O dia se espatifa: 2006

sábado, 30 de dezembro de 2006

Não custa tentar

Nunca foi do meu estilo, mas, como no ano passado deu certo, vamos lá de novo com a lista de resoluções:
  • Seguir fazendo ioga
  • Caminhar duas vezes por semana
  • Trabalhar em favor da preguiça (i.e. ser o mais eficiente possível para que as eventuais falhas ou atrasos não acabem se transformando em mais trabalho)
  • Ser menos implicante
  • Comer menos carne
  • Ler livros mais relevantes (pelo menos quatro deles durante o ano)
  • Ir mais ao cinema
  • Fazer mais jantares em casa para reunir os amigos
A todos os meus leitores (que eu sei que me lêem ou não), um 2007 supimpa!

Retrospectiva 2006

Meu primeiro trabalho como jornalista contratada foi fazendo pesquisa de imagens da Retrospectiva 1995, na RBS TV. Aqui entre nós, não gosto de ler nem ver retrospectivas, mas adoro fazer. Vai daqui, entonces, a minha, para quem gosta delas.

Olhando para o meu umbigo, 2006 foi um ano abençoado. Aos 32 anos, encontrei uma tranqüilidade – ou pelo menos meios de chegar mais perto dela – que não imaginava ser possível para alguém tão agitada como eu. Aprendi a aceitar as minhas limitações e a trabalhar para superá-las sem a pressa que acabava me atrapalhando. Descobri finalmente que se eu der um passo de cada vez, o caminho fatalmente se encurta, mesmo que não na velocidade que eu gostaria.

Foi um ano de vitórias muito desejadas. A eleição do meu sogro, que conheci quando ele sofria a pena impostar por uma injustiça e a quem admiro dia a dia. O campeonato mundial do meu time, que meu pai deve ter adorado ter visto, onde quer que esteja.

Em 2006 também me reaproximei de muita gente e de muitas coisas. Reabri o lado afetivo que eu tinha fechado inconscientemente quando meu pai morreu, há uma década, e descobri que ainda sei gostar por gostar. Ao fazer isso, redescobri amizades antigas e enxerguei belos companheiros que estavam tão perto e tão distantes.

Teve também uma bela viagem de férias, e uma mudança profissional que está se mostrando desafiadora. Quatro traduções que gostei muito de fazer. Bons livros, bons filmes, boas comidas. Aperfeiçoei a minha galinha assada e vi que há muito prazer em fazer comidinhas triviais.

Aprendi a respirar. Com isso, comecei a ver muitas coisas com mais clareza. A afastar com mais facilidade implicâncias e indignações que, por mais justas que possam ser, acabam prejudicando apenas a mim e a quem eu amo.

Claro que faltou tempo. E sei que vai continuar faltando. Mas agora pelo menos eu consigo falar nisso sem reclamar. Porque também aprendi que reclamar da falta de tempo é um desperdício de tempo.

domingo, 24 de dezembro de 2006

Feliz Natal!

Depois de uma noite agradabilíssima ao lado do Márcio, da mãe, da Carol e dos pais do Márcio, além do Floc e do Bubi, chez nous, eu me dou conta de que, de novo, não consegui beijar, abraçar ou mesmo ligar para todas as pessoas importantes da minha vida. E não foi só pela correria, mas até por bom motivo: são muitas as pessoas importantes na minha vida.

Que o Papai do Céu seja muito generoso com todos vocês.

sexta-feira, 22 de dezembro de 2006

Ela voltou

Não é por ser minha irmã, mas a guria leva jeito pra blogueira. Ainda bem que resolveu voltar! Aproveito para fazer minhas as palavras dela.

:-)

quinta-feira, 21 de dezembro de 2006

E tem lado certo?

Só hoje consegui me inteirar do caso Rodrigo Vianna e ler algumas das manifestações sobre o assunto de coleguinhas e não-coleguinhas em alguns sites em que o assunto está aberto para discussão, e fiquei pasma como a maioria está transformando (que dúvida) a coisa toda num caso maniqueísta. E eu não consegui escolher um lado.

Não conheço o Rodrigo, nem pessoal nem profissionalmente. Confesso com alguma vergonha que não lembrava dele. Talvez se conhecesse, pudesse escolher o meu lado, afinal. Mas não consigo porque precisaria, para isso, saber as respostas para as seguintes perguntas:

1) Se a situação na Globo era (estava) terrível como o Rodrigo descreveu, por que ele não pediu demissão? Quem tem coragem de sair atirando como saiu tem coragem de sair em busca de algo mais condizente com os seus anseios éticos e ideológicos. Ou não?

2) Se o contrato dele tivesse sido renovado, ele teria continuado na Globo? Se sim, por quê?

3) Se a Globo fez tudo o que ele disse que fez, e a eleição terminou como terminou, o que foi que aconteceu? A platinada perdeu o poder? Ou é tão maquiavelicamente competente que agiu da forma como ele diz que agiu porque queria a vitória do Lula de novo?

Juro que não estou sendo cínica. Não sei as respostas. Sei que eu faria tudo diferente do que o Rodrigo fez. Mas não sei se seria o correto. Por isso as dúvidas.

domingo, 17 de dezembro de 2006

11 minutos

Estou batalhando para sair de uma amigdalite feia. Dormi duas horas de sexta para sábado e capotei às 23h ontem à noite. Não consegui acordar às 7h para ver o jogo com o Márcio e uns amigos. Saí da cama bem depois, meio sem noção de horário, com medo do que mostraria o placar do jogo na Globo. Foi ligar a TV para ouvir uma gritaria no condomínio. Quando a imagem apareceu, estava começando o replay d'O gol. Foram só 11 minutos. E quase morri do coração.

Meu time é campeão do mundo!

sexta-feira, 15 de dezembro de 2006

Balanço

No ano passado, acabei fazendo algo que nunca faço: uma lista de resoluções de ano-novo. Acho que já dá para ver se rolou ou não, certo?

- Fazer yoga duas vezes por semana
Eu estava fazendo até dois meses atrás, quando o novo ritmo de trabalho me fez diminuir para uma vez por semana. Mas acho que o que importa é que o ano todo eu devo ter deixado de praticar no máximo por cinco semanas, o que é um recorde absoluto para alguém tão sedentária como eu. Hoje já repensei minha rotina, e acho que para 2007 vai dar pra retomar as duas práticas semanais.

- Conhecer Brasília e Salvador
Não rolou. As passagens estavam muito caras na época das férias. Acabamos revendo Buenos Aires e conhecendo Montevidéu. Não foi de todo mau.

- Emagrecer pelo menos 10 quilos
O que mata é o "pelo menos", porque eu fecho o ano com um saldo de sete quilos a menos na balança em relação a dezembro passado. Talvez o fato de eu não ter feito dieta, mas apenas ter mudado alguns hábitos – um deles a ioga ali de cima – possa contar a meu favor, não?

- Entregar todas as traduções no prazo (ou com no máximo duas semanas de atraso, vá lá)
Hmmmm... Mais ou menos. Eu atrasei um pouco mais do que duas semanas. Mas foi bem menos do que antes.
Olhando agora, numa avaliação subjetiva, até que a lista não foi uma má idéia. Aguardem. Em breve, as resoluções para 2007.

quarta-feira, 13 de dezembro de 2006

Mensagem de Natal

Os guris (e a guria) são tudibom. A turma da arte do clicRBS criou este "cartão" e pôs no You Tube. Daí eu aproveito o gancho e estréio a postagem de vídeo neste humilde. Amigos jornalistas do papel, vale ficar até o final dos créditos... ;-)

Aperfeiçoando a perfeição

O homem conseguiu melhorar ainda mais o que já era bom demais. Yesterday, A Day in The Life e While My Guitar Gently Weeps estão lindas de doer em Love.

Atualizando a correria

Márcio já é conselheiro do Inter. Agora sou mulher de cartola. O que quer que isso possa querer dizer. Vimos quatro episódios de Malu Mulher, que compramos no fim de semana. Acabei Devagar, desacelerando um pouco mais o que está em processo de desaceleração há um bom tempo. Depois de muito tempo ser ouvir um CD que me emocionasse, em dois dias ouvi dois: Love, o rearranjo dos Beatles pelo gênio George Martin com ajuda do filho, e o novo Cat Stevens, ou melhor, Yusuf Islam, An other cup. No mais, vamos indo. Falta comprar praticamente todos os presentes. São poucos, mas precisam de tempo para serem comprados. Como a grana é curta, o carinho e o cuidado precisam ser redobrados na hora da escolha.

sexta-feira, 8 de dezembro de 2006

Ufa

Eu queria ter comentado um monte de coisa, mas cadê tempo? Andava correndo, aprendendo o novo ofício – na mesma firma, porém tão diferente. Sentada na frente do computador em casa, tentando não atrasar mais do que o decente a entrega de uma tradução. Envolvida num tratamento médico tranqüilo, mas mesmo assim ansiosa com os resultados. Fazendo um esforço grande para não abandonar a acupuntura e a ioga, os dois pontos de (busca de) equilíbrio que encontrei no último ano. Reexperimentando receitas antigas e aperfeiçoando outras novas. Cuidando de não abandonar a minha mãe e a minha irmã, cuja presença na minha vida é tão fundamental. Tratando de ser menos mala com o Márcio, de cuja constância na minha vida não abro mão. Lembrando de ler sempre que possível os blogs amigos para não perder os fios das meadas. Arranjando um tempinho aqui e outro ali para sair com amigos. Vendo um filme que outro. Lendo lentamente o Devagar, mais um daqueles meus livros que estão ali para serem autoa-ajuda. Confundindo uma cãibra do Floc com convulsão e ficando apavorada com a possibilidade de ele estar doente. Preocupada com a eleição para o conselho do Inter, porque o Márcio é candidato. Irritada com os cupins que teimam em entrar voando à noite em casa. Procurando o maiô lindo que comprei no ano passado e que estava sumido até eu encontrar num bolso da mala que levei na viagem de férias, em maio. Passando calor. Passando frio. Tomando chuva porque esqueci o guarda-chuva numa ida à PUC para julgar uns trabalhos no Set Universitário. Chocada com a morte trágica do Gabriel Pillar, que eu só sabia quem era – e admirava – por causa do Insanus. Impressionada com a incompetência do governo em torno do apagão aéreo. Fazendo contas para ver se dava pra ficar uns diazinhos sem traduzir, folgando de fato nos finais de semana que agora tenho sempre livres. Tratando com o leal faz-tudo da família a possível reforma que se dará na maison Zanon-Pinheiro até março. Planejando o fim de ano. Ajustando calças. Comprando roupas novas. Tomando muito líquido. Lendo revistas de fofoca na sala de espera do médico. Fazendo nova plaquinha de bruxismo, porque a velha não dá mais. Aumentando a intensidade do bruxismo. Tendo insônia em alguns dias. Dormindo mais do que devia em outros.

