O dia se espatifa: 2014

segunda-feira, 22 de dezembro de 2014

Balanço do ano

2014 foi um ano intenso. Um ano de perdas, rompimentos, afastamentos. Mas também um ano de ganhos, reencontros e novos encontros. Foi um ano de depuração. De autoconhecimento e um pouco mais de percepção sobre o nosso papel nesse universo — se é que isso é realmente possível.
2014 foi o ano em que completei 40 anos. Com a meia-idade, veio a crise. Mas quem disse que crises são sempre ruins? Obrigada de coração a todos os que me acompanharam nas últimas 52 semanas, da maneira que tenha sido. Pessoalmente, por telefone, por e-mail, por Facebook, por telepatia. Obrigada a cada um de vocês.
Obrigada, 2014.
Vem ni mim, 2015.
Que cada um que esteja lendo esta mensagem tenha muitas coisas boas a celebrar daqui a um ano.

sábado, 11 de outubro de 2014

As críticas a quem as merece

Não é novidade pra ninguém que me conhece e me acompanha que, desde que saí da RBS, em novembro de 2012, eu me tornei uma grande crítica nas redes sociais das práticas empresariais e o resultante jornalismo que sai de lá. Já teve muito amigo querido que me alertou para eu cuidar para não ficar parecendo rancorosa demais (rancor do quê, se minha vida profissional só melhorou?) e teve muito ex-colega que eu respeito demais fazendo cara feia pra mim ao me encontrar, como se eu fosse uma espécie de traidora.

Mais de uma vez, inclusive, gente que ainda está lá dentro e a quem eu respeito me mandou mensagem reclamando por ter se sentido pessoalmente ofendido por críticas feitas a conteúdos da firma. Claro, esses conteúdos são feitos por gente, muita gente boa, e é natural que eles se ressintam de críticas. Mas é fundamental entender que não é uma questão pessoal, é questão aritmética.

Nas redações da RBS ainda tem muita gente ótima. Muita gente, inclusive, a quem eu devo muito do que sei e sou e tenho. Só que é preciso cuidar com a repetição do discurso do patrão (de que o "jornalismo" precisa se adaptar aos novos tempos, blablablá). Eu mesma repeti esse discurso com convicção muitas vezes, e hoje tenho vontade de sumir quando lembro de coisas que disse.

É que, lá dentro, esse discurso parece fazer muito sentido, mas, daqui de fora, é triste, muito triste ver redações sem gente pra fazer bem o que sempre foi bem feito. Quem restou (e a tendência é que o número seja cada vez menor) está matando um bando de leões por dia, mas a falta de gente, de quantidade mesmo, não de qualidade, tá cada vez mais evidente nos produtos. Porque os produtos não ficaram menores, pelo contrário. Tem muita coisa bacana sendo feita ainda, evidente e felizmente, mas a que custo para esses profissionais? Para a motivação e a alegria de viver dessas pessoas?

É matemática: 200 pessoas pensam mais, melhor e com mais folga do que 20. Não importa o quão excelentes sejam as 20 cabeças. Assim, espero que o pessoal que batalha no dia a dia pra fazer sites, jornais e programas de rádio e TV entenda que, nas minhas críticas (com suas repercussões quase ínfimas, é bom lembrar sempre), nunca está uma crítica ao pessoal valoroso com quem tive, em muitos casos, o orgulho e o prazer de trabalhar. A minha crítica foi, é e sempre será à mentalidade obtusa e tacanha dos dirigentes da empresa (ok, eu sei que tá assim no mundo todo, mas as demais empresas não me disseram respeito), que estão tentando provar na marra que é possível contar com geração espontânea de conteúdo.

domingo, 5 de outubro de 2014

Política de verdade

Então daqui a pouco a gente vai votar. E eu espero que todo mundo vote contente com suas escolhas. E eu fico contente de saber que, independentemente do resultado das urnas, minha vida e minhas crenças, na segunda-feira, seguirão seus rumos.
Política eleitoral é inevitável, e é importante, mas não tenho dúvidas de que é no dia a dia, no contato com quem está perto da gente e no nosso respeito pelos outros – na política do cotidiano –, que podemos fazer realmente alguma diferença.

