O dia se espatifa: 2005

sexta-feira, 30 de dezembro de 2005

Fui

Estamos encerrando as transmissões para o ano corrente. Volto em 2006.

Tudo de bom nesta virada.

quarta-feira, 28 de dezembro de 2005

Surpresa boa

Não, ninguém tinha planejado nada. E no fim, um convite de última hora se transformou em uma das noites mais agradáveis do ano todo. Com a companhia de três fotógrafos da mais alta categoria, numa casa linda, com um churrasco delicioso.

Estava tão bom que nem me arrependi de não ter trabalhado como tinha planejado.

terça-feira, 27 de dezembro de 2005

Capitulei

Acabei fazendo uma lista de resoluções para 2006. Deixo aqui para vocês me cobrarem...

- Fazer yoga duas vezes por semana
- Conhecer Brasília e Salvador
- Emagrecer pelo menos 10 quilos
- Entregar todas as traduções no prazo (ou com no máximo duas semanas de atraso, vá lá)

E chega, porque pra quem não fazia resoluções de fim de ano, está mais do que de bom tamanho!

Momento Querido Diário

O que tem de gente falando mal de 2005 não é bolinho. Injustiça. E não digo isso porque 2005 foi um ano bom para mim (e foi, desenvolvo mais adiante), mas sim porque o ano não tem culpa, gente. Eu, por exemplo, tive um 2003 de merda (pardon my French). Foi um ano de mudanças pesadas (boas e ruins), perdas (financeiras e pessoais) e ainda por cima teve duas depressões (uma minha e outra do Márcio). O legítimo ano de merda. Nem por isso eu excomunguei o pobre coitado.

Olhando de fora, hoje eu vejo que foi justamente por causa de todas as mazelas supracitadas que me aconteceram coisas incríveis. Conheci pessoas fantásticas, descobri que não sei trabalhar sozinha, que preciso de gente e que adoro a minha vida – principalmente quando não me meto a atrapalhar a pobrezinha, tão resoluta, tão teimosa.

O ano termina com algumas frustrações (não ter ganhado na Mega-Sena, por exemplo) e com menos grana do que eu gostaria. Mas termina também com boas perspectivas profissionais e pessoais, com amigos recém saídos do forno. Decepção com o Lula e o PT? Desculpem, mas eu era uma das acuadas que já sabia. Empolgação com o crescimento econômico? Desculpem, mas ele não passou aqui perto de casa.

Foi um ano de bons livros, bons filmes, boas refeições, bons passeios, uma boa viagem, bons trabalhos, boas amizades, o amor de sempre... Claro, ficam algumas tristezas e pendências para serem resolvidas ao longo de 2006, mas que graça teria começar do zero?

segunda-feira, 26 de dezembro de 2005

domingo, 25 de dezembro de 2005

Natal feliz

Desde que meu pai morreu, e enquanto eu e a minha irmã não providenciamos crianças para a família, vinha achando as noites de Natal deveras melancólicas. Mas ontem, em casa, conseguimos fazer do Natal sem criança uma noite agradável e com a cara que o Natal deve ter. Foi um jantar de congregação, boa conversa e risada. Ah, claro, e alguns mimos, que ninguém é de ferro.

Não bastassem as roupas lindas que ganhei da minha sogra, da minha mãe e da minha irmã (e um batom fofo também), o amor da minha vida me surpreendeu com dois livros fantásticos: Carême: Cozinheiros dos Reis e Breve História de Quase Tudo, do Bill Bryson, que é uma espécie de Ricardo Freire americano.

Lerei e comentarei.

sexta-feira, 23 de dezembro de 2005

Toca o sino pequenino...

Eu queria muito, muito mesmo poder levantar o telefone e ligar para cada um dos meus amigos e desejar de viva voz todas aquelas coisas bacanas que se deseja no final do ano. Queria mais ainda poder abraçar a todos pessoalmente. Um a um.

Como não posso, aproveito para dizer aqui a todos os que me querem bem que espero que o Papai Noel traga muita paz, saúde e realização pessoal em 2006. Para os que não me querem bem, desejo a mesma coisa. De repente o azedume passa e vocês descobrem que pessoa supimpa eu sou ;o)

Feliz Natal!

quarta-feira, 21 de dezembro de 2005

domingo, 18 de dezembro de 2005

Nada se cria...

Copiando a idéia da Fernanda, criei uma comunidade dos leitores do blog no Orkut. Entra lá, vai.

Tem que regar todo dia

Sim, é como a flor
De água e ar luz e calor
O amor precisa para viver
De emoção, e de alegria
E tem que regar todo dia
Vi hoje com o Márcio o DVD da Cor do Som. Grande dica de presente para o Natal. Se tu já passou dos 35, deve lembrar do tempo em que o Mu e Dadi derretiam os corações femininos. Se nunca ouviu falar neles, não sabe o que está perdendo. Se acha uma porcaria... problema teu ;-)

sábado, 17 de dezembro de 2005

Começar de novo

Amanhã este humilde blog completa dois anos. Inicialmente, tinha pensado em mudar de hospedagem, mas nada do que eu vi me agradou o bastante para justificar a mudança. Também não tive tempo de trocar o layout – as últimas três semanas estão mais corridas do que nunca. Só que eu andava chateada com o fato de o Haloscan matar os comentários mais antigos. Por isso, resolvi passar para o sistema de comentários do próprio Blogger.

