Mais tradicional churrascaria de Porto Alegre, o Barranco estava 110% vermelho na quarta-feira passada. Reserva com antecedência? Só se a pessoa se dispusesse a entrar na fila de espera de quase mil pessoas.
Quando cheguamos, a Jana e eu, depois de eu trabalhar na edição da capa do clicRBS e quase ter uma síncope nervosa em plena redação naqueles extenuantes 10 minutos finais da partida, conseguimos pegar a última mesa. Colada à porta. Para seis pessoas. Um grupo de pelo menos oito vinha do Beira-Rio.
Volta e meia alguém puxava o hino ou um dos novos hits da torcida colorada – Inter, Inter, Somos campeões da América; Colorado, colorado, nada vai nos separar, somos todos teu seguidores, para sempre vou te amar. O Chico, um dos sócios, estava literalmente vermelho dos pés à cabeça: blusão de lã vermelho, camisa vermelha, faixa de campeão na testa e rosto... vermelho. Muito vermelho.
Mesmo com a chuva fininha que ainda caía no começo da madrugada, as mesas do lado externo estava lotadas. Ninguém ousava pensar no carrinho de saladas. O movimento era tanto, que a certa altura o chope precisou começar a ser servido em copos de plástico. Na porta de entrada – do meu lado, lembra? – dezenas se acotovelavam e se diziam amigos dos donos, do Fernando Carvalho, do Papa. "Eu já tenho mesa", mentia a maioria.
O Márcio conseguiu chegar do estádio às três da matina, isso porque deixou o carro estacionado na casa dos pais dele, a duas quadras dali. Diferente fosse, estaria até agora procurando por uma vaga para estacionar a menos de dois quilômetros de distância.
A relativização do tempo daquela noite me chamou muita atenção. Todo mundo trabalhava no dia seguinte, mas ninguém fazia menção de ir embora. Quase às cinco da manhã, um trio elétrico passou pela Protásio. E dê-lhe "Glória do Desporto Nacional".
Mas mais do que o tempo, foi a relativização do espaço que me espantou: a quantidade de gente reunida ali sem uma briga sequer tinha que estar contrariando a lei da física segundo a qual dois corpos não ocupam o mesmo espaço ao mesmo tempo (ou coisa que o valha).
Colorada desde antes de nascer, preciso admitir que, naquele dia, meu coloradismo ficou roxo.
Emocionei! Brigadim ;-)
ResponderExcluirErrei. Erramos. Ao contrário do que estava escrito aqui antes, o Barranco não é reduto gremista. Pelo contrário, alerta-me o Márcio: é dos mais democráticos.
ResponderExcluirCássia, com relação ao espaço versus gente pra caramba, a física quântica explica o fenômeno.
ResponderExcluirAliás, nesse caso, quem explica é a física "cântica".
Queria ter comemorado com vocês, mas não consegui chegar nem perto do Barranco. TIve que me contentar com Skol de latinha e um x salada da tia zefa!
ResponderExcluirAh!!!! Sábado tive uma festa na associação do MP e passei na frente da tua casa. Eu e o Gui quase te ligamos para dar um beijinho surpresa.
Vamos almoçar? Quero dividir coisas legais da minha nova vida de casada.
beijossssssss