*

Sim, eu estava em estado de semi-silêncio, mas não era bem por não ter o que dizer. Andou faltando o quando.

*

Desde hoje e por pelo menos duas semanas, a tradutora está de férias. Tenho pilhas de livros e papéis e roupas e documentos e quetais para separar e doar, vender, devolver e, por que não, jogar fora. Qualquer ajuda é bem-vinda. Quem sabe eu também não me manifesto um pouco mais por aqui?

quinta-feira, 7 de dezembro de 2006

Das pequenas tradições

Sete de dezembro sempre foi o dia de arrumar a casa para o Natal. Hoje penduramos o Papai Noel de madeira na porta de casa. Hoje meu pai estaria fazendo 59 anos.

terça-feira, 28 de novembro de 2006

Que feio

Algum professor em algum lugar deve ter pedido para seus alunos lerem o incrível Um Cão Uivando Para a Lua, do Antônio Torres. A parte divertida é que um monte deles procurou por "resumo cão uivando para a lua antonio torres" e variações e acabou dando de cara com este post do antigo blog.

Vão ler o livro, criaturas. Vale mais a pena.

É inacreditável...

... mas eu NÃO CONSIGO aprender que tijela se escreve com gê!

sábado, 25 de novembro de 2006

Uma das culpadas

Sempre me orgulhei de ter uma tia que poderia ser minha irmã mais velha. Que agia como minha irmã mais velha. Que às vezes brigava comigo como se fosse minha irmã mais velha. Achava o máximo ter uma tia tão moderna. Tenho noção de que é em grande parte por "culpa" dela que sempre estive um pouco à frente – ou atrás, dependendo do ponto de vista – da turma da minha idade no que dizia respeito a gostos literários, musicais e cinematográficos.

Por "culpa" dela e das duas irmãs mais velhas (porém mais novas do que o meu pai), eu li Elias Canetti aos 14 anos, vi a obra de Fellini antes dos 16 e ouvia – e cantava – coisas como Victor Jara, Chico Buarque e Bob Dylan desde a mais tenra infância. Hoje, que somos muito mais amigas do que tia e sobrinha, faço um esforço danado para não parecer ridícula ao chamá-la de tia em público. Até porque, apesar de prima, eu me sinto muito mais tia da filha dela do que qualquer outra coisa.

Então, lá vai, sem o "tia" antes: Rita, feliz aniversário!

quarta-feira, 22 de novembro de 2006

Da série confissões inconfessáveis

Então tá. Respondo agora à provocação do Cleber sobre os autores que desisti de ler. Os três que listo a seguir eu tentei, juro que tentei. Porque achava que devia ler. Precisava ler. Tinha que ler. Ainda acho, na verdade. Mas, enfim, eu não consigo.

García Marquez, com seu Cem Anos de Solidão, foi uma verdadeira tortura intelectual em três momentos da minha vida. Aos 14 anos. Aos 18 anos. Aos 23 anos. Não deu. Nas três vezes, não passei da página 100. Era um tal de José Arcadio Buendía pra cá, José Arcadio Buendía pra lá, e eu não consegui acompanhar. Abandonei Gabo. Mas a culpa é mais minha do que dele. Acho.

Jorge Amado. Gostei de Capitães de Areia. Gostei de O Cavaleiro da Esperança. Não gostei de Tereza Batista. Não gostei de Tocaia Grande. E desisti. Até porque os outros que folheei pareciam sempre a mesma coisa.

O terceiro dói admitir. E eu tentei achar outro autor para citar, mas não estaria sendo sincera. Não gosto de Erico Verissimo. Pronto, falei. Li Clarissa até o final e Olhai os Lírios do Campo duas vezes. Adorava Os Três Porquinhos Pobres quando criança. Mas nem para agradar o meu pai consegui terminar Solo de Clarineta ou Incidente em Antares. Agora, vergonha das vergonhas: nunca tive capacidade de passar da página 33 d'O Continente.

Sou leitora de livros avulsos, que de vez em quando tem uns surtos e sai devorando obras completas. Já tive minhas fases Rubem Fonseca, Paul Auster, Alain de Botton, Machado de Assis, Nick Hornby, Bill Bryson, Luis Fernando Verissimo, Josué Guimarães, Charles Bukowski (sorry, Clebito) e vários outros. Saio lendo tudo da criatura até cansar. Depois abandono por um tempo. Mas são abandonos pontuais. Porque sei que acabarei voltando a eles um dia. No caso dos três, quem sabe um dia.

Ou não.

***
Para não estragar a brincadeira, repasso o convite à Fezoca, à Aline e ao Daniel.

Eu curto esses guris

Nada como uma visão irônica para deixar as coisas mais claras.
Vollta, crise

Que maravilha que o Lula se reelegeu. Imagina o Alckmin na presidência... sem churrascadas, sem bebedeira, sem caipirinha, sem sindicalismo, todo mundo rezando e se chicoteando. PSDB de volta ia ser aquele monte de gente falando inglês e francês, o povão não entendendo nada, discutindo spreads bancários. Coisa sem graça.

Com o PT, não, tudo é uma chinelagem completa. Senão vejamos o que afirmou Jorge Lorenzetti, churrasqueiro de Lula e um dos negociadores da compra do dossiê, para a CPI dos Sanguessugas:

"Não queríamos qualquer armação contra candidaturas. Queríamos prestar essas informações à sociedade."

"O que me incomodou profundamente foi o fato de ter sido identificado como o churrasqueiro do Lula. Eu quero homenagear os churrasqueiros do Brasil que fazem um grande trabalho para o mundo porque é um produto que hoje é o país identificado lá fora. Mas isso foi para tentar me vincular ao Lula. Desde 2002, só participei de quatro churrascos. Em 2005 e 2006, não participei de nenhum churrasco."

Em 2010, por favor, vamos botar o Aécio na presidência para ele passar o rodo em Brasília. Sem chinelagem não dá.
Nova Corja, eu recomeindo.

terça-feira, 21 de novembro de 2006

Da série idéias que eu queria ter tido

A Lu Aquino, amiga que freqüenta os comentários deste humilde de vez em quando, está perdendo dinheiro. Isso porque tem idéias de blogs temáticos que alguém já devia ter tido e ela podia vender pra grandes portais.

Dona do Vou pra Barcelona, cheio de dicas bacanas para quem vai visitar a cidade espanhola, ela acaba de lançar o Onde fica o banheiro? Vai lá.

Da publicidade como enigma

Alguém pode me dizer o que quer dizer esta campanha? Quem estuda na Ulbra veste preto e não presta atenção na aula? Ou quem estuda na Ulbra se veste igual a todo mundo (menos uma pessoa) e presta atenção na aula?

Por favor, ajudem!

sexta-feira, 17 de novembro de 2006

Das estatísticas

Como me irritam essas estatísticas futebolísticas e cinematográficas que falam do "primeiro gol de perna esquerda feito aos 38 minutos do segundo tempo por um jogador nordestino jogando em time do Sul na História do futebol brasileiro" ou da "maior bilheteria numa sexta-feira ímpar de chuva".

Só pra não dizerem que eu não passo mais por aqui...

sábado, 11 de novembro de 2006

Novidade geek

O meu blogroll estava velhinho, o pobre. E muita gente que eu leio não constava ainda da lista ali da esquerda. Eis que o Google Reader tem essa função bacana de mostrar pra todo mundo o que eu acompanho na Internet.

Em Leio por aí estão os blogs e quetais. Em Vai se informar, os sites de notícias. Ressalte-se que a ordem em que eles aparecem é a de publicação, não refletindo necessariamente a ordem de preferência desta que vos.

Deixa eu me exibir...

Na segunda eu estava lá no Digestivo! Pena que só tenha visto agora, depois de passar a paúra da anestesia.

sexta-feira, 10 de novembro de 2006

Concertando as coizas

Lembram disso? Pois é. Arrumaram...

 Posted by Picasa

Por falar em vinho rosé

Acabamos de comprar pela Internet uma caixa com 6 garrafas de Miolo Reserva Rosé por R$ 96,60 com frete para Porto Alegre. Isso quer dizer que cada garrafa custou R$ 16,10. E tudo o que eu ganho com essa divulgação é a alegria dos amigos ;-)

quinta-feira, 9 de novembro de 2006

Da superação dos medos e do medo dos micos

Então eu tomei a minha primeira anestesia geral. Foi na terça-feira, num exame/cirurgia que eu tinha marcado no fim de outubro e que desde então vinha me tirando o sono e a atenção devida das coisas importantes. Planos para depois do dia 7/11/2006? Podia ser, mas eu não sabia se estaria por aqui ainda...

Paraíso/inferno dos hipocondríacos e dos neuróticos (como eu), a Internet informava através de vários trabalhos científicos sérios que o risco da intervenção era de 3 para 1000. Três para 1000. Não cheguei a pesquisar, mas imagino que o risco de ser atropelada ao sair de casa seja maior. Nada que alivie as ansiedades de uma ansiosa crônica como eu. (Os sites que "vendem" a técnica do exame sequer falavam em riscos, mas desses eu queria distância.)

Como dá para notar pelo post, eu sobrevivi à anestesia, e o resultado do exame/cirurgia foi o desejado. Tudo muito simples, como meu querido e paciente médico cansou de explicar que seria. Mas eu TINHA PÂNICO da anestesia. Tanto pânico que cheguei a pensar em fazer um post despedida, para ser publicado postumamente. Exagerada? Imagina.

O pior, no fim, foram os micos que se sucederam depois do despertar. Lembro vagamente de alguns, e tenho certo medo de perguntar para o médico se a coisa foi pior do que me lembro.

– Tu tá bem? – perguntou o médico.

– Tô maravilhosa – respondi, hiperbolicamente, pensando "estou viva! estou viva!".

– Tá com alguma dor?

– Não, tô ótima! – Mentira, estava com dor, sim, mas estava viva, estava viva!

Mexi os braços. Mexi as pernas. "Beleza, não afetou os movimentos." De repente, paúra:

– Eu não consigo sorrir! Eu não estou conseguindo sorrir! – Aqui vem o momento pavor de verdade. Será que eu disse isso só duas vezes como me lembro ou será que saí gritando a caminho da sala de recuperação fazendo caretas e tentando desesperadamente sorrir? Tenho a vaga impressão de que os médicos e as enfermeiras à minha volta estavam às gargalhadas. Acho que não quero saber.

Já na sala de recuperação, a enfermeira que ficou me monitorando me pergunta:

– Tu sabe o teu nome completo?