A vantagem? Daqui a dois anos, os comentários que forem feitos aqui ainda estarão aqui. A desvantagem? Como o sistema não permite a simultaneidade, tive que excluir os comentários antigos. Eles ainda estão guardadinhos no ciberespaço, só não aparecem aqui. Para não ficar muito desoladora a paisagem, vou transferir os comentários dos três últimos posts. Na mão. Um a um.

Por isso, vai daqui um pedido de desculpas aos meus 38 leitores. Agradecida pela compreensão.

Agora, voltamos à programação normal.

sexta-feira, 16 de dezembro de 2005

Das convicções e das resoluções de fim de ano

Há muito tempo abandonei as resoluções de fim de ano e os começos de dieta às segundas-feiras. Tenho convicção de que resoluções com data marcada estão fadadas ao fracasso.

O que move as minhas resoluções, portanto, é o meu dia a dia. Assim que entregar a tradução atual, por exemplo, pretendo começar a fazer yoga. Agora, o que eu posso fazer se coincidentemente vou entregar a tradução no fim do ano?

Não falta mais nada

Agora dá para criar grupos no Gmail.

quinta-feira, 15 de dezembro de 2005

Cansaço

A pessoa nota que está trabalhando demais quando lê "Itália" e entende "Itaú" e em seguida lê "querela" e entende "aquarela".

domingo, 11 de dezembro de 2005

Repertório

Hoje eu me dei conta de que, para o dia em que o meu talento for descoberto por uma gravadora, já tenho seis CDs planejados:
  1. Bossa Nova
  2. Standards de Jazz
  3. Beatles
  4. Soul Music
  5. Bregas
  6. Música de protesto latino-americana

terça-feira, 6 de dezembro de 2005

Rapidinho

Uma das grandes vantagens de ter cachorros é estar sempre acompanhada dentro de casa. Uma das grandes desvantagens de ter cachorros é ter que andaro o tempo todo cuidando para não pisar em um deles. Aos 11 anos caninos (o equivalente a 77 humanos, dizem), o Floc (o da esquerda) sobe e desce as escadas comigo e o Bubi todas as vezes. Eu sinto que ele se cansa, mas ao mesmo tempo age como se fosse uma tarefa dele acompanhar cada passo meu.

domingo, 4 de dezembro de 2005

Vinicius

O filme vale a pena. Ainda que falte muita coisa e sobrem algumas. Entre o que fica de melhor estão o charme absoluto do Chico e o último depoimento do Ferreira Gullar, dizendo que Vinicius ajudou muitos brasileiros a serem mais felizes e chamando os pessimistas de "chatolas".

É melhor ser alegre que ser triste
Alegria é a melhor coisa que existe
É assim como a luz no coração
*

Talvez eu fique sem dar sinal de vida por um tempo. Não se preocupem. É fase final de entrega de tradução. E todo e qualquer momento livre será usado para terminar o trabalho. Deixem comentários e mandem mensagens!

quinta-feira, 1 de dezembro de 2005

Humpf

Quase acabo de ter um ataque de vergonha com a correção do Márcio:

– Tu escreveu taxar com xis, sua anta.

(Não se assustem com o tratamento, somos deveras implicantes com as falhas ortogramaticais de um e outro.)

Eis que, antes de corrigir, apelei pro meu amigo Aurélio.

Taxar é...
[Do lat. taxare.]
V. t. d.
1. Tributar (1): & &
2. Estabelecer ou fixar (taxas [ v. taxa (3) ] ): 2
3. P. us. Fixar ou regular o preço de; limitar, moderar.
V. t. d. e i.
4. Dar, fazer, conceder, regularmente.
V. t. d. e c.
5. Fixar (certa porção ou quantia): 2
Transobj.
6. Avaliar, julgar; qualificar: 2

[Pres. ind.: taxo, taxas, taxa, etc.; pres. subj.: taxe, etc.; part.: taxado, fem. taxada. Cf. tacho, tachas, tacha, tache, do v. tachar; tacho, s. m.; tacha, s. f., pl. tachas; tachada, s. f.; taxe (cs), s. f.; táxi, s. m.; taxi, s. m. e s. f.; e tachar.]

Tachar é...
[De tacha2 + -ar2.]
V. transobj.
1. Pôr tacha ou defeito em; acusar, censurar, notar: 2 & &

[Pres. ind.: tacho, tachas, tacha, etc.; pres. subj.: tache, etc. Cf. taxo, taxas, taxa, taxe, do v. taxar; taxa, s. f., pl. taxas; taxe (cs), s. f.; e táxi (cs), s. m. e s. f. & ]

Ok. Não estava bem preciso, mas também não estava errado.

Viu, Márcio?

terça-feira, 29 de novembro de 2005

Taí, chorei

Este texto lindo do Paulo Roberto Pires é mais um daqueles que eu gostaria de saber escrever...

Emoções adestradas

Cléo Pires perdeu. Há dois meses, mobilizava as atenções do colunista. Hoje, ele só tem olhos e cuidados para um sujeito baixinho, folgado e chegado a excessos, de alegria e tristeza. Na verdade, nos conhecemos desde que ele era bebê mas, há três meses, passamos a morar juntos, só os dois. Em casa é um ótimo companheiro; na rua, faz amizades com facilidade: é um sedutor – e até demais. Seus únicos defeitos, além de uma fome insaciável, são o ronco, altissonante, e um certo, digamos, excesso de salivação. É, ele baba.