domingo, 21 de setembro de 2014

Uma lista e 10 escolhas

Ontem, no Facebook, minha amiga Luciana Delacroix me desafiou a fazer uma lista de 10 livros que me marcaram. Não gosto disso. Sempre acho que falta muita coisa. Então, decidi fazer a lista dos 10 primeiros de que me lembrei. Foi na ordem de lembrança, não de importância:

1. Matadouro 5 - Kurt Vonnegut
2. A língua absolvida - Elias Canetti
3. Eichmann em Jerusalém - Hannah Arendt
4. As penas do ofício - Sérgio Augusto
5. O papel do jornal - Alberto Dines
6. Fragmentos de um discurso amoroso - Roland Barthes
7. Lágrimas na chuva - Sergio Faraco
8. Memórias do esquecimento - Flávio Tavares
9. Marcas de nascença - Nancy Huston
10. Ensaios de Amor - Alain de Botton

Feita a lista, parei para a analisar o percurso do raciocínio, e achei bem interessante: (1) o livro que traduzi que mais me orgulho de ter traduzido até hoje, (2) primeiro livro "complicado" que li, aos 14 anos, que me fez lembrar da questão do judaísmo e do (3) livro mais forte sobre o holocausto que li até hoje, que me fez lembrar do texto do Sergio Augusto postado hoje pela Maria Lucia Rangel no Facebook e do meu (4) livro preferido dele, que me lembrou outro livro sobre jornalismo (5) que eu li e reli, que me lembrou de livros que li na faculdade e do (6) que mais me emocionou deles, que me fez pensar nos livros mais emocionantes que li nos últimos tempos (7, 8 e 9), e daí eu decido olhar pra estante e pegar o nome do último que li.

segunda-feira, 1 de setembro de 2014

A militância petista me convenceu: voto Marina

Então a militância petista vem tentar abrir meus olhos para o fato de a Marina poder não cumprir o que promete. Como diriam em Sorocaba: "Ah, vá?" Também não precisa gastar saliva ou digitação para vir me provar que a candidatura Marina não tem nada de "nova política". Sou grandinha o suficiente para saber o que o marketing político faz (precisa fazer?) para ganhar uma eleição. O PT sabe muito bem como isso funciona desde 2002.

Minha escolha é pessoal e tem motivações quase emocionais. A questão é que não sei se quero continuar vivendo sob o jugo político de pessoas que se consideram detentoras da verdade e da bondade suprema, que, em nome de fins nobres, possam apelar a meios que, antes, essas mesmas pessoas consideravam espúrios.

Política é mais do que números. Política é mais do que se perpetuar no poder. Política tem a ver com respeitar a opinião do outro e buscar consenso. E tem mais: eu também estou cansada – muito, muito cansada – de ser chamada de direita por um grupo que se julga o único detentor das boas iniciativas do mundo. Direita não!

Eu quero arriscar a melhorar. Ainda que, com isso, corra o risco de piorar. Cheguei a pensar em votar conservadoramente (na Dilma), pra seguir na zona de conforto (a vida tá ótima pra mim, preciso confessar), mas a postura da militância "empoderada" (para usar uma palavra que me irrita profundamente) me convence cada vez mais de que apostar em quatro anos em um governo do PSB e da sua aliança pode ser o melhor a fazer pela democracia do país.

terça-feira, 15 de julho de 2014

Acabou! Acabou! Acabou! Acabou!

Eu nunca, jamais desejei que não houvesse copa. Nunca, jamais acreditei que pagaríamos mico de qualquer forma com nossa infraestrutura, mesmo sem obras. Sempre acreditei que a vinda da copa para o Brasil era uma grande chance de dar mais visibilidade ao país e que a vinda de turistas seria – como sempre é – uma oportunidade única para termos contatos com culturas diferentes e aprendermos que, sim, somos melhores do que nos enxergamos.

Dito isto...

GRAÇAS A DEUS ACABOU A COPA!

Desculpem, mas desde aquela coisa anódina de 2002, com o Cafu dedicando a taça à mulher e ao Jardim Irene (e eu tendo de trabalhar nas madrugadas na cobertura do evento do outro lado do planeta), torcer para o Brasil na Copa do Mundo me emociona tanto quanto jogos olímpicos ou o BBB, ainda que eu entenda perfeitamente quem se emociona (até 1998 eu AMAVA). A simples realização da Copa, portanto, não seria motivo para esta minha antipática comemoração.