– Cássia Zanon – respondi, prontamente. Acho que para garantir, emendei, sem que ela me perguntasse nada: – Nasci no dia vinte de fevereiro de mil novecentos e setenta e quatro.

Ainda não sei se não segui informando endereço, CPF, RG, filiação etc. Mas que fiquei louca de faceira que não tinha ficado com amnésia, ah, fiquei.

De todos os motivos que me levam a ser grata por ter saído "viva" da sala de cirurgia, o maior foi a última frase que eu lembro de ter dito antes de capotar e que não poderia ser mais deprimente como últimas palavras de qualquer cristão:

– Doutor, acho que o senhor botou alguma coisa na minha bebida.

Não, né?

sábado, 4 de novembro de 2006

Dos pequenos prazeres

Bastaram uma bandejinha de meio quilo de camarões médios, uma abobrinha orgânica, salsinha e cebolinha frescas picadinhas, azeite de oliva extra-virgem, uma xícara de arroz e meio litro de caldo de legumes mais um litro de água mineral fresca e uma garrafa de um delicioso vinho rosé para a noite de sexta ser perfeita.

Faltou a foto, mas eu garanto que o risoto ficou lindo na minha paellera.

quarta-feira, 1 de novembro de 2006

Desnaturada?

Saí de manhã cedinho de casa para fazer várias coisas e cheguei ao meio-dia no trabalho, onde estava me esperando a seguinte mensagem do Márcio:

Mãe sem coração. O Floc tava pedindo pra entrar logo que deitamos para lembrar que já era aniversário dele.

E hoje de manhã tu nem cumprimentou ele. Eu cumprimentei, fiz "muito bem" e dei um biscoito pra cada um. Ele ficou tão agitado que largou o biscoito dele, o Bubi comeu e ele nem viu.

Faz 12 anos hoje o meu velho menino...

*
Este post tá também aqui.

terça-feira, 31 de outubro de 2006

Coisas da Feira

Desde que comecei a traduzir em 1999, peguei a mania de procurar os "meus" livros nas bancas da Feira do Livro de Porto Alegre. Sei lá, só pra olhar o meu nome impresso, acho. Como já confessei aqui, eu me sinto meio co-autora dessas obras. E olha que tem coisa de gente muito boa que eu espero ter traído o mínimo possível espalhada por aí.

Ontem me dei conta de que já faz um tempo razoável que estou nessa vida ao achar um dos referidos num balaio. Um livro de quase 40 pilas sendo vendido por 20. Mais adiante, quem o Márcio acha? O Riq. Um exemplar do Freire's por seis pilinhas. Seis pilinhas! Vai daqui, portanto, um apelo ao autor: vamos lançar a atualização? Pelo menos assim o senhor tem desculpa para vir autografar na Praça da Alfândega e encarar uma picanha e/ou um lombinho no Barranco.

*

E hoje tem sessão de autógrafos da Ana Maria Bahiana na feira. A jornalista que eu queria ser quando crescesse e que, pessoalmente, consegue ser tão ou mais incrível do que escrevendo sobre música, cinema e cultura pop. É às 20h30, ali no pavilhão de autógrafos. O livro? O divertidíssimo Almanaque Anos 70. Às 16h ela participa de um encontro no Centro Cultural Erico Verissimo.

*

Tem mais informações sobre a programação no site especial que a Juliana Lessa, a Maíra Kiefer e o Rodrigo Celente estão fazendo no clicRBS. Vai lá, que vale a pena.

sábado, 28 de outubro de 2006

Negósseguinte

Segue tudo indo, mas o tal do novo desafio bagunçou um pouco a rotina desta que vos escreve. Em breve as coisas voltarão aos eixos e eu retomo a minha filosofia sobre o nada.

Enquanto isso, diquinha bacana de leitura: Doce Lar, da Regina Zappa. Não bastasse a história prender do início ao fim, a autora é uma das pessoas mais queridas e interessantes que eu tive o prazer de conhecer. Entre várias outras coisas, a mulher escreveu um livro sobre Ele.

domingo, 22 de outubro de 2006

Lições necessárias

Nada como passar um fim de semana ao redor de pessoas mais experientes, mais inteligentes e mais interessantes do que nós para nos lembrar o quanto ainda se tem para aprender.

Se a convivência ainda por cima for divertidíssima, reclamar quem há de?

segunda-feira, 16 de outubro de 2006

Tudo indo

Existem períodos da minha vida em que as pessoas me perguntam "Como vão as coisas?", e eu respondo "Tudo indo". Estou num desses períodos. E o "tudo indo" quer dizer que está tudo bem, obrigada. E que as coisas interessantes são muitas, porém pequenas para merecerem destaque.

Eis uma explicação para a ausência de posts bacanas.

Grata pela compreensão.

sexta-feira, 13 de outubro de 2006

Um iate ou dois cachorros?

Com o passar dos anos, adotamos uma postura filosófica em relação aos estragos. (...) Na vida de cão, era comum as paredes terem a pintura arranhada, as almofadas se abrirem e tapetes rasgarem. Como qualquer relacionamente, este tinha seu preço. E acabamos aceitando este preço em troca da alegria, diversão, proteção e companheirismo que ele nos proporcionava. Poderíamos ter comprado um pequeno iate com o que nós gastamos com o nosso cachorro e tudo que ele destruiu. Mas, me pergunto: quantos iates ficam esperando junto à porta o dia inteiro até você voltar?

Li este trecho de Marley & Eu coincidentemente poucos minutos depois de o Márcio e eu reclamarmos do fato de que os nossos sofás e as nossas paredes nunca estão como gostaríamos que estivessem.

Lembrei, lembramos

O Márcio lembrou da locução que me tira do sério. É um anúncio do Duty Free, que a locutora pronuncia "dãtch free".

Deve ser algum holandês que distribuem de graça por aí...

terça-feira, 10 de outubro de 2006

Das minhas implicâncias lingüísticas

Tem um absorvente que leva "discret" no nome. No comercial de TV, a locutora diz "díscret", com o "r" caipira, como se fosse uma palavra em inglês.

Acontece que "discret" não existe em inglês (pelo menos não nos dicionários que eu conheço), mas em francês, e pronuncia-se "discrrrrrré", com o errrrrre esticado. Além disso, SE fosse "discreet", em inglês, dir-se-ia "discrít".

Tem uma outra dessas numa locução de rádio, mas agora não consigo lembrar o que é. Só sei que sempre me tira do sério.

Posso propor uma coisa? Quando não soubermos pronunciar a palavra estrangeira na língua original, aportuguesê-mo-la, ok? Simples assim.

segunda-feira, 9 de outubro de 2006

Triste constatação

Depois do debate de ontem, concluí que a vitória do Lula será a vitória do deboche. Porque o nosso presidente erra a mão, e o que imagino que devesse ser ironia passa por simples deboche.

sábado, 7 de outubro de 2006

Da série pequenas alegrias, grandes loucuras

Pequena alegria – Acabei de acabar de revisar mais uma tradução.

Grande loucura – Cá entre nós? Meu lado megalômano sempre faz com que eu me sinta meio autora dos livros que traduzo. Quando é livro bom, então, quase sinto vontade de dar autógrafo no lançamento.

:-)

terça-feira, 3 de outubro de 2006

Da minha melhor amiga de infância

Eu já falei nela aqui algumas vezes. Ela é dois dias mais nova do que eu, e é como se fôssemos irmãs gêmeas. É daquelas amizades que têm de ter vindo de outra vida, porque não tem explicação. Por mais tempo que fiquemos sem nos ver pessoalmente, é como se nunca tivéssemos deixado de conviver diariamente. Antes da Internet, escrevíamos cartas. Muitas. Tenho todas até hoje.

Quando restrinjo o "melhor amiga" com o "de infância" não é porque a amizade acabou com a adolescência, mas só para localizá-la no tempo e no espaço, porque tive a felicidade de encontrar mais grandes melhores amigas por essa vida. Ela também. E sei que gostamos das amigas uma da outra simplesmente porque são nossas amigas.

Ela é linda, querida, inteligente, bem-sucedida e, pior, alta, magra e loira. E eu tenho muito orgulho de tê-la como amiga. E esse post é pra corrigir um erro que cometi ali embaixo. Porque a Lê não gostou nada, nada quando eu disse que ela só me lê eventualmente. Esclarecendo: a minha melhor amiga de infância NÃO é minha leitora eventual. Ela me lê SEMPRE.

Não espalhem, mas ela seguiria sendo minha melhor amiga de infância mesmo se não me lesse NUNCA.

segunda-feira, 2 de outubro de 2006

Momento comemoração

Foram 76.164 votos além do meu, e o Ibsen merece cada um deles. Para voltar à Câmara, fechar um ciclo e retomar o trabalho que foi interrompido há 12 anos. Valeu, povo amigo que votou e/ou torceu.

Momento coisinha

Minha melhor amiga de infância e leitora eventual, a Leticia me deu a dica deste link sobre jornalistas e blogs. Achei interessante e até comentei :-)

domingo, 1 de outubro de 2006

04:32

Estou sem sono e preciso dormir, mas, não, não é insônia.

Na correria dos últimos dias, não consegui ler quase nada, nem os meus blogs de sempre. O Bloglines está ali, me acusando: são 1.974 posts novos ainda não lidos.

Boa noite. Bom voto.

quinta-feira, 28 de setembro de 2006

Da vida não-sedentária

Lendo Marley & Eu deitada de lado e apoiada no cotovelo direito, resolvo alongar um pouco a perna esquerda. Estico a dita completamente e fico segurando o dedão do pé com a mão esquerda. Depois de um tempinho, acho que aquilo está um pouco estranho e resolvo conferir com o Márcio:

– Tu consegue fazer isso aqui?

– Claro que não!

– Hm, acho que a ioga deve estar fazendo efeito mesmo.

– Sim, né?

Moral da história 1: Dez meses de ioga fazem muita diferença na vida da pessoa.

Moral da história 2: O Márcio acredita mais no meu corpo do que eu mesma.

terça-feira, 26 de setembro de 2006

Fazendo campanha

Gostei desta idéia do Emiliano e resolvi aderir e divulgar:

Você, que diz que vai votar no Cristovam Buarque, vote nele. Você, que acha a Heloísa Helena é meio louca, meio ingênua, mas boa gente, vote nela. Você tem pena de todos aqueles outros sujeitos que aparecem com 1 minuto regulamentar no Jornal Nacional? Vote neles. Até no Alckmin, se for o caso. Assim aumenta o número de votos válidos e tem 2º turno.
Aproveito e te peço pra clicar aqui.

sexta-feira, 22 de setembro de 2006

Pedindo desculpas?