Discos, livros e filmes não têm vez esta semana porque há quase um mês ele ficou doente e nossa relação mudou completamente. Remédios na hora certa, exames, idas ao médico. Ficamos mais próximos; e eu, estranhamente, mais dependente dele. Os amigos mais próximos sabem o quanto foi difícil. Agora está tudo bem e resolvi escrever aos meus seis leitores por ter descoberto, talvez da pior forma, pelo sofrimento de um e a preocupação do outro, a profundidade de nosso relacionamento.

Por isso tenho que assumir completamente o Sig – este é o seu nome. Ele tem, pelas nossas contas, 35 anos. Por “nossas” entendam a dos humanos. Divida este número por sete e, dizem, você chega aos cinco anos (e, para ser preciso, sete meses) de idade de um basset hound tricolor, orelhas enormes e olhos caídos com ilimitadas expressividade e capacidade de chantagem emocional. Depois de ter passado 15 dias com um tratador irresponsável, Sig sofreu um horrendo hematoma na orelha (um pequeno vaso arrebentado) e, picado por carrapatos, teve uma queda vertiginosa de glóbulos brancos, o que dificultava a contenção da hemorragia. Antibióticos usados para combater uma infecção que se insinuava detonaram uma gastrite e, por fuçar onde não deve, o rapaz também teve uma crise de bronquite.

Todo o drama que um basset hound é capaz de encenar para conseguir carinho e comida transformou-se, pouco a pouco, em sofrimento real. E aí, fui entendendo a cada dia que é um excesso de pretensão referir-se a eles, os animais de estimação, como “meu cachorro” ou “meu gato”. Ao contrário do que parece, é praticamente impossível decidir quem é dono de quem neste tipo de relação, às vezes mais complexa do que as mantidas exclusivamente entre humanos.

No périplo veterinário motivado pela dificuldade em acertar a forma de ataque às complicações, a primeira das médicas consultadas espantou-se pelo fato de eu tratá-lo “como um cachorro”. Mas é claro. Pois nada pior do que transformar estes animais, maravilhosos justamente por serem animais, em clones de gente, substitutos de filhos ou estepes para a solidão. Não consigo imaginar o bravo Sigmund usando ridículos tênis de cachorro, bonés, coletinhos ou coisa parecida – no máximo, uma charmosa bandana de pano amarrada no pescoço. Pois a graça de se ter um cachorro – ops, de viver ao lado de um cachorro – é precisamente a loucura, nada humana, que eles são capazes de despertar em brincadeiras e conversas que só quem nunca conviveu com um animal pode imaginar como monólogos de pessoas amalucadas.

Como se pode imaginar, um basset hound não é de ficar pegando bolinha aqui e ali. Ele prefere ficar deitado – ainda que Sig não tenha nadinha de sossegado e, freqüentemente, saia em galopes pela casa. Mas ele também provoca delírios verbais alucinados em quem convive com ele. Nascido e registrado Sigmundo Freud, o animal também atende por Sissi, Gordo, Sigão, Sigóide, Sigolino e, mais recentemente, ZigBond, sucedâneo canino do 007 – uma alma de detetive e sedutor que ele conserva por ser um farejador e, também, requisitar o carinho alheio. Pois a cada dez passos na rua, quando não pára para batizar um fradinho ou me fazer de gari, recolhendo em saquinhos plásticos fartos e inebriantes produtos de sua digestão, ele deita-se de bruços e, barriga para cima, espera um carinho de quem quer que seja. Com eu disse, um sedutor.

Há coisa de três anos, foi lançado por aqui um livro fantástico, “Da dificuldade de ser cão”. Seu autor, Roger Grenier, é um velhinho adorável, que foi amigo de Camus e conhece mundo e meio na vida parisiense. Neste livro, que até prêmio ganhou, ele mostra como escritores, filósofos e, é claro, qualquer pessoa com o mínimo de sensibilidade acaba apaixonado por cães, talvez porque eles e outros animais ditos de estimação despertem o que pode haver de melhor em um ser humano: carinho ilimitado, amor incondicional e emoção generosa, sem travas. O livro, diga-se, foi escrito em homenagem a Ulisses, um fiel braco que havia morrido.

É sabido que Carlos Heitor Cony escreveu “Quase memória”, seu magistral retorno à literatura, depois de vinte anos em silêncio, ao velar a prolongada doença de Mila, uma setter lindíssima que acabou morrendo enquanto nascia o livro. E que livro delicioso ao traçar o retrato de um pai amoroso e as dificuldades que temos em aceitar este tipo de amor. Enfim, profundidades despertadas pela energia brincalhona ou amorosa destes animais insubstituíveis.

