O dia se espatifa: janeiro 2008

quinta-feira, 31 de janeiro de 2008

Da correria e da busca por um pouco de calma

Não é reclamação, juro. Apesar de cheia de trabalho, não tenho do que reclamar, pelo contrário. Mas esta semana me dei conta de três sintomas de que talvez esteja na hora de dar uma diminuída no ritmo.


1 - Por estar sempre com a agenda do dia na cabeça e a próxima coisa por fazer em mente, acabo não me olhando no espelho com a freqüência usual. Logo, literalmente, não me enxergo. Não me enxergando, chego em casa à noite totalmente descabelada. Um horror. Decisão número um: prestar atenção ao espelho. E dar um jeito nos cabelos pelo menos umas duas vezes durante o expediente.


2 - Quando o único horário que a pessoa tem para fazer coisas pessoais é o horário do almoço, ela não almoça. Não almocei direito esta semana. Não passei fome, mas comi tudo mais errado do que o normal. Decisão número dois: almoçar. Simples assim.


3 - Com o horário de verão, o céu de Porto Alegre só escurece depois das 21h. Nas últimas três semanas sempre cheguei do trabalho com noite fechada. Nada bom. Desse jeito, quem vai querer saber de espelho e almoço? Decisão número três: chegar em casa pelo menos ao pôr-do-sol, pelo menos três vezes na semana.


Agora vem Carnaval, e a folia dos outros vai ser o meu momento de buscar o foco. Ou pelo menos uma escova de cabelos.

Postado por Cássia Zanon

Telefonemas atrapalham telefônica

A pessoa vai a uma loja comprar um aparelho de telefonia móvel. Quando sai da loja, no começo da tarde, recebe a informação de que o aparelho vai estar habilitado até a noite. À noite, descobre que isso não aconteceu. Daí a pessoa tenta ligar para a loja para ver o que aconteceu. O 102 não tem o telefone da loja. O site do hagah não tem o telefone da loja. O site da empresa telefônica não tem o telefone da loja! A pessoa liga para o serviço de atendimento ao cliente da telefônica e recebe a informação de que desde o mês passado os telefones de todas as lojas deixaram de ser informados no site ou em qualquer serviço de informação porque os clientes atrapalhavam os atendentes com as suas ligações!!!

Isso quer dizer que a pessoa vai ter que VOLTAR PESSOALMENTE na loja para PERGUNTAR o que houve. Isso quer dizer que pelo segundo dia consecutivo a pessoa não vai conseguir almoçar.

Chove na cidade da pessoa. Apesar de ter sido muito bem atendida no dia anterior, por alguém que certamente não tem nada a ver com essa decisão estúpida, a pessoa ficou MUITO mal-humorada.

*

Atualização às 13h30: Problema resolvido. A moça que me atendeu tinha esquecido de informar o número correto do aparelho. Nossa conversa levou um minuto e meio. Mas eu gastei meia hora para ir e voltar até a loja.


Postado por Cássia Zanon

terça-feira, 29 de janeiro de 2008

Na Norte


A revista Norte é uma revista bem bacana, editada pelo Tito Montenegro, dono da Arquipélago Editorial, que, desde que surgiu, já publicou alguns títulos bem bacanas e inclusive ganhou um prêmio Jabuti, no ano passado.

Pois depois de ler este post, o Tito pediu há algumas semanas que eu fizesse uma resenha do livro para a revista. Eu fiz, e está lá, o que muito me orgulha, já que o texto botou meu humilde nomezinho ao lado de gente tão boa como o Sérgio Rodrigues e o Pedro Gonzaga e dentro de uma publicação que tem uma bela entrevista com o Rubens Figueiredo, um dos maiores tradutores brasileiros.






Postado por Cássia Zanon

domingo, 27 de janeiro de 2008

Sumiço, indignação e planos para o Carnaval

Ando sumida, eu sei. Chefe de férias, muitas coisas acontecendo no trabalho e fim de semana na praia.

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Não pude deixar de passar por aqui para comentar a minha indignação com a falta de noção dos motoristas que trafegam pela Freeway nesses finais de semana de verão. Jogaram no lixo a regra de que ultrapassagem deve ser feita pela esquerda? Praticamente todo mundo costura entre as três pistas, como se fosse a coisa mais normal do mundo. É tenso e assustador.

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Carnaval vai ser em Porto Alegre, que tal montarmos juntos um plano de fim de semana/feriado cultural longe da folia. Dicas nos comentários, por favor ;-)

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Bom começo de semana para todos nós. Prometo tentar aparecer mais.

