Algum professor em algum lugar deve ter pedido para seus alunos lerem o incrível Um Cão Uivando Para a Lua, do Antônio Torres. A parte divertida é que um monte deles procurou por "resumo cão uivando para a lua antonio torres" e variações e acabou dando de cara com este post do antigo blog.
Vão ler o livro, criaturas. Vale mais a pena.
terça-feira, 28 de novembro de 2006
sábado, 25 de novembro de 2006
Uma das culpadas
Sempre me orgulhei de ter uma tia que poderia ser minha irmã mais velha. Que agia como minha irmã mais velha. Que às vezes brigava comigo como se fosse minha irmã mais velha. Achava o máximo ter uma tia tão moderna. Tenho noção de que é em grande parte por "culpa" dela que sempre estive um pouco à frente – ou atrás, dependendo do ponto de vista – da turma da minha idade no que dizia respeito a gostos literários, musicais e cinematográficos.
Por "culpa" dela e das duas irmãs mais velhas (porém mais novas do que o meu pai), eu li Elias Canetti aos 14 anos, vi a obra de Fellini antes dos 16 e ouvia – e cantava – coisas como Victor Jara, Chico Buarque e Bob Dylan desde a mais tenra infância. Hoje, que somos muito mais amigas do que tia e sobrinha, faço um esforço danado para não parecer ridícula ao chamá-la de tia em público. Até porque, apesar de prima, eu me sinto muito mais tia da filha dela do que qualquer outra coisa.
Então, lá vai, sem o "tia" antes: Rita, feliz aniversário!
Por "culpa" dela e das duas irmãs mais velhas (porém mais novas do que o meu pai), eu li Elias Canetti aos 14 anos, vi a obra de Fellini antes dos 16 e ouvia – e cantava – coisas como Victor Jara, Chico Buarque e Bob Dylan desde a mais tenra infância. Hoje, que somos muito mais amigas do que tia e sobrinha, faço um esforço danado para não parecer ridícula ao chamá-la de tia em público. Até porque, apesar de prima, eu me sinto muito mais tia da filha dela do que qualquer outra coisa.
Então, lá vai, sem o "tia" antes: Rita, feliz aniversário!
quarta-feira, 22 de novembro de 2006
Da série confissões inconfessáveis
Então tá. Respondo agora à provocação do Cleber sobre os autores que desisti de ler. Os três que listo a seguir eu tentei, juro que tentei. Porque achava que devia ler. Precisava ler. Tinha que ler. Ainda acho, na verdade. Mas, enfim, eu não consigo.
García Marquez, com seu Cem Anos de Solidão, foi uma verdadeira tortura intelectual em três momentos da minha vida. Aos 14 anos. Aos 18 anos. Aos 23 anos. Não deu. Nas três vezes, não passei da página 100. Era um tal de José Arcadio Buendía pra cá, José Arcadio Buendía pra lá, e eu não consegui acompanhar. Abandonei Gabo. Mas a culpa é mais minha do que dele. Acho.
Jorge Amado. Gostei de Capitães de Areia. Gostei de O Cavaleiro da Esperança. Não gostei de Tereza Batista. Não gostei de Tocaia Grande. E desisti. Até porque os outros que folheei pareciam sempre a mesma coisa.
O terceiro dói admitir. E eu tentei achar outro autor para citar, mas não estaria sendo sincera. Não gosto de Erico Verissimo. Pronto, falei. Li Clarissa até o final e Olhai os Lírios do Campo duas vezes. Adorava Os Três Porquinhos Pobres quando criança. Mas nem para agradar o meu pai consegui terminar Solo de Clarineta ou Incidente em Antares. Agora, vergonha das vergonhas: nunca tive capacidade de passar da página 33 d'O Continente.
Sou leitora de livros avulsos, que de vez em quando tem uns surtos e sai devorando obras completas. Já tive minhas fases Rubem Fonseca, Paul Auster, Alain de Botton, Machado de Assis, Nick Hornby, Bill Bryson, Luis Fernando Verissimo, Josué Guimarães, Charles Bukowski (sorry, Clebito) e vários outros. Saio lendo tudo da criatura até cansar. Depois abandono por um tempo. Mas são abandonos pontuais. Porque sei que acabarei voltando a eles um dia. No caso dos três, quem sabe um dia.