Como eu não sou, nem de longe, o Cony, só consegui dedicar ao Sig uma modesta coluna – que felizmente é escrita na chave do alívio, depois da tempestade, e interrompida para recolher um cocô inoportuno, coçar-lhe um pouco a barriga ou tê-lo, como os cachorros idealizados, deitado aos meus pés enquanto escrevo. Tenho que terminar porque Sig dá uns ganidos fininhos – prenúncio de um latido fortíssimo, de cão bravo que ele não é – chamando para uma volta na rua, me puxando forte, na modalidade olímpica conhecida como “esqui de cachorro”. Eu, como um bom ser adestrado, nem penso em desobedecer. Vai que ele resolve não dar mais carinho.

segunda-feira, 28 de novembro de 2005

Da paixão e da falta de noção

Passei o dia rouca por causa da gritaria no estádio ontem. Torci feito uma doida pro Inter ganhar do Palmeiras. Nem tanto pelo Brasileirão em si (vá lá, eu ainda acredito em milagres), mas pelo medo de ser tachada de pé frio e acabar sendo vetada no Beira-Rio pelo Márcio e seus parceiros para o resto da existência.

Para mim, ir a um jogo é uma experiência quase religiosa. É impossível não se envolver na emoção com aquela multidão vibrando a cada gol, a cada lance perigoso, a cada porcaria cometida pelo juiz, a cada resultado paralelo favorável ao time.

Fui a alguns bons shows de rock, a muitas missas, a várias peças de teatro, a incontáveis sessões de cinema nesta vida, e posso garantir que nada disso jamais chegou à unha do pé de uma partida de futebol com estádio lotado. Mesmo que mais da metade lá dentro tenha uma paixão comedida (como a minha) ou esteja mais interessada no picolé ou no cachorro-quente ou no amendoim torrado.

No dia seguinte, tem a inevitável flauta do adversário. Não interessa qual tenha sido o resultado. Qualquer resultado. Sempre, sempre, sempre vai ter flauta. É a seqüência da brincadeira. É parte do jogo. O apito dos 45 do segundo tempo serve praticamente só para demarcar o instante exato da tocação de flauta. E eu levo a flauta na boa.

Claro que me irrito (senão não seria flauta), claro que me esforço pra irritar (senão não seria flauta). Mesmo a gozação mais ríspida (e hoje teve de monte, dos dois lados, aqui na terrinha, com o Grêmio voltando à primeira divisão e o Inter segurando mais um pouco a chance – ainda que remota – de se sagrar campeão) faz parte do jogo, faz parte da paixão.

Agora, a criatura se prestar a entrar num blog e fazer comentários racistas, preconceituosos e grosseiros e ainda por cima não se identificar é não ter noção. É um atestado absoluto de falta de civilidade. E, na boa, nem a torcida do Grêmio, nem a torcida do Inter merecem esse tipo de coisa, de nenhum dos lados. Foi por isso, e só por isso, que eu apaguei os comentários agressivos feitos no post logo abaixo. Por isso e, claro, também porque o blog é meu, e aqui mando eu.

Ah, e pra não dizer que não falei das flores, nada me deixa mais feliz (no campo futebolístico) do que saber que ano que vem tem Gre-Nal garantido! ;-)

Das coisas boas de ser tradutora

Acabei de usar o verbo "tagarelar". Eu adoro o verbo "tagarelar".

Eu me rendo

Jurei que não ia comentar o assunto aqui, mas esta definição da Clarissa merece ser replicada...

agora, vamos combinar

comemorar título maloqueiro de segundona é que nem colocar faixa na frente da casa de praia em quintão

"parabéns, grêmio. bixo terapia ocupacional fapa"

sábado, 26 de novembro de 2005

Vai entender

O Vida Sexual da Mulher Feia da fofa da Cláudia Tajes está em primeiro lugar na lista dos mais vendidos do Jornal do Brasil. Merecidíssimo. Antes de mesmo de saber qualquer coisa do livro, já tinha falado dele aqui. Só que a lista que o livro encabeça é a de Esoterismo e Auto Ajuda.

Se for pra vender mais livro, que seja. Mas corre o risco de um bando de jaburus imbecis reclamar no Procon por não ter encontrado dicas de como conseguir dar mesmo sendo mocréia...

sexta-feira, 25 de novembro de 2005

Memória musical

Hoje de manhã, quando tocou Cat Stevens no rádio, não pude deixar de lembrar dos bons tempos de faculdade, em que a fita com o melhor dele era uma das que passou quatro anos dentro do carro. Nesse tempo, gastou a fita e, imagino, a paciência de muitos dos meus caroneiros (que não tinham nada do que reclamar, porque eu dava carona pra todo mundo).

Eis que hoje prestei mais atenção à letra de Where Do The Children Play do que o normal. E ela não podia estar mais de acordo com o meu momento.

Well, I think it's fine
Buildin' jumbo planes
Or takin' a ride
On a cosmic train.
Switch on Summer
From a slot machine.
Yes, get what you want to, if you want,
'Cause you can get anything.

I know we've come a long way.
We're changin' day to day,
But tell me, where do the children play?

Well, you roll on roads
Over fresh green grass
For your lorry loads
Pumpin' petrol gas
And you make them long
And you make them tough,
But they just go on and on, and it seems
That you can't get off.

Oh, I know we've come a long way.
We're changin' day to day,
But tell me, where do the children play?

Well, you've cracked the sky.
'Scrapers fill the air,
But will you keep on buildin' higher
'Til there's no more room up there?
Will you make us laugh?
Will you make us cry?
Will you tell us when to live?
Will you tell us when to die?

I know we've come a long way.
We're changin' day to day,
But tell me, where do the children play?

quarta-feira, 23 de novembro de 2005

Mudar é legal

Não só porque o Firefox é mesmo melhor do que o Explorer, mas porque isto é muito divertido.

