O dia se espatifa: Do medo e da covardia

sábado, 14 de janeiro de 2006

Do medo e da covardia

Ontem me chamou atenção particularmente este trecho de Memórias do Esquecimento, do mestre Flávio Tavares. Ando encanzinada com essa história de medo e covardia. Não, não sei por quê.
(...) ter medo não é apenas tremer de medo ou baixar a cabeça – obediente e resignado –, ou dizer "sim" quando quiséramos dizer "não". Há outro medo, muito mais profundo, que disfarça e não mostra o medo que tem, exatamente porque teme tanto que tem medo de aparentar medo. É o medo que engendra a omissão, o não importar-se com o que ocorra, ou o não assumir-se em nada. É um medo-fuga. E é, talvez, o único medo essencialmente perigoso, porque, estando próximo à covardia, nos torna cínicos, e, como tal, nos destroça.

8 comentários:

  1. "Encanzinar:

    Datação
    1836 cf. SC

    Acepções
    verbo transitivo direto e pronominal
    1. tornar(-se) colérico; zangar(-se)
    pronominal
    2. teimar, insistir, obstinar-se"

    acabo de aprender uma palavra nova.

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  2. Ah, meu blog muito de vez em quando também é cultura ;-)

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  3. O máximo que eu consegui até hoje foi ficar empanzinado; vou aproveitar minha próxima dieta para tentar me encanzinar.

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  4. Sabe, pras bandas de cá, a gente chama esse nome de paúra das brabas ;-)

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  5. Nada tem o poder de me deixar mais encanzinada do que reuniões de trabalho infrutíferas...onde o medo (de perder o emprego) e a covardia (ninguém diz o que realmente pensa) imperam!!! Bjs

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  6. Cássia, num sei ingrês... que que é isso...

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  7. Caramba, acabei de ler, num recurso judicial do INSS: "A decisão judicial ora vergastada..." !!!
    Eras, se eu fosse o Juiz concordava logo... rsrsrsrs

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  8. Vou aproveitar. Cássia, lembra que uma das primeiras visitas por aqui, foi te perguntar sobre quem era um gaúcho, que entrava corcunda, ao piano, e que vira e mexe, vinha pras bandas de Belém? Lembras, também que um outro frequentador desse blog matou a charada, dizendo que era o Vitor Ramil? Disse, então, que ia comprar algo novo dele, já que minha memória musical dele era da década de 80. E que você disse que o seu CD preferido era Ramilonga e o visitante disse que era Tambong (ou vice e versa)? E que, pra não gerar dúvidas, iria comprar os dois?
    Pois é, acabou de chegar (a demora foi por culpa dos Correios, e não da Ana Maria do Satolep, pessoa educada e atenciosa).
    Minha cara, o que que é isso... O que é "Noite da São João"? E "Causo Farrapo", então? E o que dizer de "Não é Céu" , "Espaço"?
    Valeu. Este dosi CD's reforça uma aflição que tenho quando entro numa loja de música ou numa livraria: quantas obras, quantas belezas, genialidades, coisas bacanas mesmo, têm por aí e a gente passa ao lado, por certo até olha, mas não leva... :-(
    Obrigado pela dica... devo uma...

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