Ou não.
García Marquez, com seu Cem Anos de Solidão, foi uma verdadeira tortura intelectual em três momentos da minha vida. Aos 14 anos. Aos 18 anos. Aos 23 anos. Não deu. Nas três vezes, não passei da página 100. Era um tal de José Arcadio Buendía pra cá, José Arcadio Buendía pra lá, e eu não consegui acompanhar. Abandonei Gabo. Mas a culpa é mais minha do que dele. Acho.
Jorge Amado. Gostei de Capitães de Areia. Gostei de O Cavaleiro da Esperança. Não gostei de Tereza Batista. Não gostei de Tocaia Grande. E desisti. Até porque os outros que folheei pareciam sempre a mesma coisa.
O terceiro dói admitir. E eu tentei achar outro autor para citar, mas não estaria sendo sincera. Não gosto de Erico Verissimo. Pronto, falei. Li Clarissa até o final e Olhai os Lírios do Campo duas vezes. Adorava Os Três Porquinhos Pobres quando criança. Mas nem para agradar o meu pai consegui terminar Solo de Clarineta ou Incidente em Antares. Agora, vergonha das vergonhas: nunca tive capacidade de passar da página 33 d'O Continente.
Sou leitora de livros avulsos, que de vez em quando tem uns surtos e sai devorando obras completas. Já tive minhas fases Rubem Fonseca, Paul Auster, Alain de Botton, Machado de Assis, Nick Hornby, Bill Bryson, Luis Fernando Verissimo, Josué Guimarães, Charles Bukowski (sorry, Clebito) e vários outros. Saio lendo tudo da criatura até cansar. Depois abandono por um tempo. Mas são abandonos pontuais. Porque sei que acabarei voltando a eles um dia. No caso dos três, quem sabe um dia.
Ou não.
***
Eu curto esses guris
Nada como uma visão irônica para deixar as coisas mais claras.
Vollta, criseNova Corja, eu recomeindo.
Que maravilha que o Lula se reelegeu. Imagina o Alckmin na presidência... sem churrascadas, sem bebedeira, sem caipirinha, sem sindicalismo, todo mundo rezando e se chicoteando. PSDB de volta ia ser aquele monte de gente falando inglês e francês, o povão não entendendo nada, discutindo spreads bancários. Coisa sem graça.
Com o PT, não, tudo é uma chinelagem completa. Senão vejamos o que afirmou Jorge Lorenzetti, churrasqueiro de Lula e um dos negociadores da compra do dossiê, para a CPI dos Sanguessugas:
"Não queríamos qualquer armação contra candidaturas. Queríamos prestar essas informações à sociedade."
"O que me incomodou profundamente foi o fato de ter sido identificado como o churrasqueiro do Lula. Eu quero homenagear os churrasqueiros do Brasil que fazem um grande trabalho para o mundo porque é um produto que hoje é o país identificado lá fora. Mas isso foi para tentar me vincular ao Lula. Desde 2002, só participei de quatro churrascos. Em 2005 e 2006, não participei de nenhum churrasco."
Em 2010, por favor, vamos botar o Aécio na presidência para ele passar o rodo em Brasília. Sem chinelagem não dá.
terça-feira, 21 de novembro de 2006
Da série idéias que eu queria ter tido
A Lu Aquino, amiga que freqüenta os comentários deste humilde de vez em quando, está perdendo dinheiro. Isso porque tem idéias de blogs temáticos que alguém já devia ter tido e ela podia vender pra grandes portais.
Dona do Vou pra Barcelona, cheio de dicas bacanas para quem vai visitar a cidade espanhola, ela acaba de lançar o Onde fica o banheiro? Vai lá.
Dona do Vou pra Barcelona, cheio de dicas bacanas para quem vai visitar a cidade espanhola, ela acaba de lançar o Onde fica o banheiro? Vai lá.
Da publicidade como enigma
sexta-feira, 17 de novembro de 2006
Das estatísticas
Como me irritam essas estatísticas futebolísticas e cinematográficas que falam do "primeiro gol de perna esquerda feito aos 38 minutos do segundo tempo por um jogador nordestino jogando em time do Sul na História do futebol brasileiro" ou da "maior bilheteria numa sexta-feira ímpar de chuva".
