O dia se espatifa: agosto 2009

domingo, 30 de agosto de 2009

Por que ficar em Porto Alegre?

Faz ao menos dois anos - desde que abri mão de um emprego de sonho por achar que não valia a pena sair daqui - que eu me faço esta pergunta quase que diariamente. Ainda mais agora, com dois grandes amigos se bandeando para São Paulo, repetindo o trajeto que meu pai fez conosco em 1980, e o Márcio e eu fizemos em 2001. É uma pergunta plausível, já que não podemos deixar de levar  em consideração o oceano de oportunidades profissionais que, na comparação, São Paulo evidentemente oferece para quem escolheu a comunicação como meio de ganhar a vida - algo que o Márcio e eu fomos doidos o bastante para fazer. O fato é que ao me perguntar "por que ficar em Porto Alegre", quase sempre encontro muitas respostas. Elas quase nunca parecem suficientes, mas via de regra justificam a resistência em ir embora.



A Porto Alegre que vivo no cotidiano não tem trânsito caótico, já que moro na Zona Sul e não trabalho necessariamente nos horários de pico - exceção agora às quintas à noite, quando preciso ir à Unisinos, em São Leopoldo, e levo uma hora e meia para percorrer um trajeto de pouco mais de 40 quilômetros, o que ainda não me parece assim tão absurdo depois do ano e meio passado em São Paulo entre 2001 e 2003. A minha Porto Alegre tem uma vista diária do Guaíba, a partir da sacada do meu quarto ou da vaga em que estaciono o carro no meu condomínio. Tem também os cafés que frequento que não pertencem a uma grande rede de franquia e têm cada um a sua especificidade - e proprietários que nos conhecem pelo nome e sabem o que a gente quer.



A minha cidade tem um centro tido por muitos como medonho, mas onde sou capaz de encontrar pequenos oásis de cultura e gastronomia que amenizam o choque da pobreza inevitável dos centros de cidade que não passaram ainda por um projeto eficaz de revitalização. Mais do que tudo, a província tem um céu azul que segue azul até o horizonte. Ah, sim, e tem horizonte também. Porque tem um rio - que agora virou lago, mas para mim seguirá sendo rio - que nos permite ter um pôr-do-sol bem bacana.



A Porto Alegre da qual não quero sair tem boa oferta cultural - entre livrarias, teatros e cinemas -, além de banda larga e tv por assinatura, que me permitem estar totalmente inserida na tal da aldeia global. Em termos gastronômicos,  tem restaurantes razoáveis e, de uns tempos para cá, pouquíssimos são os ingredientes impossíveis de se encontrar. Virou moda em São Paulo? Pode contar que já está em alguma das delicatessens locais. Ou no mercado público.



Como cereja do bolo, a cidade tem a minha família, além de bons e queridos amigos. E um aeroporto com voos que me levam, em menos de duas horas de viagem, a cidades incríveis como Buenos Aires, São Paulo, Rio de Janeiro, Florianópolis, Montevidéu. De carro, estou a duas horas de Gramado e Canela e seus deliciosos restaurantes, a pouco mais do que isso de um paraíso como Itaimbezinho e a pouco mais de duas horas de praias bacanas - de Torres para cima, evidentemente, que não cheguei ao ponto de me ufanar "da maior praia do mundo".  E se não vou mais seguido a esses lugares, a culpa é minha, não de Porto Alegre.



Claro que a minha cidade tem coisas absolutamente irritantes, capazes de levar qualquer ser humano à loucura, como, por exemplo, um bairrismo exacerbado que insiste em ter "o maior", "o melhor", "o primeiro", "o mais importante", "ó único" qualquer coisa. Um orgulho bobo de coisas falsas que só fazem com que os forasteiros tenham vontade de rir da gente.



Essas coisas irritantes, porém, seriam as respostas para a pergunta "por que deixar Porto Alegre", não? E, no momento, não tenho por que fazer essa pergunta. Assim, enquanto essa necessidade não chega - se é que chegará um dia -, sigo insistindo na vidinha para qual escolhemos voltar em 2003, depois de um longo processo de listar prós e contras.



*



Este post foi inspirado por este da Carol Bensimon, que, vejam só, teve a "infelicidade" de ter deixado a província por Paris.

Momento Monk

Em plena época de neurose com a Gripe A - em que me pego passando álcool gel na mão de vez em quando além de lavá-las várias vezes ao dia, fazendo com que meu esmalte dure muito menos do que o habitual -, o Theatro São Pedro surpreende. Nos banheiros, sabonetinho em barra (!) e toalheiro daqueles que gira a tolha de tecido (que eu sempre achei meio nojento). Nada de álcool por perto.

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Amigo com moral

"Levei anos pra me convencer de que nem tudo que eu lia tinha que ter moral da história."



Este é o tipo de frase que é a cara do meu querido amigo Giggio Zacchinni, que se mandou pro Nordeste há um tempo e de quem eu sinto muita saudade sempre que lembro dos divertidos tempos de faculdade. Já tinha falado nele aqui.



