O bebê que estou esperando é motivo de uma das maiores alegrias da minha vida. Foi desejado, esperado, planejado e sonhado. Porém, principalmente porque não quero que o peso da minha felicidade (e da felicidade da minha família) fique sobre ombros tão pequenininhos que ainda estão em formação, decidi começar uma lista (que certamente não se encerrará neste post) para dividir comigo mesma, com meus poucos – e valorosos – leitores e também com esta criança já tão querida, parte das tantas alegrias que acumulei nos 37 anos de vida sobre este planeta, antes mesmo da chegada dela.
Tenho certeza de que a lista seguirá crescendo – e certamente ganhará novos focos depois da maternidade. O que vem abaixo não está organizado nem por ordem de importância, nem por relevância. Vão desde imensas até minúsculas alegrias. Creio que posso chamá-la também de "grande lista de pequenas conquistas". Parte 1, claro.
- Sou amiga do meu marido, da minha mãe e da minha irmã
- Fui uma grande amiga do meu pai
- Minha letra cursiva é muito bonita quando escrevo com calma
- Assisti a mais filmes durante a infância e a adolescência do que muita gente que conheço
- Minha mãe me ensinou a ler aos 3 anos com o Pé de Pilão de Mario Quintana
- Sei a letra completa de todas as minhas músicas preferidas dos Beatles e do Chico Buarque
- Aprendi inglês tirando de ouvido as letras das canções dos Beatles e vendo a filmes na TV com a legenda tapada por um papel com fita durex
- Quando vou ao Rio de Janeiro, não me sinto culpada por não ir a nenhum ponto turístico
- Ainda mantenho grandes e queridas amigas que ganhei na infância, na adolescência, na faculdade e na vida adulta
- Traduzi três livros do Kurt Vonnegut
- Entrevistei o Brizola antes dele ficar gagá
- Entrevistei o Lula mais de uma vez (antes de ele ser presidente)
- Posso dizer que sou amiga de jornalistas do peso do Sérgio Augusto, da Maria Lúcia Rangel e da Ana Maria Bahiana – e continuo sendo fã deles
- Aprendi a fazer panquecas iguais às da minha mãe!
- Quando fui a Paris, consegui me comunicar bem em francês
- Um dia uma americana me perguntou de que parte dos EUA eu era porque não estava reconhecendo meu sotaque
- Em 2007, passei numa seleção para uma vaga no YouTube/Google. Não aceitei porque não queria morar em São Paulo (a vaga para a qual comecei a seleção não seria em São Paulo)
- Em 2003, tive coragem de admitir a mim mesma que não havia nascido para morar em São Paulo e que isso não era motivo de vergonha
- Tenho prazer de conviver com meus colegas de trabalho e de fazer o que preciso fazer
- Quando saio de férias, consigo me desligar do trabalho
- Saber que sou substituível não me atormenta, mas, pelo contrário, me estimula a querer ser desejável
- Aprendi que injustiças nos ajudam a crescer e melhorar
- Consigo tocar nos pés com as pernas esticadas
- Digito muito, muito rapidamente
- Não consigo dormir sem ler ao menos uma página de um livro
- Muita gente que indiquei a vagas de empregos se deram muito bem com as minhas indicações
- Tive chefes ótimos, razoáveis, medíocres e abaixo da média. Aprendi com todos
- Tenho ex-chefes que me tratam com carinho até hoje
- Sou ex-chefe de pessoas especiais que me tratam com carinho até hoje
- Acompanhei minha mãe no processo da cura de um câncer
- Tive o prazer de estar à mesma mesa de pessoas como Carlos Lyra, Luis Fernando Verissimo e Fernando Morais. Eles certamente não sabem quem eu sou, mas e daí?
- No colégio, era quase sempre uma das primeiras a ser escolhidas para os times das aulas de Educação Física
- Um dia me disseram que quando criança eu devia ser igual à Mafalda
- O poder alheio não me intimida
- Uma eventual incapacidade minha de lidar com meu próprio poder – por menor que seja – me apavora
- Plantei pelo menos uma árvore no meu jardim
- Ainda não escrevi um livro, mas traduzi mais de 30
- Já faz mais de 5 anos que eu mesma asso o peru do Natal da família
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