Da Eliane Cantanhêde, na Folha de S. Paulo de ontem.
A quem interessa?

Recebi centenas de e-mails, vários reclamando de um "complô contra Lula" e perguntando qual o interesse dele e do PT numa lambança contra Serra.

Não sei, mas Ibsen Pinheiro talvez saiba. Ele presidia a Câmara durante a CPI do Collor e virou um potencial adversário de Lula na campanha presidencial seguinte, de 1994. Até que um tal Waldomiro Diniz, assessor de Dirceu e Mercadante, chegou às redações das revistas numa sexta-feira à noite (sem tempo de checar nada direito), com uma conta de US$ 1 milhão no nome de Ibsen. Depois se viu que o US$ 1 milhão era US$ 1 mil. Tarde demais. Ibsen foi cassado, a candidatura evaporou.

Num salto para 2006: Lula vinha franco favorito para ganhar no primeiro turno, alavancando a campanha do PT nos Estados. Por que não dar uma forçada de barra em São Paulo, favorecendo Mercadante e encurralando Serra, potencial adversário do PT em 2010?

Os petistas miraram em Serra, mas acabaram atingindo Lula, que quer pressa no desfecho e anda falando palavrões pelos cotovelos contra o PT. Atrapalhados, não?

Os suspeitos são tantos que caracterizam uma operação conjunta: Freud Godoy (Planalto), Expedito Veloso (Banco do Brasil), Jorge Lorenzetti (churrasqueiro), Oswaldo Bargas (amigão de Lula). E onde arrumaram R$ 1,7 milhão? Como nas novelas anteriores, já foi escalado um culpado: o presidente do PT, Ricardo Berzoini, "chefe" dos bagrinhos. Se eles são amigos pessoais de Lula, isso é "detalhe". Resta saber se Berzoini aceita se imolar sozinho.

Se aparecer algo contra Serra, a PF vai mostrar e a imprensa vai divulgar. Mas o que há até agora, mais uma vez, é o PT jogando sujo e, depois, se virando para livrar a cara de Lula. Na eleição pode colar. Mas a história não acaba aí. Se vier, o segundo mandato virá com "esqueletos no armário" pavorosos.

Tinha citado ela aqui, em 2004.

quarta-feira, 20 de setembro de 2006

Culpa judaico-cristã

Feriado estadual. Eu em casa. Sem conseguir não sentir culpa pelos amigos jornalistas ralando na redação.

Logo passa, imagino.

domingo, 17 de setembro de 2006

Wish me luck

Amanhã começo "um novo desafio". Desejo em dobro tudo o que vocês quiserem me desejar neste momento :-)

Merci.

quarta-feira, 13 de setembro de 2006

sábado, 9 de setembro de 2006

Dica de navegação

Aproveitando o gancho do comentário dela aí embaixo, boto finalmente um link pro Chucrute com Salsicha. Não sei como nos "conhecemos" na web, mas desde que a descobri, virei leitora certa do Chatterbox e das delícias do Chucrute.

Dica de leitura

Estou para escrever sobre Alho e Safiras desde que terminei a leitura, na semana passada. O problema é que não consigo pensar em nada mais perspicaz ou inteligente do que "que livro bom". Gostei tanto, que abandonei completamente as outras leituras que estava fazendo. Mas isso não durou muito, porque eu acabei com ele muito rápido.

Fiquei com vontade de escrever algo do gênero "Quero ser Ruth Reichl", mas também não é para tanto. Decidi falar sobre ele hoje assim, meio que de qualquer jeito – até porque não curto muito resenhas que fazem sinopses dos livros – para me livrar dessa pendência mental e porque quero muito que pessoas de quem eu gosto leiam e comentem comigo.

Falar sozinha sobre livro bom é meio chato. Quando conseguir parar mais do que cinco minutos pra falar sobre ele, faço uma resenha adequada no Mundo Livro e aviso por aqui.

PS.: Vocês devem ter notado que o Breve História de Quase Tudo não sai dali da minha lista de "Lendo", né? Não é que o livro seja ruim. O Bill Bryson segue escrevendo tão bem como sempre. O assunto é que é vítima do meu eterno preconceito. Não consigo deixar de lembrar sem saudades das insuportáveis aulas de ciências, física e química do colégio. Um dia eu termino.

quinta-feira, 7 de setembro de 2006

Sendo simplista

O simplismo combatido com simplismo. Estou absolutamente convencida de que essa tal apatia política, ou decepção generalizada, como queiram chamar, não passa de ignorância. Frases como "político nenhum presta" são, acredito, um sintoma claro de ignorância social e política. Tanto quanto a convicção de que tudo é culpa do governo. Isso é coisa de quem não tem noção de como a vida funciona.

Quem ainda não se deu conta de que os Executivos e Legislativos são uma representação fiel da nossa sociedade é ignorante. Ou alguém não percebeu ainda que quem elege político mensaleiro é o "cidadão de bem" que faz gato da NET, dá sempre uma enganadinha na declaração do IR, estaciona em vaga de deficiente sem ser, fura fila, anda muito acima da velocidade permitida nas estradas etc?

Não sou contra o direito de se anular o voto, mas não deixo de me decepcionar com quem prefere não se posicionar. Agora, dá licença, companheiro? Eu te dou todo o direito de votar nulo, mas me dê, por favor, o direito de te considerar um covarde e um ignorante. Prefiro me arrepender do meu voto e tentar fazer melhor em dois anos a simplesmente lavar as mãos e repetir, feito um entrevistado lugar-comum de telejornal: "Político nenhum presta".

Pronto, falei.

quarta-feira, 6 de setembro de 2006

Meu amigo fotógrafo

Como se não bastasse ser uma das pessoas mais queridas do mundo, o Raul agora está aqui, uma bíblia dos publicitários. Dá uma olhada e vê que lindo o trabalho dele.

terça-feira, 5 de setembro de 2006

Observações sobre hoje à noite

A Adriana Calcanhotto tem uma voz linda, é uma superintérprete, faz composições incríveis, tem uma presença de palco invejável e ainda por cima parece ser uma grande companheira para um chope.

Como eu desprezo o bis compulsório, adorei a atitude da Calcanhotto. Apesar de fazer protocolar saída de mentirinha, voltou antes que a platéia começasse com a chatice do "Volta! Volta!" ou o irritante "Por que parou, parou por quê" e tocou mais três músicas. A primeira, uma lindinha feita para ela pelo Péricles Cavalcanti.

Ah, nesta quarta, ela faz um show extra, às 18h30, para quem não conseguiu ingressos para as outras duas apresentações megalotadas do Em Cena. Os ingressos estarão à venda no Theatro São Pedro.

Comentário mal-humorado: duas meninas do meu lado achavam que a hora da música era a hora de conversar em tom normal. Sobre qualquer coisa. Não por acaso, suponho, elas só cantaram (altíssimo) as músicas que tocaram em novelas da Globo e demonstravam desagrado com as músicas "menos famosinhas" (sic, embora ache que elas escrevam "famozinhas" assim, com zê). É isso que dá democratizar demais a cultura ;-p

segunda-feira, 4 de setembro de 2006

Explicação pra Carol

Vocês podem me ajudar a explicar pra minha irmã – a loira magra, alta, linda (GRRRR) que chegou três anos e meio depois de mim por essas paragens – que os 29 anos que ela fez na sexta só não são melhores do que os 30 que chegam no ano que vem (e os 31, os 32...)?

Minha pequena grande audiência

  • Fuçando nas estatísticas do blog, descobri que O dia se espatifa é o primeiro resultado da busca por "cassia" no UOL Busca. Meio assustador, devo admitir.

  • Este humilde tem tido uma média de mais de 50 visitantes únicos por dia – "cujos quais" não comentam, e a maioria não sei quem são. Hoje soube que um tio, uma tia e um primo queridos estão entre eles.

  • Entre os últimos cem leitores, pintou gente da Itália, da Espanha, de Israel, da Inglaterra, de Portugal, dos Estados Unidos e, claro, do Brasil (Recife, São Paulo e Porto Alegre).

  • E nas ferramentas de busca, ontem chegaram aqui procurando por restaurante chines youyi, buteco cristóvão colombo e diferença entre restaurante e refeitório. Sinal que ando falando muito de comida?
Ei, amigo leitor, que tal uma sessão de apresentação aí nos comentários?

Recordar é viver

Por motivos profissionais, estou às voltas com lembranças do 11 de Setembro de 2001. Eis que fazendo aquela busca básica por "Cássia Zanon" (atire a primeira pedra...) na web, dou de cara com este texto escrito pela Lu Aquino há quase cinco anos para a Revista Press, de Porto Alegre.

O atentado que não abalou o Terra
Luciane Aquino*

Terça-feira, 11 de setembro de 2001. Às 9h, tudo o que eu desejava era um dia calmo para que a redação pudesse se recuperar do caso Silvio Santos e um expresso encomendado ao nosso cyber-café. Minha coluna deste mês, com o tema “O erro na Internet” (desde já prometido para a próxima edição), ia a meio caminho. Três horas depois, meus planos haviam desabado junto com o World Trade Center. E, se você estiver me lendo agora, isto significa que o nosso editor José Luiz Prévidi decidiu esperar que eu entregasse o texto e resistiu à tentação de lançar um 767 contra o sexto andar do Terra, como eu cheguei a temer que ocorresse quando meu prazo para terminar a coluna já tinha vencido há cinco dias.

Neste exato momento, vôo para o Rio de Janeiro. Ao contrário do que esperava, comi a comida de mentira com talheres de verdade, e os procedimentos de segurança no embarque não passaram de uma detida análise da minha carteira de identidade. Mais porque evidentemente a moça não sabia o que estava procurando no documento do que pelas suspeitas que a medonha foto possa levantar.

A pergunta que, baixada a poeira em South Manhattan, ronda a mente de quem trabalha na redação do Terra é: será que estes acontecimentos significarão para a Internet o que foi a Guerra do Golfo para a televisão a cabo? (A comparação é de autoria da editora-assistente Cássia Zanon, mas todos nós já roubamos e tomamos como nossa.)

Na Guerra do Golfo, a CNN se firmou porque foi a única emissora ocidental a permanecer em Bagdá, mas também porque, contrariando o que até então ocorria nas televisões, entendia a sede do público por informação contínua em determinadas ocasiões. A CNN apostou integralmente numa coisa que ninguém fazia em larga escala: jornalismo 24 horas, 7 dias por semana. Ganhou fama de emissora ágil e de credibilidade. O lugar onde alguém deve estar se quiser saber das coisas na hora.