Hoje ele me mandou este link: recife.emtopicos.com, e eu fiquei desbundada. Tá esperando o quê, que tá aqui ainda? Repara também nos sites de Sydney, Porto Alegre e Londres. Adorei.



Lançando sites e praticando o desapego

Então que mais um site montado pela nossa superequipe de Produto em parceria com diversas áreas da empresa foi lançado hoje. E, mais uma vez, eu me vejo respirando fundo e praticando o desapego. Depois de publicado, como sempre, o filho não é mais nosso, é da redação que o assume.



Com vocês, o novo site da Rádio Gaúcha. Enjoy.

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Amizade de aluguel? Eu quero

Foi a Jana Jan quem postou ontem no Twitter, e a ideia é muito legal. A pessoa contrata um "amigo local" que vai apresentá-la à cidade. Será que Porto Alegre tem mercado para isso? Adoro ciceronear...



Para conhecer, vai lá no site: www.rentalocalfriend.com.

terça-feira, 18 de agosto de 2009

domingo, 16 de agosto de 2009

São Paulo ensina a fatiar

São Paulo, a cidade, é um mar de tudo. Mar, não, oceano. De coisas boas e ruins, de gente bacana e maluca, ou muito antes pelo contrário, de lugares lindos e horrendos. São Paulo, acima de qualquer coisa, é uma cidade que ensina e acaba tirando o melhor - ainda que às vezes tire o pior - de quem entra em contato com ela.

Esta semana, eu descobri uma coisa que o Zaffari provavelmente aprendeu com São Paulo e que corrige um dos únicos pontos em que a rede de supermercados gaúcha perdia para qualquer supermercado paulistano furreca: a espessura dos frios fatiados. Pode parecer incrível, mas isso é muito sério.

Até há pouco tempo, cem gramas de presunto comprado no Zaffari resultavam em umas quatro fatias, grossas, esquisitas, de consistência desagradável. E qualquer um sabe que nem o melhor presunto do mundo resiste a uma fatia grossa demais. Pois, de uns tempos pra cá, a coisa mudou, e o presunto do Zaffari já está quase no ponto.

Obrigada, São Paulo, por mais essa melhoria na minha vida :-)

*

Update: minha querida amiga Tati Klix, que está nos devendo a volta do seu ida&volta, lembrou outro belo aprendizado do Zaffari em São Paulo. Agora dá para pagar o "rancho" com cartão de crédito.

sábado, 15 de agosto de 2009

Novas diretrizes no cinema

Não tem gente indo ao cinema para ver ópera? Pois ontem fomos ao cinema e vimos teatro da melhor qualidade. Tempos de paz é a versão cinematográfica da peça Novas diretrizes em tempos de paz, de Bosco Brasil, que fazia muito sucesso em São Paulo quando morávamos lá e lançou Dan Stulbach para a fama. Na época, não vimos a peça. Hoje vejo que foi uma pena.

O filme é emocionante, mostrando de novo que Tony Ramos é um dos maiores atores brasileiros. O que, entre nós, torna cada vez mais incompreensível a presença dele na atual coisa medonha da Glória Perez.

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

You say you want an evolution

Então que desde ontem este humilde está sendo feito com WordPress. É o comecinho de uma migração que deverá melhorar bastante a vida dos blogueiros - e também dos internautas - do clicRBS e dos demais veículos online do Grupo RBS.

Como todo projeto em processo de implementação, está em fase de testes e correções de bugs, alguns pequenos, outros maiores. Por isso, contamos com a compreensão de todos. :-)

domingo, 9 de agosto de 2009

Se você quer cantar...

Então que, em homenagem ao John Hughes, eu queria pegar um filme adolescente na locadora. Escolhi um com o Robert Downey Jr. na prateleira de comédia. O nome do filme, Charlie Bartlett, e a capa do DVD levavam a pensar num Curtindo a vida adoidado do terceiro milênio. O filme é uma graça. Não tem nada de comédia boba e, em alguns aspectos, lembra o delicioso Ensina-me a viver. A sensação virou certeza quando ouvi a linda música do Cat Stevens no meio da história. Daí fiquei com ela na cabeça, e a vontade de começar a semana dividindo o astral do hoje Yusuf Islam com quem passasse por aqui.

Primeiro na voz da Ruth Gordon...





... e depois na clássica cena final...





Boa semana!

terça-feira, 4 de agosto de 2009

Jogando convicções no lixo

Durante o show do João Bosco, na sexta - sobre o qual o Márcio escreveu para a  Zero Hora de ontem -, tuitei duas observações rabugentas, de quem estava achando o show comprido demais.
Abaixo o bis compulsório! Ô coisa irritante #show 10:47 PM Jul 31st from sms2blog

Pior só quem pede música... #show 10:48 PM Jul 31st from sms2blog



Pois ontem a pessoa aqui foi obrigada a engolir o azedume das observações suprarreproduzidas e se viu torcendo pela volta do Boca Livre ao palco depois do final oficial do show para um bis compulsório e - o cúmulo dos cúmulos - me juntei ao coro dos que pediam pela música abaixo.








Donde se conclui que eu curto João Bosco, mas gosto mesmo é do Boca Livre.