Momento regressão

Seu eu fosse... *

Uma flor: Gérbera
Um brinquedo: Autorama
Um mês: Setembro
Uma brincadeira: Queimada (ou Caçador)
Uma música: Eu te amo
Uma nota musical:
Uma cor: Verde
Um filme: Era uma vez na América
Um feriado: Ano-Novo
Uma comida: Salmão com molho de manteiga
Uma bebida: Suco de uva
Um disco: Paratodos
Uma maquiagem: Rímel
Um dia da semana: Quarta
Um periférico do PC: Teclado
Um doce: Ambrosia
Um programa de TV: A Grande Família
Um cômodo da casa: A sala
Um instrumento musical: Violão
Um objeto: Almofada
Uma árvore: Ficus
Uma fruta: Melancia
Uma paisagem: Uma praia vista de cima do morro
Um bicho: Cachorro
Um lugar: A casa da minha mãe
Uma estação do ano: Primavera
Uma frase feita: Tudo acaba bem. Se não está bem, é porque ainda não acabou.
Uma peça de roupa: Camisa branca
Um elemento da natureza: Água
Um objeto motorizado: C3
Um aparelho eletrônico: Computador
Uma pessoa da sua família: Minha mãe
Um sentimento: Ansiedade
Um perfume: Ô
Um livro: Aí depende...
Uma conquista: A lua
Uma parte do corpo: Os olhos
Uma pedra: Esmeralda
Uma dúvida: Como assim?!?
Uma marca: Hering
Um eletrodoméstico: Geladeira (sempre cheia)
Um jogo: Paciência
Um personagem de ficção: Sally, de Harry & Sally
Uma profissão: Tradutora
Um time de futebol: Inter
Uma pessoa famosa: Um dos Beatles (menos o John)

* Roubado da Fernanda.

domingo, 20 de novembro de 2005

sábado, 19 de novembro de 2005

Corro, logo blogo

"É a correria" é a frase que eu mais ouço e mais digo desde que a responsabilidade sobre a minha vida passou para as minha mãos. Nesta semana, não consegui ligar no aniversário do grande amigo que está trabalhando em São Paulo. A correria. Não consegui nem ligar para combinar um almoço rápido com uma amiga. A correria. Deixei de (des)confirmar a ida à praia com outra amiga. Ela, aliás, também não telefonou. Deve estar na maior correria.

Todo mundo está na correria. O tempo todo. Funcionários de carteira assinada, profissionais liberais, freelancers, desempregados, escritores, cineastas, publicitários, advogados, dijêis diletantes, produtores, estudantes, mães, pais, grávidas... Não importa muito por quê, todo mundo está sempre correndo.

Teria até passado pela minha cabeça paranóica que a tal "correria" não passe de uma desculpa esfarrapada se eu realmente não deixasse de fazer tudo o que citei ali em cima e muito mais por causa dessa entidade que me faz estar sempre com agenda lotada. A tal correria.

Não, eu não deixo de sair com amigos e tomar chopes e ir ao cinema e ver pessoas e falar ao telefone e ler livros e assistir à TV e me divertir e meditar (sim, pode acreditar). Só que não faço essas coisas com uma freqüência satisfatória nem com todos com quem gostaria.

E aqui reside a maior contradição: volta e meia entra na minha vida uma nova amiga de infância, um novo melhor amigo. E eu me alegro muito por isso. Mas me entristeço também um pouco. Porque no fundo sei que vai ser mais alguém com quem eu certamente não vou conseguir falar tanto quanto gostaria.

quinta-feira, 17 de novembro de 2005

Afinal!

Para uma entusiasta do RSS, esta é uma excelente notícia.

Pra aprender...

O meu lado cético às vezes se irrita com o bom e velho lugar comum segundo o qual a felicidade é feita de pequenos momentos bons. Dias como ontem parecem existir só para esfregar na minha cara que isso é verdade.

A quarta começou como outro dia qualquer, com maior jeito de casa > trabalho > casa. No fim, acabou sendo casa > trabalho > cinema > jantar > casa.

Alguns detalhes importantes: no cinema, além de assistir ao ótimo Cidade Baixa, tive o prazer de conhecer pessoalmente a fofa da minha amiga blogueira Joelma. No jantar, com várias pessoas queridas, pude conversar com o Lázaro Ramos, um dos atores mais bacanas da minha geração e descobrir que ele é ainda mais fofo e interessante do que eu imaginava.

segunda-feira, 14 de novembro de 2005

Da vantagem de estar desinformada

Minha vida anda tão corrida ultimamente, entre a edição de hard news no clic e a minha tradução, que eu simplesmente não faço idéia dos filmes que estão passando, das peças em cartaz ou dos shows programados para rolar por aqui. Pois ontem resolvi aceitar um convite de última hora da minha irmã e ver o primeiro filme que começasse a passar no cinema mais próximo de onde estávamos.

O filme era Elizabethtown. A atriz, Kirsten Dunst, que não me diz lá muita coisa. O ator principal, Orlando Bloom, que nunca me disse nada. E o diretor? Imaginei que fosse um diretorzinho qualquer dessas comediazinhas românticas. Putz! O diretor é o Cameron Crowe. A trilha está à altura dele. O roteirinho, bonitinho pra caramba. Soluções criativinhas. O filme é assim. Bacaninha. Bem boladinho. Inho. Mas bem acima da comediazinha romântica que eu imaginei inicialmente. Excelente programa pra um fim de tarde de domingo.

