Fosfato neles!
Sérgio Augusto
Miriam Leitão abriu sua coluna de sexta-feira com a seguinte observação: “O Brasil, a cada cinco anos, esquece o que se passou nos últimos cinco”. Verdade. E dessa propensão à amnésia nem a respeitada colunista de economia de O Globo escapou. Difícil acreditar que uma jornalista tão bem informada como ela ignorasse a frase original (“A cada 15 anos, os brasileiros esquecem o que aconteceu nos últimos 15 anos”) e seu autor, Ivan Lessa. De todo modo, a julgar pela correção temporal que a colunista lhe aplicou, a falta de memória dos brasileiros piorou à beça nos últimos tempos.
Não faz nem três anos que Severino Cavalcanti renunciou à presidência da Câmara e a seu mandato de deputado, acusado de corrupção, e não é que o presidente Lula já se esqueceu disso? Há dias, inaugurando obras do PAC em Recife, o presidente encheu a bola de Cavalcanti. Quinta-feira, em nova demonstração pública de que uma boa dose de fosfato só lhe faria bem, Lula recomendou ao presidente Bush, com maliciosa soberba, a adoção de um programa similar ao Proer, para salvar os bancos americanos, esquecido de que ainda não tem 15 anos que o PT deflagrou uma furiosa cruzada contra o Proer.
Esquecido de que o Senado não foi criado para fazer sinergia com a Rede Globo, o senador Mão Santa, do PMDB do Piauí, inaugurou os trabalhos da semana exaltando a participação de uma conterrânea na última edição do BBB. Não satisfeito, o folclórico senador traçou um perfil da moça, e, após informar ao plenário que ela torcia pelo Flamengo, gritou: “Meeeengo!” A falta de decoro parlamentar virou norma nas duas casas do Legislativo. Se minimamente sério, o Senado já teria providenciado um processo de cassação. Por essa e outras indecorosidades do senador.
Esquecido de que não manda mais nada há quase 16 anos, Fernando Collor de Mello revelou, na quarta-feira, que teria invadido a Bolívia durante a recente crise do gás. A insolente bravata foi arrotada durante um jantar em Brasília, organizado pelo vice-presidente de Assuntos Governamentais da Coca-Cola, Jack Corrêa, para um grupo de 30 empresários interessados em saber o que o atual senador pelo PTB de Alagoas pensa sobre economia, política externa, reformas e política em geral. E eu que achava que Collor não tinha nada contra a coca.
Esquecidos de que o futebol brasileiro não começou nem conquistou suas primeiras glórias depois que eles nasceram, jogadores da Seleção brasileira pisaram na bola antes do amistoso de quarta-feira contra a Suécia. Saber que o jogo era uma homenagem à conquista de nossa primeira Copa do Mundo, em 1958, na Suécia, e não um evento paralelo à ravissante passagem de Carla Bruni por Londres, eles sabiam. Mas quando lhes perguntaram de que craques daquele legendário escrete se lembravam, o hipocampo da rapaziada congelou. Nem os nomes de Pelé e Garrincha ocorreram aos ingratos. Vai ver pensam que aquela estátua do Bellini, numa das entradas do Maracanã, seja o pai do Manequinho ou um monumento ao Craque Desconhecido.
“Que descaso desses jogadores com sua profissão”, lastimou Fernando Calazans, em sua coluna n%27O Globo, reiterando a indignação que ele, mais Juca Kfouri e José Trajano, haviam extravasado no programa Linha de Passe, da ESPN Brasil, na noite de segunda-feira. O zagueiro Lúcio arriscou uma esfarrapadíssima desculpa, digna do semblante paleolítico que Deus lhe deu: “Não é da minha época”. Ora, eu também não sou do tempo de Hypólito da Costa, Edmundo Bittencourt e Julio Mesquita, mas sei, com detalhes, o que eles fizeram pel
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sábado, 29 de março de 2008
Da série cópipêiste
sexta-feira, 28 de março de 2008
Maçã para bebês
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quinta-feira, 27 de março de 2008
Espelhos irritantes
Hoje parece óbvio. Para mim não era. A vantagem dessa percepção é saber que, apesar de não ter o poder de mudar os outros, eu posso mudar.
