O dia em que São Paulo se cagouNo dia do "horror", não conseguia parar de lembrar do fato de que um monte de prédios foi evacuado em São Paulo em 11/9/2001 e nos dias seguintes.
Os ataques do PCC começaram na noite de sexta para sábado, mas aparentemente só na manhã de segunda, quando eles já haviam terminado, os paulistanos sentiram a ficha cair.
Nos elevadores, nos corredores, nos bebedouros, não se falava em outra coisa. Em meio ao caos, todo o boato virava notícia -até porque, até prova em contrário, podia muito bem ser. Hipotéticos tiros de hipotéticas metralhadoras em hipotéticos alvos (faculdades,shoppings, estações de metrô, aeroportos) foram divulgados em tempo real por MSN e e-mail. No auge do surto, uma colega de redação chegou a anunciar uma explosão de bomba no centro -era no centro de Bagdá.
Logo depois do almoço em várias áreas de comércio de rua da cidade teve início um toque de recolher espontâneo -irresponsavelmente atribuido à ordem policial por alguns meios de comunicação. O resultado foi um recorde de quilômetros engarrafados -todos que podiam foram pra casa mais cedo. De preferência, para chegar antes das 21h, hora do ataque anunciado em um SPAM.
Acompanhei notícias o dia inteiro no UOL e na CBN, mas só quando cheguei em casa às 18h (cagado, como todo mundo), soube que o PCC anunciou o fim das hostilidades ao meio-dia. Na TV, o apresentador José Luís Datena altertava para que não acreditássemos em tudo que andava circulando pela internet. Isso: o normalmente histérico Datena estava pedindo calma.
Eu nunca havia entendido como os nova-iorquinos tinham surtado quando Orson Welles fez sua versão de Guerra dos Mundos pelo rádio em 1938. Até hoje.
quinta-feira, 18 de maio de 2006
Editorial emprestado
Como ex-cidadã paulistana, na segunda-feira eu tinha suspeitado de que o tal "caos" de que toda a imprensa estava falando era uma coisa meio fake, já que a barra pesada mesmo tinha sido no fim de semana. Eis que hoje li este post do fofo Emiliano Urbim que corroborou a impressão que eu tive a mil e duzentos quilômetros de distância.
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Cássia
ResponderExcluirEu estava em São Paulo no dia 11.9 e no centro da cidade nenhum prédio foi evacuado. Não teve isso.
E na segunda-feira o clima era de loucura sim. Aliás, tente ver o Globo Repórter hoje, que poderá dar uma visão com alguns dias de distância.
Só o prédio do Terra em São Paulo foi evacuado bem umas três vezes naquele período...
ResponderExcluirNa real, não estou dizendo que não houve pânico. Pelo contrário. Claro que houve pânico. Porque a imprensa pintou um quadro de violência explícita nas ruas, quando, na verdade, o que havia nas ruas era... o pânico.
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