. Únicas observações: o que é de linda essa Scarlett Johansson e o que é de canastrão esse Eric Bana?

Amor e Inocência - Bonitinho. Me deu vontade de ler Jane Austen. E rever os filmes baseados na obra dela. Ainda bem que não gastei com ingresso de cinema, though.

Madagascar 2 - O roteiro é divertidíssimo. Vale prestar muita atenção nas paisagens e na coreografia à Bob Fosse do leão Alex.

Nossa vida sem Grace - Independente com o John Cusack fazendo papel de um pai viúvo. Bonito. Mas meio deprê. As menininhas são uma graça.


Postado por Cássia Zanon

Diquinha de vídeo

[youtube http://www.youtube.com/watch?v=pNv2A4Kfx4k&hl=pt-br&fs=1]

Para saber mais sobre o assunto, clica aqui.


Postado por Cássia Zanon

domingo, 12 de abril de 2009

Da noção das próprias limitações

Um dos motivos pelos quais me considero pouco apta para o trabalho numa redação é o fato de quase sempre achar que aquilo que acabo de descobrir certamente já foi descoberto por outra pessoa. Daí que eu nunca faço muito barulho em relação às minhas novidades.

Mas é claro que não podemos esquecer também do peso de quem dá as dicas. Aconteceu no ano passado, por exemplo, quando escrevi no meu blog sobre o livro Marcas de Nascença em  6 de janeiro. Em seguida, as vendas do livro dispararam. Graças, evidentemente, à crônica que a Marta Medeiros escreveu alguns dias depois.

Aconteceu de novo na semana passada. Uma das minhas novidades que já tinha deixado de ser novidade foi alardeada em blog, jornal e TV como... uma novidade! E eu fiquei relativamente orgulhosa disso. Muito embora, infelizmente, a fonte das queridas Bete Duarte e Fernanda Zaffari certamente não tenha sido nem os meus posts de março de 2008, nem este outro, de março deste ano.

Fiquei superfeliz de o Marcelo estar ganhando um espaço tão bacana na "mídia de massa". Mas confesso que fiquei com um pouco de medo de agora ele ser invadido por hordas de pessoas que só vão a esses lugares charmosos de que eu gosto tanto depois de eles terem aparecido na "mídia de massa". E, também, admito, senti aquela invejinha que a gente sente quando se dá conta da pequenez do nosso alcance neste mundo. No mais, para os queridos e leais 17 que me acompanham, sigo recomendando fortemente o menu confiança da barbearia do centro da cidade.

:-)

Espero que todos tenham tido uma excelente Páscoa.


Postado por Cássia Zanon

sábado, 11 de abril de 2009

Living together, writing together

Dos muitos ingredientes responsáveis por fazer com que o Márcio e eu ficássemos juntos em 1995, não tenho dúvidas de que a música do Burt Bacharach é um dos mais importantes. Porque, com ele, pude afinal admitir meu gosto pela canções que a maioria absoluta (ou a totalidade?) dos meus amigos achava cafona. No caminho contrário, imagino que tenha causado espanto por, aos 21 anos, cantarolar grande parte das melodias sabendo quem as tinha composto. 

Na semana passada entrevistamos o homem juntos. E escrevemos a quatro mãos a matéria que saiu no Segundo Caderno da Zero Hora deste sábado.