Postado por Cássia Zanon

terça-feira, 22 de janeiro de 2008

Ah tá...

Alguém tinha alguma dúvida de que O ano em que meus saíram de férias não seria indicado ao Oscar?

Postado por Cássia Zanon

domingo, 20 de janeiro de 2008

Constatação

A pessoa se dá conta de que ficou velha e/ou ranzinza quando olha uma programação cheia de nomes conhecidos como a do Planeta Atlântida e pensa que só gostaria de ver mesmo o Jorge Benjor.

Se bem que, considerando que ele já fazia sucesso quando a pessoa nasceu, a pessoa não pode ser assim tããão velha, nénão? :-)


Postado por Cássia Zanon

quinta-feira, 17 de janeiro de 2008

Por que (re)ver Tangos & Tragédias


Quebrando um jejum de mais de dez anos – depois de ter visto o espetáculo mais vezes do que cabem nos dedos das mãos entre 1987 e 1995 –, fui ontem ao Theatro São Pedro para assistir à (re)estréia de Tangos e Tragédias, sucesso absoluto em Porto Alegre – e outras plagas – há mais de duas décadas.

Em vez de (re)escrever o que muitos já escreveram e disseram, preferi listar alguns poucos dos trocentos motivos que temos para (re)vê-los sempre:

- A gente ri durante 90% do tempo. Nos restantes 10%, estamos ou cantando junto ou recuperando o fôlego. Ou tentando fazer tudo isso ao mesmo tempo
- A não ser quando chove, saímos junto com eles do Theatro, e o fim da cantoria se dá em plena Praça Marechal Deodoro, sempre linda à noite
- O Theatro São Pedro é sempre um encanto. E o ar condicionado, nos dias de calor do verão porto-alegrense, é uma bênção
- Além de engraçadíssimos no palco, o Nico Nicolaiewsky e o Hique Gomez são dois músicos fantásticos
- O ingresso custa bem menos do que uma sessão de terapia, e o efeito é mais divertido e mais duradouro



Postado por Cássia Zanon

sábado, 12 de janeiro de 2008

Lord!

Tenho PAVOR do BBB. PAVOR. Admito ter visto as duas primeiras edições. Mas daí garrei PAVOR. Só que notícias sobre essa coisa pululam nas capas dos portais, e mesmo quem, como eu, não quer saber, acaba sabendo que um psiquiatra (!) que está lá dentro é gay, que uma tal de Natália e um tal de Fernando se beijaram e que uma tal de Gyselle (assim mesmo, com ipsilone e dois éles) é o primeiro anjo da casa.

...

Agora... ruquérs??? E pensar que essa coisa mal começou.

Postado por Cássia Zanon

Não compre um animal de estimação!

Acabamos de chegar em casa depois de uma tarde agradável na cidade vazia – uma gripe impediu o casal aqui de ir para a praia no fim de semana. No caminho, cruzamos com um filhotinho canino branco e preto, lindo, lindo, sozinho em pleno bairro Assunção.

Por alguns instantes, eu e o Márcio chegamos a hesitar. Levamos para casa? Acabamos não fazendo isso. Agora estou aqui com o coração apertado, como sempre fico quando não pego um desses bichinhos do meio da rua.

No momento, sem condições de me comprometer a cuidar direito de outro cachorro, o mínimo que posso fazer é insistir com os meus poucos porém qualificados leitores numa tecla antiga: se você quer um cachorro ou um gato, pelo amor de São Francisco, não compre, ADOTE!

*

No Bicharada sempre tem bichinhos precisando de donos. Um mais lindo do que o outro.


Postado por Cássia Zanon

quarta-feira, 9 de janeiro de 2008

Assinando embaixo

Estava acompanhando meio de longe a discussão nas listas de tradutores de que faço parte. Até agora, tinha apenas feito uma anotação mental para me unir aos colegas contra plágios em traduções.

Para minha sorte, o Carlos André fez um post sobre o assunto no Mundo Livro, e finalmente acabei dedicando alguns segundos a ir lá no blog criado pelo pessoal da Litterati para botar meu nomezinho entre o de tanta gente boa.

A polêmica é boa, e é impressionante ver a capacidade que alguns têm de desrespeitar a inteligência e o trabalho alheios.


Postado por Cássia Zanon

terça-feira, 8 de janeiro de 2008

Quando o assunto é Hollywood

Pouca gente sabe mais de Hollywood do que Ana Maria Bahiana. Além de queridíssima e charmosíssima, a mulher escreve MUITO! E agora está de casa nova.

