Os livros do Márcio estão sempre superorganizados. Classificados por estilo e autor, em ordem alfabética de sobrenome. São aproximadamente 2 mil volumes que ele sabe sempre onde estão. Se empresta algum deles, lembra sempre para quem foi e quando.
Os meus livros estão uma zona. Todos amontoados debaixo da escada, sem qualquer tipo de organização. Parte deles ainda está na minha mãe, outros tantos estão emprestados não sei para quem nem sei desde quando. Sempre digo que não vou emprestar mais livros, mas não adianta.
O Flávio Tavares – a primeira pessoa que entrevistei na vida – lançou um livro maravilhoso, O Dia em que Getúlio Matou Allende, que comecei a ler com avidez nesta semana. Só que antes de começá-lo, eu queria reler o igualmente perfeito Memórias do Esquecimento. E quem diz que eu acho o dito lá em casa?
Enfim...
Revirando meus alfarrábios em busca do livro (que estou convencida de ter emprestado para alguém, falta só lembrar quem), encontrei preciosidades da Cássia que fui há 10, 15, 20 anos. Cartas de e para futuros ex-namorados, amigas e amigos, pedaços de diários começados e logo abandonados. Lendo tudo aquilo, fiquei espantada com a minha coerência. Espantada para o bem e para o mal.
As maluquices de quem fui aos 10 anos estão todas aqui. Modificadas, é verdade, mas ainda são exatamente as mesmas. A pessoa que eu prometia ser foi a pessoa em quem me transformei mesmo tendo "largado para Deus". Mais uma vez, para o bem e para o mal.
Moral da história: eu preciso arrumar melhor os meus livros.
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