Faz tempo que eu não faço um desabafo por aqui. Provavelmente porque o Twitter tem canalizado as minhas implicâncias implicantes e os meus momentos óvidaócéusóazar. E também porque eu ando bem sem paciência para ter o trabalho de ignorar os (poucos) comentários desaforados deixados por (pouca) gente que não tem coisa melhor para fazer do que entrar aqui só para me criticar pelo que mais claramente criticável tem este humilde: a absoluta desimportância dos meus posts para o futuro da humanidade - ou da vizinhança, vá lá.
É só que hoje me deu vontade de desabafar com mais de 140 caracteres.
Fico muito chateada quando corrigem o que fiz certo com algo errado e eu sou obrigada a descorrigir a correção depois de passar algum tempo achando que tinha feito alguma bobagem. E eu não estou falando daquele tipo de certo e errado que está nas zonas cinzentas da vida, porque a experiência já me ensinou que tudo o que está nas zonas cinzentas merece e precisa ter o benefício da dúvida. Estou falando do certo e errado do tipo preto e branco. Em que o errado é errado, e o certo é certo, ponto.
Acho que sou uma pessoa bastante ciente dos meus - muitos - defeitos. Ao longo desses 35 anos neste planeta, tenho buscado constantemente eliminar ou ao menos domar cada um deles. Inclusive e principalmente os defeitos que eu ainda não sabia que tenho. Aliás, se tem algo que tenho tentado aperfeiçoar cada vez mais é a capacidade de ouvir o que os outros têm a dizer ao meu respeito. Tenho aprendido não apenas a ouvir como a agir em relação a isso. Nem que a ação em questão seja não fazer nada - ou simplesmente passar a ignorar um eventual implicante. Daí que quando eu saio desabalada carreira para corrigir um erro que não cometi, me dá uma sensação enorme de perda de tempo. E, confesso, uma vontadezinha de devolver ao menos um dos meus defeitos ao seu estado natural: a autossuficiência exagerada.
Cabe esclarecer: o detonador deste desabafo não foi ninguém que eu conheça. Aliás, não sei nem o nome da pessoa que fez o que me chateou hoje. Nem se é homem ou mulher. E também não quero saber. E também a coisa toda é uma bobagenzinha, muito menor do que este post imenso. Só me fez refletir sobre essa nossa busca incessante por melhorar e os contratempos naturais que encontramos pelo caminho. E que podem nos fazer reverter progressos só de birra. Portanto, para evitar fofocas e especulações entre todos os meus unitários leitores, se eu e tu, querido(a) leitor(a), nos conhecemos de alguma forma - pessoal ou virtualmente -, pode ficar tranquilo(a): não é contigo a coisa. Aliás, nem sequer é pessoal. São só "coisas da vida", como bem disse o mestre Kurt Vonnegut.