Durante a gravidez, fiz várias vezes a autocrítica de como estava monotemática. Mal sabia que depois do nascimento da minha filha a situação só pioraria. Nas primeiras semanas, pensei seriamente que meu cérebro jamais voltaria a absorver qualquer informação ou conhecimento que não estivessem relacionados àquela criaturinha linda, apaixonante e frágil no meu colo. Quatro meses e meio se passaram, e há alguns dias, naturalmente, comecei a pedir licença à maternidade e a olhar um pouco ao redor. Sigo completamente apaixonada, minha filha está cada dia mais linda e ainda me parece frágil, mas começo a perceber que posso aproveitar o fato de ser mãe da Lina e continuar interessada no mundo ao redor ao mesmo tempo. E essa percepção tem sido libertadora.
Este blog nunca foi sobre tema algum. Como disse na minha apresentação: "Jornalista, tradutora, arquiteta de informação, gerente de projetos e professora de jornalismo online, tudo ao mesmo tempo agora, sou incapaz de concentrar meus interesses numa área só. Com preguiça de ter um blog para cada assunto, acabei optando por este, que fala de tudo um pouco – e, claro, de quase tudo mal." O descompromisso com a profundidade sempre foi uma marca deste humilde e, mesmo assim, impressionantemente, cheguei a ter uma clientela fiel, que muito me animava a buscar novas informações sobre velhos interesses e novos interesses. Em busca desse estímulo, declaro o blog oficialmente "desparalisado" para assuntos que não apenas... a maternidade.
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P.S.
Bendita seja a licença-maternidade. Bendita ao cubo seja a licença-maternidade de seis meses - que pode ser aumentada com um mês de férias. Porque só assim uma mãe consegue passar por esse processo que estou passando com um quê de tranquilidade.
Mas, vamos combinar, querido tempo, será que dá para passar um pouquinho mais devagar nos próximos dois meses e meio? ;-)