O dia se espatifa: Caramuru

segunda-feira, 5 de fevereiro de 2007

Caramuru

Sérgio Augusto é um dos melhores (se não o melhor) textos do jornalismo brasileiro, ponto. A entrevista dele publicada hoje no Digestivo é leitura mais do que obrigatória para quem se interessa por jornalismo, internet, cinema e cultura em geral.
Quanto aos blogs, ainda os vejo como uma plataforma da grafomania ególatra e onfalocêntrica (ônfalo é umbigo em grego). São tantos blogs — alguns bons, ótimos, mesmo — que não dá tempo de acompanhá-los. Mas a maioria é feita por gente medíocre, vaidosa, semi-analfabeta e ressentida com a falta de oportunidade na chamada mídia mainstream. Fora isso, acredito no potencial da mídia eletrônica, nem que apenas como linha auxiliar da mídia impressa.

Jornalismo colaborativo é uma bobagem. É irmão bastardo do dazibao. As experiências até agora efetuadas deram chabu, sobretudo porque os leitores, de modo geral, exigem mais respeito, logo, mais e melhores profissionais a seu serviço, não um karaoke de escribas sem pedigree. Sou um meritocrata convicto. Para mim, escreve quem sabe, tem espaço quem o merece. Sei que, na prática, nem sempre as coisas funcionam desse jeito: há muito jornalista que deveria estar no lugar do contínuo, mas o jornalismo colaborativo é um avatar da casa-da-mãe-joana, a capitulação diante do amadorismo, uma depravação da democracia. Sorte nossa que ainda não cogitaram da medicina colaborativa, nem da engenharia colaborativa (se bem que uma investigação a fundo naquela cratera do metrô de São Paulo possa revelar que ela já foi posta em prática).
Quer ler tudo? Vai lá.

Um comentário:

  1. Li.

    Acrescentando, sempre, "...blogs jornalísticos", ou "...blogs com finalidades jornalísticas", etc. etc., o argumento fica bonzinho.

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