Algo parecido aconteceu com a Internet depois do meu expresso matinal no dia 11 de setembro. Nunca uma cobertura do Terra teve tão bom retorno. O incremento da audiência e as mensagens elogiosas que recebemos dos usuários do mundo inteiro mostram que acertamos na mosca. Tivemos uma audiência maior do que a declarada pelo nosso maior concorrente. Foi um sucesso baseado em dois fatores. O primeiro se deve a uma perfeita sintonia entre a redação e as equipes de telecomunicações e tecnologia: a Terra permaneceu firme quando a maioria da concorrência saiu do ar porque a sua estrutura não comportou o tráfego.
Hoje estou num dos concorrentes do Terra. Minha camiseta é outra, mas não consigo não olhar pra trás e ver com orgulho o trabalho da equipe que eu integrava na época – e que não existe mais.

quinta-feira, 31 de agosto de 2006

Blogday is today

Fazendo a minha parte para "celebrar a descoberta de novas pessoas e novos bloggers" no Blogday.

Aline no País das Batatinhas
Divertida, irônica e inteligente, ela ainda por cima escreve bem demais.

b.LO.g
A Lô é uma fofa pessoalmente, e uma blogueira muito inspirada.

Bola de Chiclete
O Nasi dispensaria apresentações na blogosfera, mas está de endereço novo, de novo. Achei que valia reapresentá-lo.

El Mocogongo
Ele não decide se vai ser sério, brincalhão ou reclamão, mas faz um blog bem bacana de se ler.

Viaje na Viagem
Absolutamente conhecido entre aficionados por viagens, o Riq, este homem múltiplo, é um Blogueiro com bê maiúsculo.

terça-feira, 29 de agosto de 2006

8 Coisas

Fui chamada ao mesmo tempo pelo Sean e o Vitor para participar de uma dessas correntes de umbiguismo que rolam na blogosfera e falar oito coisas sobre mim. Ao trabalho...
  1. Fiquei chocada da primeira vez que me disseram que as pessoas têm medo de mim. Eu falo alto e sou cheia de opiniões, mas não imaginei que pudesse meter medo. É fato. Hoje me acostumei a essa idéia e nem acho tão ruim, mas quem me conhece de verdade deve saber como isso é esquisito.
  2. Meu raciocínio é hipertextual. Tenho uma imensa dificuldade para pensar em alguma coisa, qualquer coisa, de forma linear. Talvez isso explique por que eu prefira editar a fazer longas reportagens. E porque eu raramente leia só um livro de cada vez.
  3. Sou uma otimista incurável, mas sofro de sérias crises de pessimismo. Com a maioria das dúvidas da minha vida, tenho aquela certeza, bem lá no fundo, de que tudo vai dar certo. Na maioria das vezes, elas realmente dão.
  4. Cresci sendo muito amada pelos meus pais e a minha irmã. Embora isso tenha me dado uma segurança muito grande, também faz com que eu me sinta insuportavelmente exigente. Tenho a certeza absoluta de que sou realmente adorável (por isso o choque do item 1).
  5. Às vezes me espanto com o conhecimento que acumulei sobre alguns assuntos sem sentir. Tenho certeza de que não sei o suficiente a respeito de nada, mas acho que a média harmônica até que é bem razoável.
  6. Escrevo com poucos erros de gramática e, quero crer, nenhum de ortografia. Não sei nenhuma regra de cor – de pontuação, de acentuação, de nada. Quando me perguntam o que não tenho certeza, recorro ao Aurélio e ao Houaiss, mas quase sempre estava certa intuitivamente. No meu mundo ideal, as pessoas aceitariam as repostas "porque sim" e "porque não" em explicações sobre português.
  7. Desde que virei jornalista, minha rotina esqueceu o que são feriados. Isso me incomoda até hoje, por mais que eu tente dizer que não.
  8. Gosto de comer. Sempre gostei. Mas cada vez mais tenho gostado de ler sobre comida. Descobri que engorda bem menos, e a imaginação faz belas refeições.
Agora eu repasso o desafio para a Bina, a Camila, a Jana, a Joelma, a Nonô, a Lari e a Tica. Divirtam-se!

domingo, 27 de agosto de 2006

Das superstições de fim de semana

O Márcio e eu temos uma superstição segundo a qual a qualidade da primeira refeição de um fim de semana determina a qualidade de todas as outras até a noite de domingo. Neste, de novo, a tese se confirmou. O jantar de sexta – a indefectível combinação de Meia-Lua e Ninho de Passarinho no Youyi, nosso chinês preferido – deu início a uma sucessão de delícias.

Eis que começo a desconfiar que a superstição se aplique também a cinema/DVD. Pegamos dois filmes para ver. O primeiro, Shopgirl, vi sozinha, e achei encantador. Gosto muito do Steve Martin quando ele resolve ser ator e não palhaço. O segundo, O Corte, não foi uma surpresa porque não há como esperar menos de Costa-Gavras. É um soco no estômago. Humor negro da melhor qualidade, com cenas de suspense nada explícito ("ele vai matar esse cara ou não?") e um ator fantástico que lembra muito o Jack Lemmon (o que, para mim, já é uma qualidade).

quinta-feira, 24 de agosto de 2006

Os políticos não agüentam mais esse povo que está aí

Mais um dos inúmeros exemplos de "tirou as palavras dos meus dedos", este artigo do Guilherme Fiúza no no mínimo.
O fiel do mensalão

Não há nenhum, absolutamente nenhum descompasso entre a sociedade brasileira e os políticos que a representam. De empresários a artistas, de Ipanema ao Morumbi, ninguém é melhor do que os inquilinos dos palácios e do Congresso Nacional. Aliás, está na hora de os melhores políticos fazerem um movimento de “basta” contra a flacidez e a ignorância da opinião pública.

Está lançada a sugestão: deputados respeitáveis de todos os partidos, da esquerda à direita, um Fernando Gabeira (PV), um José Carlos Aleluia (PFL), um Paulo Delgado (PT), um Miro Teixeira (PDT), um Gustavo Fruet (PSDB), um Raul Jungman (PPS) e outros, muitos outros políticos dignos do Brasil, que trabalham duro quase sem descanso, lançariam um manifesto: “Acorda, eleitor”.

O movimento teria objetivos muito claros. Denunciar, por exemplo, essa elite intelectualmente preguiçosa, que cada vez que é assaltada na esquina convoca uma passeata de branco na Vieira Souto contra “os políticos”. Eles admitem que não sabem o que fazer, que não sabem direito o que se passa em Brasília, que não têm a menor idéia de solução a propor, apenas “não agüentam mais” e “estão enojados” com tudo isso que aí está.

Foi exatamente assim que a classe média deu o apoio que faltava ao golpe militar de 1964.

O manifesto dos políticos dignos pediria um basta também ao analfabetismo ideológico dos engajados. Eles não agüentam mais ler sobre o pensamento “dos artistas e intelectuais”, por exemplo, e descobrir que a “classe artística” em questão é um grupinho simbiótico que ronda as reuniões políticas em apartamentos aconchegantes.

Os políticos dignos, que muitas vezes abrem mão da vida privada para servir ao povo (isso não é uma ironia), avisariam ao Brasil que não têm estômago para ouvir o compositor Wagner Tiso anunciar, sem constrangimento, que não está preocupado “com qualquer tipo de ética”.

Wagner Tiso está triunfante. No meio do escândalo do mensalão, no emaranhado de negociatas de Delúbio, Valério e companhia nas barbas de Lula, antes de qualquer investigação ser concluída, o compositor marcou posição em favor do presidente. Comprou, por assim dizer, ações de Lula na baixa. Não que já não fosse aliado dele, mas no momento difícil hipotecou sua reputação em nome do presidente.

Agora que Lula está prestes a ser reeleito, Tiso fatura ostensivamente os dividendos de seu investimento. O mensalão foi esquecido pelo povo, o caixa dois se tornou algo “que todo mundo faz”, e a ética não é uma coisa que mereça tomar o tempo precioso da classe artística.

Os políticos brasileiros não agüentam mais esse povo que aí está.

quarta-feira, 23 de agosto de 2006

Novo site

Tá bonita a nova casa virtual da L&PM. Dá uma olhada.

Ufa

Dia de fúria em potencial: acordei às 6h > peguei um taxista que falava alto e ininterruptamente e fez um caminho que deu dois pilas a mais do que o normal > cheguei ao trabalho às 7h > lembrei que tenho mais tarefas do que tempo > descubro que, além do secador de cabelos, a secadora de roupas e o ferro de passar também estragaram > o estacionamento do acupunturista cobrou uma hora a mais porque eu passei um minuto do tempo > fui ao shopping atrás de uma bota em promoção, mas só tinha coisa feia > peguei a menor fila do supermercado, onde comprei ração pros bichos, e foi a mais demorada, com um cara esquisito puxando papo > não consegui tocar na tradução > na hora de sair da minha mãe para pegar o Márcio, não encontro a minha chave > no caminho, com TODAS as sinaleiras fechadas, ligo para todos os lugares por onde passei e, não, a chave não está em lugar nenhum > quando chego na Zero Hora, o Márcio está emburrado com a minha demora > em casa, a extensão que uso para ligar o aquecedor está estragada > uma das lenhas que o Márcio bota na salamandra de ferro tranca o buraco da chaminé e o fogo entra todo para dentro de casa, olhando de fora, parecia um incêndio.

Até que não foi tão mau assim: o segundo chaveiro 24 horas para o qual liguei fez a troca do segredo da porta (que eu sou neurótica mesmo) pela metade do preço do primeiro que me atendeu. Se quiserem, eu dou o nome > a cópia da chave codificada do carro que eu tinha perdido não custava duzentos e poucos pilas como inicialmente previsto, mas cento e dez > hoje, a mãe achou as chaves num canto da casa dela.

Torcida para os próximos capítulos: que a secadora, o secador e o ferro tenham conserto > que eu ache uma extensão boa a um preço decente > que esse diazinho mala não custe muito mais do que os 40 das chaves novas e os 20 do taxista tagarela > que a equação pouco tempo para muitas tarefas algum dia tenha alguma compensação.

domingo, 20 de agosto de 2006

Para o Riq

Mais tradicional churrascaria de Porto Alegre, o Barranco estava 110% vermelho na quarta-feira passada. Reserva com antecedência? Só se a pessoa se dispusesse a entrar na fila de espera de quase mil pessoas.

Quando cheguamos, a Jana e eu, depois de eu trabalhar na edição da capa do clicRBS e quase ter uma síncope nervosa em plena redação naqueles extenuantes 10 minutos finais da partida, conseguimos pegar a última mesa. Colada à porta. Para seis pessoas. Um grupo de pelo menos oito vinha do Beira-Rio.

