O dia se espatifa: Taxista sem noção

quinta-feira, 30 de março de 2006

Taxista sem noção

Faço sinal, e o taxista pára pra me pegar na Venâncio Aires.

– Opa! E aí, pra onde vamos, moça?

Pensei em dar a resposta clássica "Tu eu não sei, mas eu...", mas resolvi manter a comunicação no mínimo necessário.

– Na Ramiro, esquina com a Cristóvão.

– E vai fazer o quê, lá, a moça?

– Ahn?

Espanto total! Eu não dei essa intimidade!

– Tu trabalha lá?

– Não.

– Vai fazer o quê, então?

Como assim??? O tom começa a ficar mais irritado.

– Vou ao médico.

Resolvo ligar pra casa e perguntar pra Célia, minha fiel escudeira, coisas úteis como "como estão os cães", "está faltando algum produto de limpeza"... Tudo para evitar mais conversa. Eis que, nesse ínterim, na Felipe Camarão, o meu amigo taxista faz sinal para entrar à esquerda na Vasco.

– Não, não, não! Vai reto! Onde é que tu vai?

– Vou pra Voluntários.

– Mas pra quê? Vai reto, entra na Castro Alves à direita e pega a Ramiro à esquerda.

– Mas tu não vai na Ramiro com a Voluntários?

Só aí me dei conta da pergunta inicial: "Tu trabalha lá?" *

A corrida deu sete pilas, dei dez, e ele tentou me devolver dois e deixar assim mesmo. Estou convencida de que estou no inferno astral que as criaturas têm antes das férias...

* Pra quem é de fora de Porto Alegre, a esquina da Ramiro com a Voluntários da Pátria é zona de baixo meretrício. Muito baixo.

6 comentários:

  1. Ele só tava querendo um pagamento diferenciado, cassiola... E nãõ era em moeda estrangeira! :)

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  2. Ah, eu falava pra ele que não, eu não vou bater um papo com a tu mãe!

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  3. João Batista SA30/03/2006, 22:12

    nem sempre dá para não ter simancol....

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  4. O meu sr. taxista, que tb peguei na Venâncio, brigou com um cara no trânsito. De seguir o cara, parar ao lado em uma sinaleira e ambos se xingarem. Imagina uma passageira levar um tiro?
    Pior é que só agora caiu a ficha: a idiota podia ter pego o prefixo do táxi e denunciado, né?
    Fiquei de cara com a falta de profissionalismo do sr. taxista...

    Um, uma vez, me ofereceu cocaína. Disse que havia passado a noite na "atividade". Depois disso, por muito tempo, eu só usava táxi chamado de alguma companhia. Agora, até que passou o medo. Hoje, voltou de novo.

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