MÚSICA 
Burt Bacharach: “A vida é ótima” 
Octogenário músico e compositor americano faz show segunda-feira no Teatro do Sesi, em Porto Alegre 
CÁSSIA ZANON E MÁRCIO PINHEIRO 
Prestes a completar 81 anos – faz aniversário em 12 de maio –, Burt Bacharach tem recebido em vida homenagens que geralmente só são dedicadas depois que determinados artistas partem para um outro plano. Modestamente, ele não se considera assim tão influente, embora jovens artistas exaltem sua obra e regravem seus sucessos. 
– Não é algo consciente, até porque eu não quero nem posso forçar essa influência. Apenas procuro sempre fazer o melhor possível. Se assim consigo influenciar os outros, isso é ótimo. Na verdade, sou grato aos novos músicos que admiram meu trabalho – diz Bacharach, por telefone, de sua casa nos Estados Unidos, em entrevista para divulgar sua turnê brasileira, que começa nesta segunda-feira, em Porto Alegre. 
É um reconhecimento tardio e justo a quem tanto fez pela música popular americana. Se durante os quase 20 anos em que enfrentou o ostracismo e chegou a ser tachado de brega (muito antes da popularização do termo) e autor de trilha sonora de elevador, Bacharach pode agora ser homenageado pela alta qualidade de sua produção e por aquele ingrediente tão esquecido em muitas canções contemporâneas: a sofisticação. 
Com exceção da santíssima trindade da música dos EUA da primeira metade do século passado – George Gershwin, Cole Porter e Duke Ellington –, nenhum outro compositor produziu tantos sucessos com tamanha qualidade. Só na década de 1960 foi uma enxurrada de hits: What the World Needs Now Is Love, I Say A Little Prayer, Alfie, The Look of Love, A House is Not a Home, Raindrops Keep Fallin on My Head,(They Long to Be) Close to You, Do You Know the Way to San Jose?. Todos gravados pelos mais variados intérpretes: de Dionne Warwick (sua afilhada musical) a Stan Getz, de Sérgio Mendes a Wilson Simonal, de Ella Fitzgerald a Tony Bennett, de Carpenters a Elvis Costello. Quem nessa época fez mais do que ele? Talvez só a dupla Lennon & McCartney, no auge da beatlemania. 
Pela influência do jazz e pelo gosto por melodias requintadas, Bacharach esteve próximo da bossa nova. Da sua primeira visita ao Brasil, há exatos 50 anos, acompanhando – como maestro e namorado – a atriz e cantora Marlene Dietrich, guarda as melhores recordações. Mesmo distante, o músico diz não ter perdido o contato e ainda hoje se interessa pela música de Tom Jobim, Milton Nascimento, Ivan Lins e Djavan, chamando atenção para o caráter inovador dos brasileiros. 
Sobre os últimos anos, o músico concorda que eles lhe têm sido generosos: 
– A vida é ótima. Ainda mais quando se pode fazer tudo de novo, como eu estou fazendo. 
Ele não se refere apenas ao trabalho, mas ao fato de ter tido uma nova chance na vida pessoal. Bacharach tem três filhos jovens, dois ainda adolescentes. A preocupação com o mundo que deixará para esses filhos, aliás, ele deixa claro ao responder à pergunta “Do que o mundo precisa agora?”. 
– Além do amor? – rebate Bacharach, recebendo com risos e simpatia a brincadeira proposta na entrevista com o título uma de suas canções mais conhecidas (What the World Needs Now Is Love). – Pelo que tenho ouvido falar, o mundo precisa seguir o exemplo do Brasil, um país que está sabendo enfrentar a crise econômica, com qualidade de vida para sua população. 
Dez anos depois de ter vindo pela última vez no Brasil, o compositor se empolga ao falar sobre a nova turnê pelo país, que depois da escala na capital gaúcha segue para São Paulo e Rio de Janeiro. Desta vez, ele se apresentará ao piano com a banda formada por Elizabeth Chorley (violino), David Coy (baixo), David Crigger (bateria e percussão), Thomas Ehlen (trompete e flugelhorn), David Joyce (teclado), Rob Shrock (teclado), Dennis Wilson (sopros) e John Pagano, Josie James e Donna Taylor nos vocais.
No final, Bacharach encerra a conversa como se tivesse conversado muito mais do que poucos minutos. E, já íntimo, recomenda: 
– Só uma coisa antes de nos despedirmos: por favor, me chamem de Burt.
Música para ver 
Não bastava ter o nome incrustado na história da música popular das últimas cinco décadas. Burt Bacharach também fez e faz história no cinema. A tal ponto que a canção que escreveu para Butch Cassidy e Sundance Kid (1969) – Raindrops Keep Fallin’ on my Head – pode ser considerada personagem fundamental na antológica cena que mostra Paul Newman e Katharine Ross andando de bicicleta. 
O mesmo acontece na cena de O Casamento do Meu Melhor Amigo (1997) em que Rupert Everett puxa um coro de I Say a Little Prayer durante um jantar.
De acordo com o site IMDb, canções de Bacharach integram nada menos do que 196 trilhas sonoras de filmes e programas de TV produzidos desde 1957. O canadense Mike Myers admitiu ter se inspirado na obra de Bacharach para criar Austin Powers, o espião que é congelado na década de 1960 e volta à ativa 30 anos depois. Não por acaso, o músico faz aparições nos três filmes do personagem. 
Mais notadamente, a inspiração de Myers teria sido provocada pela trilha sonora do bem-humorado Cassino Royale, de 1967, em que Peter Sellers interpreta James Bond, e pela qual Bacharach concorreu ao Oscar de melhor canção original de 1968. Já havia concorrido outras duas vezes: em 1966, com What’s New Pussycat, e em 1967, com Alfie. A Academia lhe deu três estatuetas. Duas em 1970, por canção original e trilha sonora de Butch Cassidy e Sundance Kid, e outra em 1982, pela canção Arthur, composta para o filme Arthur, um Milionário Sedutor.
Em 1996, compôs com Elvis Costello a canção God Give Me Strength para o filme A Voz do Meu Coração. Dois anos depois, a música integrou o álbum Painted From Memory, que deu aos dois o Grammy de melhor trabalho em duo ou grupo.
Essencial 
Tudo o que você precisa saber sobre Burt Bacharach está em The Look of Love – The Burt Bacharach Collection (Rhino Records, 75 faixas, preço médio R$ 200), refinada coletânea com o que de melhor o grande compositor americano produziu. Mais: a caixa com três CDS e um rico libreto com textos e (muitas) fotos é quase um quem-é-quem da moderna canção. Além de todas as músicas citadas nessa reportagem, o ouvinte poderá se regalar com nomes como Stevie Wonder, Dusty Springfield, Trini Lopez, Herb Alpert, The Drifters...