E o Orlando Bloom é muito, muito gatinho!

Azar, gostei.

sábado, 12 de novembro de 2005

É impressão minha...

... ou há vinte anos o Natal não começava a ser celebrado com mais de um mês e meio de antecedência?

Que aflição ver os shoppings decorados em plena primeira semana de novembro.

sexta-feira, 11 de novembro de 2005

quarta-feira, 9 de novembro de 2005

Confissões

  • Estou sem inspiração para o blog
  • Meu superego está querendo que eu pare de escrever – tem muita gente bacana lendo isso aqui, que vergonha!
  • Meu ego está dando uma surra no superego – tem muita gente bacana lendo isso aqui, que legal!
  • Ainda vou acabar expulsando esses dois da minha vida...

segunda-feira, 7 de novembro de 2005

Funcionário e dançarina


Hoje o Márcio acordou às 8h e sai do trabalho às 18h.
Eu chego ao trabalho às 18h e volto pra casa depois da 1h.

Vida dura, viu?

sábado, 5 de novembro de 2005

Do lado bom das coisas ruins

Eu estava na Praça da Alfândega quando um temporal caiu ontem sobre Porto Alegre e alagou a Feira do Livro. Ficamos ilhados no Pavilhão de Autógrafos por mais de duas horas. Foi desolador e lamentável.

Hoje à tardinha, quando voltávamos para casa, decidimos dar uma banda descompromissada por ali. Apesar do tempo bom, o número de visitantes era muito menor do que o de todos os demais dias em que havia ido à praça desde a abertura da Feira deste ano.

Consegui finalmente olhar o que havia nos balaios e nas bancas, sem precisar me defender de cotoveladas, pisões e cuias de chimarrão desgovernadas. O testemunho de um editor conhecido nosso confirmou a minha impressão inicial: apesar de menos engarrafada, o "movimento pecuniário" estava melhor hoje do que nos outros dias.

sexta-feira, 4 de novembro de 2005

No comments

Sumiram os meus comentários :-(

Não sei o que houve. Só sei que a minha página está dando erro de script, e quando eu tiro os códigos do Haloscan do código, o erro some. Mas eu não quero ficar sem os meus comentários...

Enquanto o Solon não me ajuda, por favor, encaminhem as mais do que sempre bem-vindas observações por e-mail (caso ainda não tenham notado, o link para ele está aqui embaixo, na assinatura dos posts).

quarta-feira, 2 de novembro de 2005

Filosofia chinelona

Assisti hoje à tarde a Batman Begins. Achei tri, mas isso não vem ao caso – nem o fato de que eu sou fãzona do Christian Bale desde O Império do Sol, que eu vi trocentas vezes no vídeo. O que ocorre é que eu me peguei questionando a atitude dos capangas que dão a vida por um empreguinho chinelão de... capanga!

Na boa! Que tipo de emprego faz o sujeito dar a própria vida pelo empregador? Porque eu não tô falando de uma profissão nobre, de arriscar o pescoço pra salvar um grande líder mundial. Não. Eu tô falando de capanga de mafioso do segundo time. Por que as criaturas não chutam o balde e dão no pinote? Se algum dia eu fosse idiota o suficiente de aceitar emprego de capanga, era o que eu faria.

Da série comentários que viram posts

Ficou com tanta cara de post o comentário que fiz no blog da Fer, que eu achei melhor botar aqui também :-)
Gozado, eu nunca me preocupei muito com isso [se a Capitu traiu ou não o Bentinho]. No Machado de Assis o que sempre me impressiona é a forma. Ele escrevia tão bem e o texto permanece tão absolutamente atual que eu não consigo me preocupar muito com a história. Ontem, lendo o volume 1 de As obras-primas que poucos leram, deparei com a seguinte afirmativa num artigo do Cony de 1972 sobre Grande Sertão: Veredas, de Guimarães Rosa:

"Todas as grandes obras-primas da literatura têm uma história linear, sem nada de extraordinário. Crime e Castigo é a história de um estudante que assassina uma velha para roubar. Dom Quixote nem enredo tem: é um louco de meia-idade que sai pelo mundo procurando briga à toa. Madame Bovary é a mulher de um médico provinciano que arranja um amante. E daí?"

Embora ache que o próprio Cony desminta o "todas as grandes obras-primas" no seu Quase Memória, em que a história (autobiográfica, é verdade) compete com o estilo, o princípio é este mesmo. Tem coisas que eu gosto de ler só pra ver a "miséria" que dá pra fazer unindo as palavras certas umas as outras. E sonhar se algum dia eu conseguiria fazer coisa parecida...

terça-feira, 1 de novembro de 2005

Da série releases...

... que eu jamais quero ter que escrever:
Kátia do Ogun prevê mais catástrofes para 2006.

Simpatia para genro gostar da sogra

Sim. Alguém chegou até aqui procurando por isso no Google. Não sei de simpatia não. Só sei que o Márcio ama a minha mãe e vice-versa. Mas garanto que eu não cozinhei nenhuma cueca com mel nem nada parecido com isso...