Só pra não dizerem que eu não passo mais por aqui...
Só pra não dizerem que eu não passo mais por aqui...
sábado, 11 de novembro de 2006
Novidade geek
O meu blogroll estava velhinho, o pobre. E muita gente que eu leio não constava ainda da lista ali da esquerda. Eis que o Google Reader tem essa função bacana de mostrar pra todo mundo o que eu acompanho na Internet.
Em Leio por aí estão os blogs e quetais. Em Vai se informar, os sites de notícias. Ressalte-se que a ordem em que eles aparecem é a de publicação, não refletindo necessariamente a ordem de preferência desta que vos.
Em Leio por aí estão os blogs e quetais. Em Vai se informar, os sites de notícias. Ressalte-se que a ordem em que eles aparecem é a de publicação, não refletindo necessariamente a ordem de preferência desta que vos.
Deixa eu me exibir...
Na segunda eu estava lá no Digestivo! Pena que só tenha visto agora, depois de passar a paúra da anestesia.
sexta-feira, 10 de novembro de 2006
Por falar em vinho rosé
Acabamos de comprar pela Internet uma caixa com 6 garrafas de Miolo Reserva Rosé por R$ 96,60 com frete para Porto Alegre. Isso quer dizer que cada garrafa custou R$ 16,10. E tudo o que eu ganho com essa divulgação é a alegria dos amigos ;-)
quinta-feira, 9 de novembro de 2006
Da superação dos medos e do medo dos micos
Então eu tomei a minha primeira anestesia geral. Foi na terça-feira, num exame/cirurgia que eu tinha marcado no fim de outubro e que desde então vinha me tirando o sono e a atenção devida das coisas importantes. Planos para depois do dia 7/11/2006? Podia ser, mas eu não sabia se estaria por aqui ainda...
Paraíso/inferno dos hipocondríacos e dos neuróticos (como eu), a Internet informava através de vários trabalhos científicos sérios que o risco da intervenção era de 3 para 1000. Três para 1000. Não cheguei a pesquisar, mas imagino que o risco de ser atropelada ao sair de casa seja maior. Nada que alivie as ansiedades de uma ansiosa crônica como eu. (Os sites que "vendem" a técnica do exame sequer falavam em riscos, mas desses eu queria distância.)
Como dá para notar pelo post, eu sobrevivi à anestesia, e o resultado do exame/cirurgia foi o desejado. Tudo muito simples, como meu querido e paciente médico cansou de explicar que seria. Mas eu TINHA PÂNICO da anestesia. Tanto pânico que cheguei a pensar em fazer um post despedida, para ser publicado postumamente. Exagerada? Imagina.
O pior, no fim, foram os micos que se sucederam depois do despertar. Lembro vagamente de alguns, e tenho certo medo de perguntar para o médico se a coisa foi pior do que me lembro.
– Tu tá bem? – perguntou o médico.
– Tô maravilhosa – respondi, hiperbolicamente, pensando "estou viva! estou viva!".
– Tá com alguma dor?
– Não, tô ótima! – Mentira, estava com dor, sim, mas estava viva, estava viva!
Mexi os braços. Mexi as pernas. "Beleza, não afetou os movimentos." De repente, paúra:
– Eu não consigo sorrir! Eu não estou conseguindo sorrir! – Aqui vem o momento pavor de verdade. Será que eu disse isso só duas vezes como me lembro ou será que saí gritando a caminho da sala de recuperação fazendo caretas e tentando desesperadamente sorrir? Tenho a vaga impressão de que os médicos e as enfermeiras à minha volta estavam às gargalhadas. Acho que não quero saber.
Já na sala de recuperação, a enfermeira que ficou me monitorando me pergunta:
– Tu sabe o teu nome completo?
– Cássia Zanon – respondi, prontamente. Acho que para garantir, emendei, sem que ela me perguntasse nada: – Nasci no dia vinte de fevereiro de mil novecentos e setenta e quatro.
Ainda não sei se não segui informando endereço, CPF, RG, filiação etc. Mas que fiquei louca de faceira que não tinha ficado com amnésia, ah, fiquei.