Vai AGORA lá no novo blog dela e aproveita para ir conhecendo a casa enquanto a mudança do endereço antigo ainda está acontecendo.


Postado por Cássia Zanon

segunda-feira, 7 de janeiro de 2008

Pô, aí ó...

Ainda não sei o que foi o melhor desta noite: se descobrir que agora tem uma cachaçaria Água Doce pertinho de casa ou se ir dormir de pilequinho em plena segunda-feira, depois de um caldinho de feijão, um escondidinho de camarão e um coquetel de morango com cachaça.

Opiniões no comentário abaixo ;-)

Boa noite!


Postado por Cássia Zanon

domingo, 6 de janeiro de 2008

Das leituras necessárias


Acabei de ler neste instante possivelmente um dos melhores livros que lerei em 2008. Hipnotizante pela história e pela força narrativa, Marcas de Nascença é uma daquelas leituras que nos acompanham o tempo todo, mesmo quando fechamos o livro. Ao terminar o último parágrafo, fui impelida a reler vários trechos anteriores, que se recobriram de novos significados.

Impossível não se emocionar e não se identificar, bem como deixar de procurar em todos os que nos rodeiam que tipo de sofrimento infantil gerou o adulto que conhecemos. Difícil também não pensar com cuidado na reponsabilidade que temos diante dos pequenos, a quem muitas vezes vemos como indiferentes às situações que presenciam e vivem involuntariamente.

A elegância do texto da escritora canadense Nancy Huston é um dos principais atrativos do livro, que narra a passagem dos seis para os sete anos de quatro personagens em quatro momentos distintos da História. Da Califórnia dos dias atuais à Alemanha do final da II Guerra Mundial, passando pela Israel do começo da década de 1980 e Toronto e Nova York do começo da década de 1960, mostra o peso dos conflitos próximos e distantes na formação da nossa personalidade.

Traduzido do francês pela minha querida amiga Ilana Heineberg, Marcas de Nascença – que dei de presente de Natal para algumas das mulheres mais importantes da minha vida – é uma leitura necessária. E emocionante.



Postado por Cássia Zanon

quarta-feira, 2 de janeiro de 2008

Primeira dica de 2008


%22Meus agradecimentos se estendem (...) à Internet: descobri que as pessoas estão fazendo upload de suas vidas no ciberespaço, e estou convencido de que todo conhecimento e toda memória humana existirão num hard drive apropriado que, para ser preservado, será lançado para fora do sistema solar para orbitar numa galáxia muito, muito distante.%22

Assim terminam os agradecimentos que encerram a interessantíssima autobiografia do ator/escritor/dramaturgo/comediante americano Steve Martin. Profissional de Internet apaixonada pelas possibilidades do ciberespaço, fico sempre feliz quando leio observações como esta escritas por gente que admiro. 

Quando menina, fui uma aficionada pelos filmes nonsense que ele estrelou - começando por Um Espírito Baixou em Mim e O Panaca, e passando por coisas engraçadíssimas como Cliente Morto Não Paga -, e enquanto as minhas colegas só tinham olhos para o Tom Cruise e o Rob Lowe, eu fazia capas de caderno com um humorista grisalho.  

Já não sou mais tão fã assim. Apesar de ter achado Shopgirl, baseado num livro dele, muito bonitinho, não tive coragem, por exemplo, de ver sua versão para o Inspetor Clouseau, imortalizado pelo genial Peter Sellers. Só o trailer serviu para me assustar.

Foi, portanto, com um pé atrás que comecei a ler Born Standing Up, em que ele conta a trajetória que percorreu até virar um megapopstar da stand-up comedy e, afinal, acabar trocando a vida nas estradas pela de ator de cinema.

Tocante, sutil e bem escrito, o livro vale a pena. É curioso descobrir o motivo pelo qual ele não morreu de overdose nem entrou numa espiral autodestrutiva como aconteceu com tantos humoristas da mesma geração. A descrição que faz das abordagens que sofria nos tempos de megasucesso permite que o leitor compreenda o que tantos vêem como antipatia de grandes astros como uma atitude perfeitamente normal. A forma como recuperou a relação com os pais depois de muito tempo dá aquela sensação boa de que talvez nunca seja tarde para consertar aquilo que não ficou muito legal pelo caminho.

Por enquanto, infelizmente, o livro ainda não está traduzido para o português. Mas não é preciso ler mais do que razoavelmente bem em inglês para poder curtir essa minha primeira dica do ano.

E feliz 2008 para todos nós.


Postado por Cássia Zanon