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quarta-feira, 26 de março de 2008
Do descompromisso culpado
Acho q vc devia ligar no SAC da Nestlé e perguntar. E esclarecer seus queridos leitores como tal façanha é possível. E é até uma pergunta bem razoável. Às vezes eu atendo umas ligações de consumidor q não sabe a diferença entre RP e SAC e ouço coisas bem piores...
Com um misto de culpa (da jornalista que insisto em ser, apesar de não trabalhar em redação há um ano e meio) por não ter checado a informação, entrei no MSN e perguntei se Nestlé era cliente dela. A resposta: %22 se fosse meu cliente eu acho q já teria t respondido%22. Não tenho dúvidas quanto a isso.
Daí fiquei me perguntando por alguns instantes. Será que eu não devia mesmo ter ligado no SAC? Feito a parte da jornalista comprometida que sempre ouve os dois lados? Passados os instantes, resolvi preguiçosamente concluir que não, que chiste não precisa de consulta ao outro lado.
Até porque hoje mesmo já comi outro picolé. Igualmente válido até 2010.
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segunda-feira, 24 de março de 2008
Da série medo do mundo moderno
Diz a embalagem que daqui a dois anos aqueles ingredientes que agora estão percorrendo (corroendo?) o meu sistema digestivo ainda estarão aptos para consumo, com o mesmo formato e sabor.
Essa coisa é feita onde, meu Deus? No Pólo Petroquímico?
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sexta-feira, 21 de março de 2008
Café com endereço
Quarta-feira, o Márcio e eu almoçamos lá e comprovamos: vale muito a pena. Salada de bacalhau de entrada e peixe com molho de passas e banana frita como prato principal, numa prévia da Sexta Santa. Delícia!
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segunda-feira, 17 de março de 2008
Links a mancheias
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quarta-feira, 12 de março de 2008
Em excelente companhia
Se está correto o ditado %22dize-me com quem tu andas, e eu te direi quem és%22, depois da página central do Segundo Caderno de hoje, estou me sentindo o máximo. Isso porque dos quatro títulos do Woody Allen (companhia número 1) citados na matéria, dois foram traduzidos pelo Ruy Castro (companhia número 2) e um pelo Rubens Figueiredo, um dos maiores tradutores brasileiros (companhia número 3). Como o quarto livro foi traduzido por esta que vos escreve, dá licença que eu vou ficar aqui me achando um pouco, ok?
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terça-feira, 11 de março de 2008
Diálogo surreal
– Alô?
– Nara?
– Não, foi engano.
– A Nara?
– Não, minha senhora, este telefone não é da Nara.
– Com quem estou falando?
– ...
– Quem está falando?
– Olha, não é a Nara.
– É que eu preciso conferir uma documentação com ela.
– Tudo bem, mas eu nem conheço uma Nara.
– Com quem estou falando?
– Com a dona do telefone.
– Sim, e qual o seu nome?
– Olha, foi engano, ok? Boa tarde.
I-N-A-C-R-E-D-I-T-Á-V-E-L!
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segunda-feira, 10 de março de 2008
De volta à programação normal
As leituras, os filmes, os seriados, as músicas, as comidas e todas essas coisas que fazem deste blog esse mar de qualquer coisa andaram meio abandonadas, mas sempre dá para recuperar, certo?
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terça-feira, 4 de março de 2008
It`s alive
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domingo, 2 de março de 2008
Férias domésticas (Dias 4 e 5)
No dia seguinte, fizemos um balanço mais do que positivo dos poucos porém produtivos dias de descanso e descemos a serra com a firme convicção de que Gramado certamente seguirá sendo um destino sempre que precisarmos relaxar, passear e comer bem.
Postado por Cássia Zanon