O dia se espatifa: Porto Alegre - São Francisco pinga-pinga

segunda-feira, 19 de maio de 2008

Porto Alegre - São Francisco pinga-pinga

Olha, nem foi uma passagem tão barata assim. E pelo que me conta quem viaja mais frequencia (quem disse que encontrei a trema neste teclado?), esse tipo de coisa não é tão incomum assim. E nem seria tão ruim, se pelo menos eu conseguisse dormir efetivamente dentro do avião e não apenas tirar cochilos de 10, 20 minutos a cada hora e meia e se os aeroportos fossem lugares mais amigáveis e tivessem cadeiras mais confortáveis, mesmo que fosse para alugar. Acontece que de sábado a ontem, passei 28 horas em trânsito, com a sorte de nenhum dos vôos atrasar, e o último chegar ao destino 15 minutos adiantado. E o meu destino não era o outro lado do mundo, como o da Tati Klix.  


Relendo esse primeiro parágrafo, vi que parece reclamação, mas não é, juro. É só um preâmbulo para a reprodução que faço a seguir do que escrevi no meu caderninho de viagem. Desde que aportei nos EUA, via Houston, há pouco mais de 24 horas, não podia ter sido melhor tratada e tido uma ótima impressão das pessoas e dos lugares. Porque apesar de traduzir e falar inglês fluentemente, e provavelmente conhecer Manhattan como a palma da minha mão (alguém realmente conhece a palma da própria mão?), por vários motivos, eu nunca tinha pisado em solo americano.  



Porto Alegre - São Francisco pinga-pinga: anotações de 28 horas de viagem


Sábado, 17 de maio


15h56
O aeroporto de Guarulhos parece uma rodoviária. Cheguei äs 14h30 de Porto Alegre, depois de um vôo tranquilo. Bateu a fome (o sanduíche de qualquer coisa desconhecida servido pela TAM não funcionou muito bem como almoço, mas as alternativas do ex-Cumbica são das mais limitadas. Agora estou à espera de uma fatia de pizza de mussarela que vai me custar a bagatela de R$ 18 e alguns centavos. O vôo para Houston, previsto para sair às 21h15, ainda sequer aparece na tela de informações da Infraero. Para passar o tempo, dois livros bobos, uma revista e - graças a Deus - meu primo Tales, que não vejo há quase um ano e que vem chegando...


19h10
Estou segura de ter comido a pior pizza de mussarela EVER. Massa fofa e mole, mussarela fria, o horror, o horror. Em compensação, foi cara. O Tales está ótimo e me ajudou a passar o tempo. Estou com sono, mas não quero cochilar e estragar o ânimo de dormir no avião. Já tenho muitos planos para depois da minha chegada a São Francisco (prevista para ocorrer 31 horas depois da hora em que acordei hoje de manhã. Tem sessão de autógrafos do Carl Hiaasen, e isso promete ser uma bela estréia em território americano. So far so good.


20h09


O tempo se arrasta. Já estou há quase 12 horas sem entrar online, e começo a ter sinais de abstinência. O embarque deve começar logo. A partida está confirmada para as 21h15, e eu não aguento mais esses assentos horrorosos do aeroporto. Deve ser parte de um acordo entre a Infraero e as companhias aéreas, porque depois dessas coisas duras e desconfortáveis, qualquer poltrona apertada de classe econômica vira o paraíso.


Domingo, 18 de maio


0h20


Então finalmente eu estava quase conseguindo dormir no vôo, faltando ainda quase sete horas de viagem para Houston, mas uma criatura insuportável, um homem (aparentemente gaúcho, aparentemente professor de marketing) simplesmente fala ININTERRUPTAMENTE há quase uma hora. Estou ouvindo o canal de jazz, mas não adianta. É daquelas malas com voz tonitruante. Estou mesmo é com pena do interlocutor...


4h26
Estou morrendo de sono, mas o máximo que consigo é dormir períodos de mais ou menos 10 minutos. O americano de pernas compridas do meu lado bebeu, praticamen

Postado por Cássia Zanon, da Califórnia

5 comentários:

  1. "12 horas sem entrar online, e começo a ter sinais de abstinência" tadinha!
    Acho q meu desejo de boa viagem está vingando... :)

    Continua postando! Bjão!

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  2. Aproveite SF. Melhor cidade do mundo. E coma um burrito vegetariano na Haight-Ashbury.

    E sim, sobrevoar o deserto é a melhor parte do vôo. E pousar passando por cima daquele lago.

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  3. Quantas horas, melhor semanas, se leva para chegar ao outro lado do mundo? Porque viagens de avião há tempos deixaram de ser práticas pela rapidez. Fui a Buenos Aires e levei quase o mesmo tempo de ônibus. E em Garulhos (sim fui até SP) tive que tirar os sapatos para embarcar! Tudo porque a Melissa não passou no detector.

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  4. Cassia, voce ja foi a Vacaville! :-)
    O paraiso do compra-compra e 15 minutos da minha casa.
    beijo e aproveite a viagem.

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  5. Dear, estou enfrentando este dilema no momento: que vôo pegar pra lá??? Algum conselho? Me dá as tuas dicas lá no blog, vai: www.vouviajar.blog.br.

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