quinta-feira, 9 de abril de 2009

Quando é preciso cantar

A Roberta, a "carioca de Niterói" aqui do clicRBS, confessou um dia que tem momentos na vida em que sente uma "vontade louca de falar um bah". Pois comigo, nesses referidos momentos, o "bá" não funciona mais. Daí eu sempre penso música abaixo, que o Rafa Soares me fez o favor de cantarolar agora de manhã...[youtube http://www.youtube.com/watch?v=WlBiLNN1NhQ&hl=pt-br&fs=1]

Postado por Cássia Zanon

domingo, 5 de abril de 2009

Antidepressivo natural

Meio borocoxô? De ressaca? Precisando de uma injeção de ânimo? Nada de remédio! Vai ver um jogo do teu time no estádio e torce muito para sair pelo menos um gol. A explosão de energia é emocionante e tiro e queda: energia pra enfrentar uma semana inteira de estresse ou mais.

Se forem dois gols contra o principal rival no estádio lotado um dia depois de uma linda festa de centenário, então...


Postado por Cássia Zanon

sábado, 4 de abril de 2009

Também quero falar do meu Inter

Quando tinha seis anos de idade, eu tinha algumas certezas. Tinha certeza, por exemplo, de que toda secretária se chamava Vera. A explicação: desde que eu me entendia por gente, meu pai tinha tido duas secretárias no trabalho, ambas Veras, e a minha tia Vera era secretária. Outra certeza era a de que o Inter, pelo qual meus pais torciam com orgulho, era um time que sempre ganhava. A explicação: era 1980. Eu também era colorada. Nunca me ocorreu que tivesse escolha, assim como não tinha escolha quanto a me chamar Cássia.

Na adolescência, em São Paulo, meu coloradismo me serviu para ser a diferente da turma. Eu achava bacana torcer para um time diferente do de todo mundo - além de nunca ter conseguido simpatizar muito com qualquer um dos paulistas. Era uma colorada de resultados, porém.

Na primeira vez em que saí com o Márcio, em 1995, não fazia ideia do peso que a resposta para a pergunta "Tu é gremista ou colorada?" teria na nossa vida futura. Porque hoje não o imagino casado com uma gremista, nem vice-versa. Não tenho vergonha de admitir: sou muito mais colorada hoje e nos últimos 13 anos do que nos 21 anteriores. E o fato de o humor da minha casa ter uma razoável influência do desempenho alvi-rubro em campo tem a ver com isso.

*

Não ia escrever sobre o Inter. Mas o texto do Sérgio Lüdtke, que inspirou o Márcio Pinheiro a escrever o dele, me fez repensar a decisão. Posso não ser colorada doente, mas sou colorada, sim. Desde que me conheço por gente. Ou mesmo antes.

*

Agora, se ainda deu, dá uma passada no site especial Inter Centenário, do clicEsportes. Tá lindo de viver.


Postado por Cássia Zanon