O ônibus, de dentro, lembra uma gaiola. Ou uma cela. As pessoas parecem tristes. Ninguém lê. Ninguém parece prestar atenção na paisagem. Estão absortos, ensimesmados. Os cobradores ainda existem. Os bancos são duros. A distinção de classe é palpável. Os ônibus foram feitos para os pobres. São eles que devem passar, diariamente, duas, três, até quatro horas encafuados.Este trecho está no eloqüente artigo no NoMínimo do Mario Sergio Conti, que acabou de chegar de uma temporada de três anos em Paris. Há mais de um ano, falei um pouco disso que me perturbou tanto lá. A tristeza no olhar das pessoas sempre foi o que mais me impressionou na cidade. Inclusive no olhar dos remediados, dos que andam de carro e mesmo dos que freqüentam(avam) a Daslu.
Acredito que morar em São Paulo exija, acima de tudo, persistência e capacidade de abstração. Talvez um dia eu chegue lá...
Ou não.
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