Acenda o refletor, apure o tamborim, aqui é o meu lugar, eu vim
sábado, 12 de agosto de 2006
Pílulas de mau humor
Como me irritam (1) atores e atrizes que dizem que desde criança queriam ser atores e atrizes porque passavam horas na frente do espelho imitando personagens, (2) cantores e cantoras que dizem que estavam fadados a gravar por fazerem escovas de cabelo de microfones e (3) jogadores de futebol que justificam o sucesso contando que desde pequenos chutavam qualquer coisa redonda que viam pela frente – qual criança nunca fez pelo menos uma dessas coisas, meu Deus? Eu queria ver era um neurocirurgião que dissesse "aos cinco anos já sonhava em abrir a cabeça de alguém para tirar um tumor".
Como me dá vontade de bater em supermodelos que dizem que foram acompanhar uma amiga numa seleção "só por farra" e acabaram sendo escolhidas mesmo sem nunca, jamé de la vie, terem sequer cogitado da possibilidade de serem modelos – apesar de terem um metro e oitenta, pesarem 16 quilos e terem feito vários cursos de manequim "para ajudar na postura".
Vocês já repararam que a poesia e as artes plásticas são as áreas da arte que mais margem dão pra picaretagem? Desconte-se, claro, o fato de que eu não sei ler poesia e me considero uma anta para qualquer coisa que se chame "instalação".
Será que não dava para os setores de marketing das lojas e empresas de serviço saberem que o meu pai morreu há mais de dez anos e pararem de me mandar torpedos, malas diretas e e-mails que só fazem me lembrar da falta que ele faz?
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