Volta e meia alguém puxava o hino ou um dos novos hits da torcida colorada – Inter, Inter, Somos campeões da América; Colorado, colorado, nada vai nos separar, somos todos teu seguidores, para sempre vou te amar. O Chico, um dos sócios, estava literalmente vermelho dos pés à cabeça: blusão de lã vermelho, camisa vermelha, faixa de campeão na testa e rosto... vermelho. Muito vermelho.

Mesmo com a chuva fininha que ainda caía no começo da madrugada, as mesas do lado externo estava lotadas. Ninguém ousava pensar no carrinho de saladas. O movimento era tanto, que a certa altura o chope precisou começar a ser servido em copos de plástico. Na porta de entrada – do meu lado, lembra? – dezenas se acotovelavam e se diziam amigos dos donos, do Fernando Carvalho, do Papa. "Eu já tenho mesa", mentia a maioria.

O Márcio conseguiu chegar do estádio às três da matina, isso porque deixou o carro estacionado na casa dos pais dele, a duas quadras dali. Diferente fosse, estaria até agora procurando por uma vaga para estacionar a menos de dois quilômetros de distância.

A relativização do tempo daquela noite me chamou muita atenção. Todo mundo trabalhava no dia seguinte, mas ninguém fazia menção de ir embora. Quase às cinco da manhã, um trio elétrico passou pela Protásio. E dê-lhe "Glória do Desporto Nacional".

Mas mais do que o tempo, foi a relativização do espaço que me espantou: a quantidade de gente reunida ali sem uma briga sequer tinha que estar contrariando a lei da física segundo a qual dois corpos não ocupam o mesmo espaço ao mesmo tempo (ou coisa que o valha).

Colorada desde antes de nascer, preciso admitir que, naquele dia, meu coloradismo ficou roxo.

quarta-feira, 16 de agosto de 2006

Meu amigo cineasta

Vai passar na quinta em Gramado: Vera Lúcia, curta do multimídia dgdgd. Além de diretor de publicidade e sound colocator, o cara, também conhecido como Diego de Godoy, é uma das figuras mais doces que eu conheço – e tem a maior paciência do mundo com a minha boca grande.

Eu, que já vi o filme, baseado num conto do Carlos Gerbase, queria poder subir a Serra pra ver de novo.

E o cartaz ainda por cima é lindinho, nénão? (Clica em cima pra ver maior.)

Fato

A tradução da primeira metade de um livro é sempre mais demorada do que a da segunda metade.

domingo, 13 de agosto de 2006

Bela mudança

Assim, à primeira vista, nem mesmo a resistência natural a mudanças resistiu à bela mudança d'O Globo Online. Não foi só o visual que mudou, mas a intenção de interagir cada vez mais com os internautas.

Além disso, O Globo em versão digital ficou leve, ao contrário dos pesados e esquisitos Jornal do Brasil e O Dia. E ainda dá a possibilidade de se ler os textos "fora" da página diagramada – mais adequado para a leitura na tela.

sábado, 12 de agosto de 2006

Pílulas de mau humor

  • Como me irritam (1) atores e atrizes que dizem que desde criança queriam ser atores e atrizes porque passavam horas na frente do espelho imitando personagens, (2) cantores e cantoras que dizem que estavam fadados a gravar por fazerem escovas de cabelo de microfones e (3) jogadores de futebol que justificam o sucesso contando que desde pequenos chutavam qualquer coisa redonda que viam pela frente – qual criança nunca fez pelo menos uma dessas coisas, meu Deus? Eu queria ver era um neurocirurgião que dissesse "aos cinco anos já sonhava em abrir a cabeça de alguém para tirar um tumor".
  • Como me dá vontade de bater em supermodelos que dizem que foram acompanhar uma amiga numa seleção "só por farra" e acabaram sendo escolhidas mesmo sem nunca, jamé de la vie, terem sequer cogitado da possibilidade de serem modelos – apesar de terem um metro e oitenta, pesarem 16 quilos e terem feito vários cursos de manequim "para ajudar na postura".
  • Vocês já repararam que a poesia e as artes plásticas são as áreas da arte que mais margem dão pra picaretagem? Desconte-se, claro, o fato de que eu não sei ler poesia e me considero uma anta para qualquer coisa que se chame "instalação".
  • Será que não dava para os setores de marketing das lojas e empresas de serviço saberem que o meu pai morreu há mais de dez anos e pararem de me mandar torpedos, malas diretas e e-mails que só fazem me lembrar da falta que ele faz?

Momento "por onde ando andando"

A Aline anda narrando suas aventuras acadêmicas.

O Cleber, citado aqui, volta a atacar com suas idéias.

A Fezoca, que chegou aqui sabe Deus como, é uma das leituras mais divertidas que tenho feito.

O Gui trocou de leiaute. Ficou bacana.

A Loraine anda se manifestando mais. Que bom.

O Riq anda falando no Inter no meio das suas viagens. Ê!

O Roca divide as delícias de ser um jovem pai de primeiríssima viagem.

O Sean, como nos tempos em que fomos Caras Novas juntos, segue ácido e discordando de mim em quase tudo. Ainda assim, não consigo não gostar do que ele escreve.

sexta-feira, 11 de agosto de 2006

Mon Dieu

Como é que em pleno 2006 há quem ainda faça o mesmo discurso de 1968? E acredite nele?

Ai, que cansaço.

quinta-feira, 10 de agosto de 2006

Da série reciclando comentários feitos em blogs alheios

Sobre este post do Sean:
Por isso temo que não tenho futuro na vida acadêmica. Eu vi um filme divertido, com uma bela música e atores bonitos.

Deus, pra quê tudo isso? ;-)
De verdade, a minha "rasidão" às vezes me assusta. Por outro lado, também me tranqüiliza um pouco.

terça-feira, 8 de agosto de 2006

domingo, 6 de agosto de 2006

Mil perdões

Fui obrigada a acionar aquelas palavrinhas chatas nos comentários por causa dos spams.

:-(

sábado, 5 de agosto de 2006

Salvador da pátria

Quando acordei hoje (que já é ontem), meu computador estava meio zureta. Ligava e desligava automaticamente sem parar. Uma tristeza.

Mas a máquina não contava com o poder do meu supertécnico! Foi quem me vendeu o querido e não permite que barbeiragens minhas (ele diz que não foi, porque é gentil, mas só pode ter sido alguma porcaria que eu instalei) me deixem sem o meu meio de trabalho (e de postar aqui também).

Se estiverem precisando de computador novo, falem comigo, que eu dou os contatos do hôme :-)

Valeu, Martin!

quinta-feira, 3 de agosto de 2006

Pelo amor de Deus

Um desafio: vejam este vídeo e não se emocionem.

Um dia excelente...

... (i.e. honesto) no refeitório da firma: pastel de carne não-gorduroso e beterraba cozida sem côco.

*

Sim, como deve estar ficando evidente, nesses últimos dias eu ando só trabalhando. É fase.

quarta-feira, 2 de agosto de 2006

Enquanto isso, no refeitório da firma

A "salada" do dia era repolho com abacaxi.

Assim, ó

Um esclarecimento aos queridos comentaristas que insistem na tese de que a culpa principal desse fato lamentável é dos maconheiros: maconheiro não consegue fazer isso. Na pior das hipóteses, fica rindo feito trouxa sem pensar que tudo vai acabar assim.

Mas, atenção, que eu não estou fazendo apologia à cannabis. Estou só tentando evitar que esse tipo de bobagem continue sendo dita impunemente.

domingo, 30 de julho de 2006

Cego e banguela

Este blog sofre com uma eterna crise de identidade. Digo sempre que é algo para não se levar nem ser levado a sério. Mas às vezes escorrego e acabo falando de coisas importantes. Sempre sem a profundidade necessária, é verdade. Mas funciona como uma espécie de desabafo. Afinal, é o espaço que me cabe nesse latifúndio, onde posso dizer o que penso e assinar embaixo.

Não tenho uma opinião formada sobre isto. E isso é estranho. Porque acho importante me posicionar sobre quase tudo. Uma característica, reconheço, que é parte do que me faz chata. Só sei que quando vejo coisas como estas, volto a ter oito anos de idade e sinto vontade de chorar, porque não acredito que se possa ser pragmático nem escolher lados quando há vidas em jogo.

Quando leio coisas como esta, eu me sinto burra, muito burra, porque não consigo entender por quê. Entender sim, compreender, nunca. Viro a Mafalda olhando desesperançada para o globo e sonhando em ser tradutora na ONU para distorcer só um pouquinho os absurdos ditos pelos chefes de Estado, tornando-os mais sensatos.

Quando passo duas semanas trabalhando com este tipo de informação, eu me dou conta de que a minha casca não endureceu o quanto poderia. Ainda que a minha sensibilidade não esteja mais tão afinada como deveria. E fica tocando na minha cabeça como um mantra uma frase do Gandhi que eu costumava escrever na primeira folha de todos os meus cadernos de História no colégio:
Olho por olho, dente por dente, e o mundo acabará cego e banguela.

sexta-feira, 28 de julho de 2006

Mania de gourmet

Acho até que já escrevi que tenho pavor de restaurante de bufê a quilo em que não se consegue comer uma salada simples, de alface, agrião e tomate, por exemplo. Dono de bufê a quilo que insiste em tascar morango na alface, manga no agrião, geléia na rúcula e invencionices do gênero merece a forca.

Bufê a quilo não é restaurante gourmet, caramba. Se fosse, a comida não ficaria cozinhando mais do que o necessário no bufê com um monte de gente falando em cima e deixando cair cabelo nas 1.678 variedades. Claro que eu como em bufê a quilo. Por mim, ficaria sempre com o bom e velho pêéfe, mas é quase impossível evitar bufês a quilo hoje em dia. E, sim, alguns são bem honestos.

Porém, tergiverso. Não é exatamente em bufês a quilo que estou pensando agora, mas no refeitório da firma. O refeitório da firma tem uma comida comível quase todos os dias. Quando dizemos que está "excelente", queremos dizer que está "honesta". Quando classificamos como "boa", é porque está "comível". Nos demais dias, é uma tristeza.

Além do preço supersubsidiado, o outro ponto que acho legal no refeitório da firma é que sempre tem salada. Porque fazer salada em casa todos os dias é complicado. Então, mesmo nos dias de "tristeza", dá pra comer uma saladinha no refeitório da firma. Nem que seja de alface com tomate.

Hoje eu fiquei faceira. Tinha rúcula, alface americana, e o tomate estava bem bonitinho. Em seguida, o baque. Uma das saladas era uma coisa inacreditável: beterraba cozida com côco ralado! BETERRABA COZIDA COM CÔCO RALADO! Olha, posso dizer que dos 10 quilos que engordei quando morei em Sampa, pelo menos um terço foi comendo em restaurantes bacanas, com chefs criativos e misturas inusitadas. Agora... beterraba cozida com côco ralado? Isso eu NUNCA vi nem imaginei.