A questão é que entre 12 de junho e 13 de julho, minha vida virou um caos. Ser profissional liberal é ótimo. A gente faz nosso horário, tira folga quando quer, distribui o volume de trabalho como dá vontade, pode passar uma terça-feira inteira passeando com a filha sem precisar dar justificativa a ninguém. Basta que o trabalho esteja em dia.

Daí que meu volume de trabalho não diminuiu durante a Copa (graças a Deus!), mas os dias úteis, sim. Para meu esquema funcionar, a filhota vai para a escolinha todas as tardes, de segunda a sexta. De manhã, quando não consigo ficar com ela, a pitoca conta com os cuidados da supervovó. Estava tudo lindo, e havia alguns meses que eu conseguia não trabalhar nunca às noites ou aos finais de semana E atender aos clientes sempre nos prazos, sem atropelos.

O que me espanta um pouco ainda foi o fato de eu não ter me dado conta antes da matemática simples que se deu neste mês que passou: em dia de jogo na cidade, não tinha escolinha da Lina à tarde + em dia de jogo do Brasil, não tinha escolinha da Lina à tarde. Vocês se deram conta que sobram três tardes em uma semana? Pois é. Eu NÃO tinha me dado conta de que isso ia acontecer. Com isso, não consegui ficar simplesmente indiferente à Copa, como havia planejado. Eu fui atropelada por ela. E passei um mês trabalhando durante as noites e aos finais de semana, quando a Lina – a maior prioridade da vida – estava dormindo ou sob os cuidados da avó, que, aliás, foi fundamental no processo todo. E tá exausta também, tadinha.

Enfim, é mimimi azedo. Ninguém te obrigou a ler até aqui, néam? Mas eu precisava desabafar.

Pra não dizer que não falei de flores, parabéns, Alemanha. Que feio os nossos 7 x 1 e 3 x 0. Orgulho master do nosso país (e da minha cidade) pelas festas lindas. Blablabá...

Agora, sigamos com a programação normal! \o/

quinta-feira, 3 de julho de 2014

Pechincha chinela...

Fecha a sinaleira, lembro que meu carregador do celular do carro quebrou, abro o vidro e chamo o moço que vende carregadores de celular.

- Moço, me dá um para Samsung - digo, pegando a carteira.
- É 25 real.
- Ah, não. O último eu paguei 10. Obrigada - digo, guardando a carteira.
- Faço por 20.
- Não obrigada, não tenho 20. E paguei 10 o último.
- Eu sou empregado, moça. Faço por 15.
Começo a fechar a janela e ele ATIRA o troço pela janela.
- Me dá 12.
- Só tenho 10 - mostro a nota de 10.
- Pode ser.

Em vez de me sentir esperta, tô me sentindo trouxa, trouxa. Mais um pouco e ele tinha me dado uns 5 pilas pra trazer o carregador. Contrabandeado. Provavelmente a 50 centavos a unidade.

***

Sim, o treco funciona.

domingo, 23 de fevereiro de 2014

E a vida começa...

Quando eu era menina, diziam que a vida começava aos 40. Hoje o ditado foi atualizado, e já houve quem dissesse que ela começa, mesmo, mesmo, aos 60. Que seja. Fato é que há três dias completei 40 anos e... nada mudou. Mas, mesmo assim, achei que precisava fazer um post aqui. Pra deixar este fato marcado e pra tirar um pouco da poeira deste humilde.

domingo, 12 de janeiro de 2014

Os Globos de Ouro e eu: dia de perder seguidores nas redes sociais

Não vou mais ao cinema como ia. Também nem vejo mais tantos filmes em casa como via. Devo estar vendo hoje os filmes dos Globos de Ouro de 2012, mas quem se importa. Eu quero é dar meus pitacos no tuíder sobre os atores e atrizes e diretores (antigos, que os novos eu não conheço, sorry), as roupas e o comportamento geral do prêmio, que eu acho divertidíssimo, como fiz em 2009 e em 2007.

Em suma, hoje é dia de ganhar unfollow no tuíder e no feice. Criei até um liveblog pra isso. :-D