De todos os motivos que me levam a ser grata por ter saído "viva" da sala de cirurgia, o maior foi a última frase que eu lembro de ter dito antes de capotar e que não poderia ser mais deprimente como últimas palavras de qualquer cristão:
– Doutor, acho que o senhor botou alguma coisa na minha bebida.
Não, né?
Paraíso/inferno dos hipocondríacos e dos neuróticos (como eu), a Internet informava através de vários trabalhos científicos sérios que o risco da intervenção era de 3 para 1000. Três para 1000. Não cheguei a pesquisar, mas imagino que o risco de ser atropelada ao sair de casa seja maior. Nada que alivie as ansiedades de uma ansiosa crônica como eu. (Os sites que "vendem" a técnica do exame sequer falavam em riscos, mas desses eu queria distância.)
Como dá para notar pelo post, eu sobrevivi à anestesia, e o resultado do exame/cirurgia foi o desejado. Tudo muito simples, como meu querido e paciente médico cansou de explicar que seria. Mas eu TINHA PÂNICO da anestesia. Tanto pânico que cheguei a pensar em fazer um post despedida, para ser publicado postumamente. Exagerada? Imagina.
O pior, no fim, foram os micos que se sucederam depois do despertar. Lembro vagamente de alguns, e tenho certo medo de perguntar para o médico se a coisa foi pior do que me lembro.
– Tu tá bem? – perguntou o médico.
– Tô maravilhosa – respondi, hiperbolicamente, pensando "estou viva! estou viva!".
– Tá com alguma dor?
– Não, tô ótima! – Mentira, estava com dor, sim, mas estava viva, estava viva!
Mexi os braços. Mexi as pernas. "Beleza, não afetou os movimentos." De repente, paúra:
– Eu não consigo sorrir! Eu não estou conseguindo sorrir! – Aqui vem o momento pavor de verdade. Será que eu disse isso só duas vezes como me lembro ou será que saí gritando a caminho da sala de recuperação fazendo caretas e tentando desesperadamente sorrir? Tenho a vaga impressão de que os médicos e as enfermeiras à minha volta estavam às gargalhadas. Acho que não quero saber.
Já na sala de recuperação, a enfermeira que ficou me monitorando me pergunta:
– Tu sabe o teu nome completo?
– Cássia Zanon – respondi, prontamente. Acho que para garantir, emendei, sem que ela me perguntasse nada: – Nasci no dia vinte de fevereiro de mil novecentos e setenta e quatro.
Ainda não sei se não segui informando endereço, CPF, RG, filiação etc. Mas que fiquei louca de faceira que não tinha ficado com amnésia, ah, fiquei.
De todos os motivos que me levam a ser grata por ter saído "viva" da sala de cirurgia, o maior foi a última frase que eu lembro de ter dito antes de capotar e que não poderia ser mais deprimente como últimas palavras de qualquer cristão:
– Doutor, acho que o senhor botou alguma coisa na minha bebida.
Não, né?
sábado, 4 de novembro de 2006
Dos pequenos prazeres
Bastaram uma bandejinha de meio quilo de camarões médios, uma abobrinha orgânica, salsinha e cebolinha frescas picadinhas, azeite de oliva extra-virgem, uma xícara de arroz e meio litro de caldo de legumes mais um litro de água mineral fresca e uma garrafa de um delicioso vinho rosé para a noite de sexta ser perfeita.
Faltou a foto, mas eu garanto que o risoto ficou lindo na minha paellera.
Faltou a foto, mas eu garanto que o risoto ficou lindo na minha paellera.
quarta-feira, 1 de novembro de 2006
Desnaturada?
Saí de manhã cedinho de casa para fazer várias coisas e cheguei ao meio-dia no trabalho, onde estava me esperando a seguinte mensagem do Márcio:
Faz 12 anos hoje o meu velho menino...
*
Mãe sem coração. O Floc tava pedindo pra entrar logo que deitamos para lembrar que já era aniversário dele.
E hoje de manhã tu nem cumprimentou ele. Eu cumprimentei, fiz "muito bem" e dei um biscoito pra cada um. Ele ficou tão agitado que largou o biscoito dele, o Bubi comeu e ele nem viu.
Faz 12 anos hoje o meu velho menino...
*
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