O dia se espatifa: Cego e banguela

domingo, 30 de julho de 2006

Cego e banguela

Este blog sofre com uma eterna crise de identidade. Digo sempre que é algo para não se levar nem ser levado a sério. Mas às vezes escorrego e acabo falando de coisas importantes. Sempre sem a profundidade necessária, é verdade. Mas funciona como uma espécie de desabafo. Afinal, é o espaço que me cabe nesse latifúndio, onde posso dizer o que penso e assinar embaixo.

Não tenho uma opinião formada sobre isto. E isso é estranho. Porque acho importante me posicionar sobre quase tudo. Uma característica, reconheço, que é parte do que me faz chata. Só sei que quando vejo coisas como estas, volto a ter oito anos de idade e sinto vontade de chorar, porque não acredito que se possa ser pragmático nem escolher lados quando há vidas em jogo.

Quando leio coisas como esta, eu me sinto burra, muito burra, porque não consigo entender por quê. Entender sim, compreender, nunca. Viro a Mafalda olhando desesperançada para o globo e sonhando em ser tradutora na ONU para distorcer só um pouquinho os absurdos ditos pelos chefes de Estado, tornando-os mais sensatos.

Quando passo duas semanas trabalhando com este tipo de informação, eu me dou conta de que a minha casca não endureceu o quanto poderia. Ainda que a minha sensibilidade não esteja mais tão afinada como deveria. E fica tocando na minha cabeça como um mantra uma frase do Gandhi que eu costumava escrever na primeira folha de todos os meus cadernos de História no colégio:
Olho por olho, dente por dente, e o mundo acabará cego e banguela.

6 comentários:

  1. Confessa: tu já tava pensando nesse post há um tempinho, mas a gota d'água mesmo foi a beirutização do Beira-Rio pela torcida do Grêmio. Não, não revidaremos!

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  2. *

    eu tenho posição, cassia, e tento expresá-la sempre no meu blog. não comento com mais freqüência porque seria uma chatice repetitiva.
    não posso ficar em cima do muro vendo essa pataquada judaico/estadudinense que as pessoas compram sem fazer a mínina crítica, aceitando que são colonizadas.
    sempre há erros dos dois lados de uma guerra, mas é preciso avaliar as intenções, apoios e poderio bélico e econômico de um lado, e a total desvantagem que há do outro.
    quem morre, quantos morrem e o que se ganha com isso? quantas vezes o líbano invadiu israel, e quantas israel invadiu o líbano?
    o duro é ver essa gente que acredita que o Rambo é de verdade e que o Bush é o salvador do mundo fazer defesas pífias e vazias.
    esses mereciam o ostracismo.


    *

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  3. É a vida, Cássia... é a vida!

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  4. qualquer guerra, em qualquer lugar por qualquer motivo que seja é um ato ignorante.

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