No fundo, eu me sinto uma antipática escrevendo isso. Afinal, só porque sei a diferença entre margarina e manteiga e azeite de oliva e óleo de soja me vejo no direito de achar que sei alguma coisa sobre gastronomia? Se bem que, lembrando de novo da beterraba com côco ralado, repenso o medo de parecer nojenta e concluo que se não me dá esse direito, deveria.

quarta-feira, 26 de julho de 2006

Eu tento, tento...

... mas não adianta. Não consigo fingir direito que não dou bola para o fato de que não vou precisar pensar no que te dar no segundo domingo de agosto. Velho, tem tanta coisa que tu ia gostar de ganhar!

Só a lista de livros e filmes que surgiram nos últimos dez anos preencheriam metade da memória dos computadores portáteis que tu provavelmente quereria usar, nem que fosse só pra jogar Paciência ;-)

terça-feira, 25 de julho de 2006

Dunga precisa de um novo lar

O "cara" é uma figuraça. Foi recolhido do meio da rua quando tinha pouco mais de um ano e sempre foi muito independente. Até agora, vinha morando numa casa com duas cadelas amigas, mas os "pais" humanos dele tiveram que voltar a morar em apartamentos, e ele não pode ir com eles. Porque o Dunga, apesar da elegância, é o que se pode chamar de espírito livre.

Diz a ex-dona, uma querida amiga, que não esconde a tristeza de não poder mais ficar com ele:
É um cachorro ótimo, bem dócil com pessoas e outros cães, e até gatos (depois de algumas latidas obrigatórias, ele deixa os bichanos em paz). Gosta muito de carinho e de estar perto da gente, e embora não tenha sido criado com crianças, interage bem com as que convive, aceitando carinhos e simplesmente se afastando quando eles começam a exagerar nos agarramentos.

É um vira-lata com pinta de lorde inglês, com um pêlo sedoso que chega a brilhar depois de um bom banho, mas não trai suas origens rueiras: tem espírito independente e adora longos passeios. Não foi acostumado a andar na guia, mas também gosta de acompanhar os donos em caminhadas e não há dúvidas de que pode aprender a andar de coleira muito bem.

Tem mais ou menos uns 6 anos, é forte e perfeitamente saudável, com todas as vacinas em dia. Ainda não foi castrado, mas isso pode ser providenciado antes da adoção. Não é um cão que impressione pelo porte ou que pareça feroz, mas é atento para todos os que passam na rua e sempre late quando alguém se aproxima do portão ou bate na campainha.
E então? Quem vai ser o sortudo novo dono do Dunga?

Enviar e-mails para: rauldodo@terra.com.br

domingo, 23 de julho de 2006

Ó vida, ó céus

O que faz a criatura quando ela chega às 23h de um domingo com a sensação de que a semana passada acabou de acabar e a que vem devia esperar pelo menos uns dois dias pra começar? Alguém aí tem um emprego com finais de semana e feriados livres pra me oferecer?

*

A única coisa boa de as minhas férias estarem longe é o fato de que eu não preciso me preocupar com a exorbitância das passagens aéreas.

sexta-feira, 21 de julho de 2006

Agora só no ano que vem

Ontem foi dia do amigo. Não sou do tipo que amaldiçoa essas "datas comerciais". Pelo contrário. Acho ótimo que inventem essas ocasiões artificiais em que a gente possa parar um pouquinho para lembrar de pessoas importantes com quem não conseguimos, por força da rotina maluca, falar e estar o quanto gostaríamos.

Pois no dia do amigo eu não falei com quase nenhum amigo meu. Com os que falei, passei batido pela oportunidade. Desculpa aí, queridos todos. É que esse mundo complicado e cruel não me deu tempo de respirar hoje. Quem mandou não estudar mais e resolver ser jornalista?

Bisous.

quinta-feira, 20 de julho de 2006

Porque eu estou mal humorada

Espero que essa venda da Varig pare com essa frescura de salvar a empresa com o dinheiro dos meus impostos. Da minha parte, seguirei preferindo Gol e TAM e voando Varig só quando for mais barato. Ou seja, nunca.

terça-feira, 18 de julho de 2006

Coisinhas

  • Sábado vimos Munique. Spielberg decepcionante, comprido demais, lento demais, explicadinho demais. Passa o recado, mas poderia ser mais contundente.
  • O que é aquele Eric Bana de tão ruim?
  • De onde tiraram que aquele Daniel Craig pode ser James Bond?
  • Domingo eu e a Carol vimos Superman Returns. Gostei mais do que tinha me disposto a gostar.
  • Gostei do Brandon Routh, visivelmente escolhido pela semelhança com o Christopher Reeve, e da recuperação da voz do Marlon Brando como Jor-El.
  • Estou cansada. Preciso de férias de novo.

sábado, 15 de julho de 2006

Momento citação

Das consolações para as dificuldades...
Toda a vida é difícil; o que torna algumas vidas satisfatórias é a maneira de encarar o sofrimento. Todo infortúnio é um indício vago de que algo vai mal. Reverter ou não este prognóstico depende do grau de sagacidade e de determinação daquele que sofre. A ansiedade pode desencadear o pânico ou uma análise precisa de uma conjuntura desfavorável. Um sentimento de injustiça pode conduzir ao crime ou a uma obra teórica e bem fundamentada sobre economia. A inveja pode resultar em amargura ou a decisão de se entrar em competição com um rival e na produção de uma obra-prima.
Alain de Botton, em As Consolações da Filosofia, p. 253.

quinta-feira, 13 de julho de 2006

Aviso à praça

Eu não vou votar nulo.

Por favor, não me façam começar a falar sobre o assunto. Vocês não querem ouvir/ler o que tenho a dizer sobre essa idéia de jerico. Não quero ferir suscetibilidades.

Obrigada.

***

Update que se mostra necessário: Eu não disse para os meus queridos leitores não votarem nulo. Não disse que vou tentar convencê-los do contrário. Só disse que eu não vou votar nulo, ponto. E ninguém vai me convencer do contrário. Não percam o tempo de vocês. Nem o o meu.

Mais uma vez, obrigada.

segunda-feira, 10 de julho de 2006

Das lições da vida

Tem víveres que nunca podem faltar na minha casa, mas tem coisas que eu só compro quando vou comer mesmo. Frutas, legumes e verduras, por exemplo. Depois de muita coisa podre jogada fora – comprando quilos e mais quilos em afãs naturebas –, aprendi a fazer isso.

Hoje, na fila para pesar os tomates, batatas e cebolas que estão na categoria que nunca podem faltar, fiquei esperando um bom tempo enquanto uma senhora acima do peso pesava sacos e mais sacos de todos os legumes e frutas disponíveis no Zaffari, tudo num carrinho cheio de verdes.

Como se tivesse me ouvido pensar "Ih, voltou da nutricionista há pouco", ela olhou para trás, meio que se desculpando, e disse:

– Estou começando uma dieta furiosa.

Pensei em alertá-la para o fato de que ela não ia conseguir consumir tudo aquilo antes que estragassem – been there, done that! –, mas não quis parecer estraga-prazeres. Deixa ela descobrir sozinha.

domingo, 9 de julho de 2006

Ufa

Com o fim da Copa e o último capítulo da Belíssima, acho que agora podemos falar em eleições de vez, né?

Fazer o quê? Eu curto eleições.

sábado, 8 de julho de 2006

Minha mãe, essa figuraça

Eu falo muito no meu pai por aqui. Porque ele foi importante, é importante e foi embora muito cedo. Isso não quer dizer que a minha mãe tenha menos importância, mas a verdade é que não falo muito nela, e às vezes me culpo um pouco por isso. Daí me dou conta de que é porque falo muito com ela e, de muitas maneiras, eu sou ela.

Hoje ela faz 59 anos. Às vésperas de se tornar uma sexagenária – palavrinha feia essa –, parece muito mais jovem do que eu e a Carolina – minha irmã (mais nova, mais alta, mais magra e loira, humpf) – juntas. Absolutamente antenada, só não perde muito tempo aprendendo coisas que não quer aprender – navegar na Internet, por exemplo. Dona de uma tolerância excessiva, não tem a menor paciência para o que não a interessa.

Duas vezes por semana fazemos yoga juntas e, preciso confessar, não canso de me espantar com a capacidade física dessa criatura de um metro e sessenta que caminha rápido o tempo todo e fala pelos cotovelos. Está sempre reclamando que tem muita coisa por fazer, mas cuida de tudo e de todos, como se tudo e todos fossem mais importante do que ela própria. Felizmente, está aprendendo a cuidar mais dela também.

Segundo os amigos (meus e da Carol), ela é "iluminada", "mãezona", "figuraça". Desde que consigo me lembrar, é com ela que as amigas conversam sobre coisas que não conseguem conversar com as próprias mães. É dela o "Bolo de Fanta" que se torna inesquecível à primeira mordida e dela a execução de pratos que o Márcio usa como parâmetro para os meus. "Está quase como o da tua mãe", diz ele, quando quer me elogiar.

Quando, aos 48 anos, perdeu o amor da vida dela – sim, aquele pai que volta e meia aparece citado aqui –, juro ter ficado com medo de ela não resistir. Mas ela agüentou firme e seguiu e segue por aqui, construindo uma história que, ano a ano, fica mais ampla, mais iluminada, mais colorida.

*

Este post não é um presente nem uma homenagem de aniversário. É, isto sim, um agradecimento e uma lembrança de que, se não falo mais sobre ela, é porque não precisa. Ela é maior do que isso.

Era ISSO o que eu queria dizer

Claro que preferia eu mesma ter escrito o que vem abaixo. Enquanto não aprendo, sigo agradecendo que exista alguém que traduza o que estou pensando com mais competência.
A vitória da falta de modos

Tutty Vasques

A raça humana – ô, raça! - anda carente de paradigmas. Está cada vez mais difícil, como se sabe, dizer quem é o cara seja na política, nas artes, no meio sindical, no mundo GLS, nas organizações não governamentais, na badalação fashion, no crime organizado, na imprensa... Pegando o futebol como exemplo da hora, a gente percebe a dificuldade dos especialistas no assunto para apontar o nome da Copa. Zinedine Zidane tem sido lembrado muito mais pelo desfecho digno que ele vem imprimindo à sua biografia do que exatamente pelo esplendor do momento que vive na Alemanha.