:-)

domingo, 30 de outubro de 2005

Fraqueza d'alma

Abomino o denuncismo gratuito. Quem trabalha comigo sabe disso. Só que não consigo controlar uma certa satisfaçãozinha interna ao ver certas pessoas indignadas com a atual onda de denuncismo e de "inversão do ônus da prova" de que tanto fizeram uso nos anos passados.

Das minhas implicâncias implicantes

Como me irrita essa mania "gaúcha" de andar com cuia de chimarrão em punho em lugares movimentados como o Brique da Redenção e a Feira do Livro. Nunca vi paulista andando pra tudo quanto é lado com térmica de cafezinho, baiano, com água de côco, nem mineiro, com cestas de pão de queijo. Custa tomar o chimarrão em casa?

Hoje, na Feira do Livro lotada, "uma pronta" (como diz a minha vó) quase me atropelou com a sua cuia babada. Coisa chata...

Pavooooooooooooooor

Alguém aí sabe explicar por que o Sindicato dos Jornalistas do Rio Grande do Sul tem tanta raiva de jornalista com emprego?

Diquinha

A Vida Sexual da Mulher Feia. Li em dois fôlegos. Muito bem escrito, divertido e melancólico ao mesmo tempo. O texto da Cláudia Tajes é despretensioso e extremamente bem-humorado.

Esquisitice: o site da Cultura classifica o livro como "crenças e auto-ajuda". Ahn?

sábado, 29 de outubro de 2005

Nem lá, nem cá

Sou uma mulher de extremos. Mas, não, não sou bipolar. Eu gosto muito das pessoas de quem eu gosto, eu desgosto muito das pessoas de quem eu desgosto, eu sou muito indiferente às pessoas que me são indiferentes. Simples assim.

E a recíproca é verdadeira. Tem quem goste de mim, tem quem não goste de mim e tem quem me ignore redondamente. Mas duvido que alguém me ache mais ou menos. Não demorei muito a aprender que não se pode agradar a todo mundo. Parênteses: aliás, a primeira coisa que alguém pode fazer para angariar a minha antipatia gratuita é ser alguém de quem ninguém fala mal. Fecha parênteses.

Posto isto, eis o meu contraditório dilema: fisicamente, estou no meio do espectro. Não sei se emagreço ou engordo 20 quilos. Explico. Se eu emagrecer 20 quilos, voltarei a ser o ser levemente acima do peso de dez anos atrás e a entrar em todas as roupas tamanho G e 42/44 do mundo. Se eu engordar 20 quilos, passarei a ser oficialmente obesa e poderei comprar roupas em lojas de tamanhos especiais e sentar na parte da frente dos ônibus.

Do jeito que eu estou hoje, eu não sou nem efetivamente GORDA, nem NORMAL. Sou descrita pelo cretino eufemismo "gordinha". Eu não caibo nos tamanhos G de quase nenhuma loja normal (e quase nenhuma loja normal tem GG), mas também não sou suficiente para os tamanhos PP das lojas de tamanhos especiais (que também não prezam pelo estilo). Um horror! COMO uma pessoa vai se vestir assim?

A parte de engordar é brincadeira, até porque estou estacionada no mesmo peso (com pequenas variações para menos, felizmente) há cinco anos. É CLARO que eu quero (e pretendo um dia, quem sabe, talvez) emagrecer tudo o que ganhei no casamento. Mas o que eu mais quero MESMO é encontrar roupas bacanas tamanho 46 e meio. Será que rola, ou tá difícil?

PS.: Em Porto Alegre tem uma loja maravilhosa que vende essas coisas de que estou falando. Mas é tão cara. É pra de vez em quando e olhe lá...

quarta-feira, 26 de outubro de 2005

Bloqueio

Meu medo de ser infame faz com que os meus textos profissionais sejam absolutamente sem humor.

E eu detesto falta de humor.

segunda-feira, 24 de outubro de 2005

Bola ao centro?

Pronto? Deu? Vamos começar de onde havíamos parado? Vamos nos preocupar com o que realmente faz diferença?

Nem eu acredito, mas tenho amigos que brigaram por causa desse referendo de pergunta confusa – ontem, na hora de votar, tive que pensar bem pra lembrar qual era mesmo o meu voto. Hoje recebi alguns e-mails desaforados (de gente de quem eu gosto e que votou tanto pelo sim quanto pelo não) e fiquei com ainda mais vergonha do processo todo.

Acabei me envolvendo mais do que gostaria sobre o assunto (reproduzindo aqui texto de gente pacífica a quem admiro intelectual e pessoalmente), quando a minha causa maior continua sendo a mesma a que me referi neste post do ano passado. Eu queria mesmo é que todos fôssemos como o Leandro e a Aline: grandes amigos que não deixam as diferentes crenças políticas interferirem no carinho e respeito que sentimos uns pelos outros.

Eu, por exemplo, não vejo problema algum de sentar à mesa com alguém que esteja comendo mocotó ou dobradinha. Basta não tentar me obrigar a comer.

;-)

sábado, 22 de outubro de 2005

Comentários

O Nasi é fofo, o Nasi escreve superbem, o Nasi tem umas idéias muito bacanas sobre muitas coisas. Só que o Nasi não deixa ninguém comentar no blog dele, porque tem gente nojenta que faz comentários idiotas. Por isso acho que ele tem mais é que proibir, se der na telha dele. Acontece que eu quero comentar três posts dele, e não tô a fim de mandar e-mail, mas de fazer comentários que todo mundo possa ler.

