O pessoal da Zero Hora me pediu ontem um texto falando sobre a influência das redes sociais nos relacionamentos humanos. Daí saiu o texto que foi publicado na página 5 do jornal de hoje, e eu reproduzo abaixo.
Como assim, virtual?
Facebook, Twitter, Last.fm, LinkedIn, Na rede, Interatores, Orkut, del.icio.us, Flickr. Entre em alguma dessas redes sociais, e é batata: meu nome está lá. Em todas, a pessoa física Cássia Zanon virou cassiazanon – ou @cassiazanon, no caso do Twitter. Seja por necessidade profissional ou gosto pessoal, estão lá o link para meu blog, meu currículo, as músicas que tenho ouvido, comentários sobre o dia-a-dia, sugestões de artigos sobre assuntos que me interessam e, imagino, interessam a quem me interessa.
Dentro desses sites, reencontro amigos de infância, do colégio, da faculdade, colegas e ex-colegas de trabalho. Também faço novas amizades e entro em contato com profissionais reconhecidos nas minhas áreas de atuação. Para quem está enfronhado no mundo digital há uma década, isso não chega a ser uma novidade. A novidade é a adoção dos novos meios de relacionamento por parte de cada vez mais pessoas.
Antes mesmo de surgirem as ferramentas, as redes sociais se montavam em blogs, sites e listas de discussão por e-mail. Exatamente como no mundo físico, em que as pessoas há séculos se reúnem em torno de interesses comuns em confrarias, clubes e associações. A diferença é que as associações de agora não respeitam mais distâncias e abrangem muito mais gente.
Apesar de inúmeras provas em contrário, ainda há quem fale da superficialidade das relações engendradas na internet. Só que não necessariamente os perfis virtuais são diferentes das pessoas reais. Como na vida civil, aliás, há de tudo: relacionamentos profundos e encontros de conveniência, alianças profissionais importantes e agressões gratuitas, quem se expõe menos e quem se expõe demais, quem é igual no Orkut e na happy hour e quem se transforma atrás do escudo do anonimato. Já é praticamente ponto pacífico que não são as ferramentas as responsáveis pelas características das redes sociais virtuais, mas sim as mesmas pessoas que fazem da nossa sociedade o que ela é.
A teoria dos seis graus de separação não surgiu com a internet, mas estudos já sugerem que a distância entre duas pessoas seja menor graças a ela. Assim como os 15 minutos de fama hoje são medidos em bytes. Cada segmento da sociedade está ali representado, e cada um deles tem seus microfamosos. As redes sociais virtuais dão origem e espaço a mais formadores de opinião. Os círculos de influenciadores deixam de se restringir apenas à mídia tradicional. Exatamente como na vida real. Só que mais rápido, e em maior volume.
Em 25 de março, com o lançamento do site clicEsportes, nasceu também a rede social Na rede – narede.clicrbs.com.br. Entre os idealizadores dos sites, havia a dúvida: será que alguém precisa de mais uma rede social? Os mais de 3,5 mil internautas que aderiram ao ponto de encontro em 25 dias parecem atestar que sim.
Postado por Cassia Zanon