Falando português claro, paradigma é o escambau, o mundo anda é medíocre pra caraca! Nessas horas - o filósofo Joel Santana me corrija se eu estiver errado -, surge sempre a figura do administrador de mediocridade como solução. Se ninguém faz a menor idéia de como resolver o problema melhor chamar quem saiba dele tirar o melhor proveito. Não pretendia tocar nesse assunto – do contra já basta o Diogo Mainardi -, mas quando Pedro Bial evocou o poeta russo Vladimir Mayakovsky para definir Felipão (“Nele a anatomia ficou louca, ele é só coração”), concluí que valia a pena dar minha cara à tapa para dizer o que penso a respeito do técnico da seleção portuguesa: acho ele o fim do mundo.

Azar o meu! O mundo inteiro – aí incluída a raça em extinção de pessoas inteligentes - está absolutamente encantado com toda aquela grosseria, força bruta, falta de modos, dificuldade com as palavras para dizer o que pensa, desequilíbrio emocional, teimosia, agressividade gratuita, desespero em forma de oração, tudo isso reunido numa coreografia assustadora à beira do gramado. Veja só como Pedro Bial justifica o gajo:

“Racionalidade? Scolari faz questão de não ser apresentado a essa senhora. Reclamar é parte importante no repertório de Felipão. Durante todo o jogo, ele não fica sentado mais do que 5 segundos. Seus assistentes levam cotoveladas, ele soca o abrigo, xinga o bandeirinha. Fiel ao jeito Felipão de ser não vai embora sem dizer uns desaforos para o juiz. Não é grave, como dizem os franceses.”

Pas grave é o escambau. Meu amigo Bial, como de resto quase todo mundo, parece enfeitiçado a ponto de transformar o que bem poderia ser denúncia em elogio. Parece que quanto mais estourado, fora de si, descontrolado, possuído e careteiro, melhor. Temo que o exemplo extrapole o futebol e atinja a política, as artes, o meio sindical, o mundo GLS, as organizações não governamentais, a badalação fashion, o crime organizado a imprensa... Imagine um mundo só de felipões! Pra mim, parece um pesadelo pior que o sonho do hexa.

Se aqui no Brasil esse desejo de felipização do mundo é maior que no resto do planeta, a culpa é do Parreira – sempre ele! -, que se comportou como o avesso do Scolari na Copa do Mundo. Aquela coisa deprimida no banco de reservas, defendendo falsas idéias em inglês nas entrevistas coletivas, fez nascer a expectativa pelo extremo oposto. Depois dele, o país apostou todas as suas fichas na vitória da boçalidade – pronto, falei! -, como se não existissem alternativas inteligentes na droga do mundo.

Se bem que, quando penso em Vanderlei Luxemburgo, me dá uma saudade danada do Felipão, apesar do Murtosa. Você sabe o que é Murtosa? Se não o conhece, favor apagar esse parágrafo. Caso contrário, não me provoque: não direi jamais o que penso a respeito.

quinta-feira, 6 de julho de 2006

quarta-feira, 5 de julho de 2006

Para deixar registrado

  • Eu torci para o Brasil em 2002, não para o Felipão.
  • Eu torceria para Portugal hoje, mas não para o Felipão.
  • Não é a imprensa que vai me dizer para quem eu devo ou não torcer.
  • Se é pra ser desclassificado da Copa, que seja pelos campeões.
Allez les bleus!!!

segunda-feira, 3 de julho de 2006

Apática sou eu, graças a Deus

Putz, que chato. Perdemos pra França. Mas a França jogou muito melhor. O Zidane jogou pra caramba. Foi justo. Enfim, sou apática, graças a Deus.

Não tenho nenhuma tese, não culpo ninguém e acho que essa raiva generalizada do Roberto Carlos (embora ele ter se abaixado na hora do gol realmente não tenha explicação), do Cafu (desde que ele dedicou a taça do Penta à Regina ele não me desce, mas, e daí?), do Parreira (que ajudou a trazer o Tetra em 1994, lembram?) e do Zagallo (que ajudou a trazer o Tri em 1970, lembram?) está passando da conta.

Hoje de manhã, ouvi no rádio que tinha cento e cinqüenta pessoas no Aeroporto Tom Jobim (o Galeão, lembra?) só para xingar o Parreira. Cento e cinqüenta. Três ônibus lotados. Ah, tenha santa paciência! Vão se tratar.

Ainda bem que a Copa acabou.

Desmoralizante

O meu post mais comentado dos últimos tempos consiste num emoticom com reticências.

quinta-feira, 29 de junho de 2006

Meu autor de auto-ajuda de estimação

Era maio de 1997, e eu fazia a minha primeira viagem ao Rio de Janeiro, a segunda viagem na companhia do Márcio. Louca de faceira com as livrarias lindinhas de Ipanema e Leblon, onde passamos grande parte do nosso tempo, resolvi comprar – na Letras & Expressões – um livro que não falasse sobre jornalismo e retomar a minha vida de leitora leiga. Sim, porque pouco mais de um ano depois de formada, eu ainda estava bitolada nas leituras "profissionais" ou de textos jornalísticos e de não-ficção.

Dois segundos depois de tomada a decisão, bati o olho num livro de capa bacaninha – quem nunca comprou livro pela capa, que atire a primeira pedra – e me encantei pelo título: Ensaios de Amor. Mais alguns segundos, e a leitura da orelha me deu a certeza: é este! As 228 páginas não resistiram ao fim das férias, e olha que a gente fez coisa naqueles dias. Devorei o livro em muito pouco tempo. Não lembro muito bem, afinal, lá se vão quase dez anos, mas, se não me engano, ele cita amiúde o Roland Barthes de Fragmentos de um Discurso Amoroso.

Abre parênteses. Também pode ser misturança da minha cabeça. É que Fragmentos de um Discurso Amoroso foi o primeiro livro que li na faculdade, em 1992, na cadeira de Semiótica. Absolutamente todas as páginas acabaram rabiscadas e marcadas de todas as formas. Foi um deslumbramento. Tirei 10 no trabalho. Minha primeira nota 10 na faculdade. O livro, emprestei a alguém que não me devolveu. Tristeza absoluta e perda irreparável até hoje. Não tanto pelo livro, mas pelas anotações. O que será que a Cássia de 32 anos pensaria das anotações da Cássia de 18? Enfim. Fecha parênteses.

Sei que, antes de qualquer coisa, ler aquele livro específico do Alain de Botton me fez voltar a ler só por prazer. Sem pensar no que o livro ia me acrescentar. A partir dali, e até agora, devo confessar, leio praticamente qualquer coisa que caia nas minhas mãos e me suscite o menor interesse.

(Re)descobri muitas coisas boas em estilos por vezes absurdamente distintos: Antônio Torres, Bill Bryson, Carl Hiaasen, Carlos Heitor Cony, Cláudia Tajes, Fausto Wolff, Flávio Tavares, Helen Fielding, Inês Pedrosa, Jeffrey Steingarten, Kurt Vonnegut, Machado de Assis, Nick Hornby, Paul Auster, Ricardo Freire, Rosa Montero – para citar só alguns dos quais li pelo menos dois livros desde então. Também li muita porcaria, é verdade. Principalmente na categoria "livro mulherzinha", mas não é sobre isso que eu estou falando.

E por que lembrar de tudo isso agora? Porque depois de ler Movimento Romântico e achar mais ou menos, comprei dois paperbacks do mesmo de Botton antes de saírem em português, porque a pressa era grande. E foi quando comecei a ler How Proust Can Change Your Life que a coisa desandou. Meu desconfiômetro me fez achar que eu estava lendo auto-ajuda, e meu preconceito me obrigou a escondê-lo de mim mesma. Junto, escondi Kiss & Tell, o outro paperback ali de cima.

Há uma semanas, tentando organizar os meus livros, encontrei os dois, pobrezinhos, cheios de poeira. Picada pelo mosquito da moda da "filosofia pop", resolvi dar mais uma chance antes de levá-los ao sebo. E não é que o encanto renasceu? Pedi os últimos livros traduzidos no Brasil. Ainda não ganhei/comprei todos, mas estou lendo e curtindo As Consolações da Filosofia, e o Desejo de Status já está na cabeceira, me provocando.

E tem mais: curti muito o How Proust Can Change Your Life. Tanto que fiquei com muita vontade de efetivamente ler Em Busca do Tempo Perdido. Em 1997, foi o Alain de Botton que me devolveu à pura e simples literatura (e conseqüentemente me levou a achar que talvez traduzir pudesse ser o meu plano B). Nove anos depois, ele me aproxima de Marcel Proust. Agora, me diz, se o que ele escreve não é auto-ajuda, o que é?

terça-feira, 27 de junho de 2006

Idéia para o Parreira

No lugar dele, eu criaria um código com os jogadores, em que:
  • Galvão, tu é um c*rno! = Fecha a defesa!
  • Zeca Camargo, tu é gay que eu sei! = Passa a bola! Passa a bola!
  • Aqui, ó, surdinho filho da p*ta! = Vâmo! Vâmo! Vâmo!
E assim por diante.

Não é genial? ;-)

segunda-feira, 26 de junho de 2006

Diquinha etílico-gastronômica

Porto Alegre carece de botecos bacanas como o São Cristóvão, o Astor, o Pirajá e o Filial em Sampa; o Bracarense, o Jobi e o Belmonte no Rio. Não me venham com os bares da Cidade Baixa, porque na minha cabeça boteco que se preze tem, além de bebida boa, comidinhas criativas e bem feitas, e eu não conheço nenhum por ali que tenha dessas coisas.

Pois eis que ali na Cristóvão Colombo tem o Buteco, com ambiente e atendimento simpáticos. Não deixe de experimentar o croquete de salame e queijo (não faz essa cara antes de experimentar), o bolinho de bacalhau, o sanduíche de pernil e os hambúrgueres. Os filés dali ainda não provei, mas, em sendo a mesma cozinheira do clássico Oswaldo Aranha do Rocky's, posso dizer: vai sem medo!

Isso sem falar que o chope e a caipirinha também são tri. Recomeindo.

terça-feira, 20 de junho de 2006

Da série tem gente louca nesse mundo

(Não é à toa que todo mundo empaca aí. Essa passagem é hiperdefeituosa. É quase impossível atinar que o raio vívido desse verso é o mesmo de amor e de esperança e que desce à Terra, com crase, no verso seguinte. Ah, vão se catar!)

Foi o que muito bem disse o Riq neste post do blog depois de ser vítima de uma horda de gente mal-educada e mal resolvida nos comentários deste outro post. Fiquei tão absolutamente pasma, que dei uma pausa na minha pausa do blog só para comentar isso.
*

Daí aproveito pra agradecer a menção fofa (e absolutamente exagerada) da Angélica, que escreve livros que eu gostaria de ter a capacidade escrever.