Sobre este post: acho que a Folha, assim como a Veja, tem acumulado muitos deméritos nos últimos anos. Uma pena.

Quanto a este outro: "loser descomunal" é uma das melhores e mais cruéis definições que alguém pode receber. :-)

E sobre o Tim Burton: concordo, concordo, concordo!

Pronto! Comentei.

sexta-feira, 21 de outubro de 2005

Querido diário

A semana começou com a promessa de ser uma das mais cansativas dos últimos 31 anos. E foi. E hoje ela acaba com a perspectiva de uma nova semana muito parecida.

Ai, que cansaço.

terça-feira, 18 de outubro de 2005

A mancheias

Pelo Galera, cheguei a esta lista da Time dos 100 melhores romances de língua inglesa escritos desde 1923. Balanço pessoal: vi todos os filmes que foram feitos a partir deles, li cinco de cabo a rabo e tentei ler dois mais de uma vez sem conseguir seguir em frente. O melhor de tudo, porém, é que eu traduzi um deles para o português.

segunda-feira, 17 de outubro de 2005

Perdida nos meridianos

Outro caso de antice inconfessável, que agora eu dei para confessar aqui em doses homeopáticas, é a minha total incapacidade de compreender fusos horários. Entender o que fazer no começo e no fim do horário de verão, por exemplo, sempre funde a minha cachola.

Trouxas do Bem x Trouxas do Mal

Acho, naturalmente, que não sou do Mal, sou do Bem. E que, votando no Não, estou votando no Bem. Mas compreendo que haja quem ache precisamente o contrário, que é que eu vou fazer — só disponho de uma consciência e essa é a opinião dela.

Tenho por acaso visto anúncios de ambas as campanhas na tevê. Ambas, a meu ver, mentirosas ou enganosas. E a do Sim vem mais recheada de babaquices sobre a condição humana do que esses arquivos de slides que nos mandam pelo computador e que nos obrigam a limpar o monitor do melado que escorre depois de os havermos visto.
O resto está aqui, pelo menos até a próxima atualização.

sexta-feira, 14 de outubro de 2005

Tsc

Se eu fosse receber no dia 5 de novembro o justo pelo quanto estou trabalhando neste mês de outubro, minha conta ficaria bem, mas bem mais gorda.

quinta-feira, 13 de outubro de 2005

Síntese

o que exige muita explicação não funciona como arte
Só pra dividir com vocês essa observação precisa da Márcia, que resume a minha principal sensação a respeito da "arte, esta desconhecida".

segunda-feira, 10 de outubro de 2005

Falta de noção

Atire a primeira pedra quem aí, quando criança, não teve medo do "fim do mundo". Então agora me expliquem, por favor, qual é a graça de, depois de adultos, ficarmos fazendo reportagens e mais reportagens falando nesse tal (macro)apocalipse que não vai vir e assustando as crianças que, assim como nós fizemos um dia, se impressionam com qualquer coisa?

Quando eu era pequena, pra me tranqüilizar em noites de matérias catastróficas do Fantástico, meu pai me dizia: "O fim do mundo tá ali na nossa esquina". Hoje, infelizmente, eu vejo que ele tinha toda a razão. E quem insiste na tese do "grande fim do mundo" parece assistir a tudo de uma posição confortável, acreditando que não adianta fazer mais nada mesmo.

Pois eu acho que adianta. Pronto, falei.

Da série quisera eu escrever assim

Saiu no caderno Aliás do Estadão deste domingo:

Entregando a arma a Deus

Sérgio Augusto

Tiro de verdade não sei dar, pois até do serviço militar escapei. Podem me revistar à vontade. Sou homem de bem, preocupado, como todo mundo, com a violência urbana, o narcotráfico, a inoperância e a corrupção da polícia. Sou pela paz, pelas liberdades individuais, pelo livre arbítrio, e não admito que me incluam na "Frente da Bala", alcunha inventada (ou perfilhada) pelo ministro da Justiça Thomaz Bastos para vexar e estigmatizar aqueles que, por motivos diversos, não pretendem votar "sim" no referendo do dia 23, e também para confundir os ingênuos e evitar que mais pessoas se perguntem por que o ministro e seus comandados não conseguem dar conta da segurança pública e do combate ao contrabando de armas, embora seja(m) pago(s) para isso com os nossos impostos.

Muito esquisito esse referendo. Por que os parlamentares, também pagos com os nossos tributos para fazer as leis, não resolveram de uma vez por todas a questão a ser referendada quando elaboraram o Estatuto do Desarmamento, em dezembro de 2003? Democratite aguda, preguiça ou medo de se responsabilizarem sozinhos por uma decisão altamente polêmica?

Sou mais a última hipótese.

E a batata quente veio parar em nossas mãos, promovendo discussões estéreis, bate-bocas desgastantes, guerrilha de enganosas e contraditórias estatísticas, argumentos apelativos, platitudes a granel e uma promíscua confluência de vozes que costumam atuar em corais diferentes. Não acho justo que, por artes de uma consulta popular tão simplista, tão precariamente discutida e tão mal formulada, os escritores João Ubaldo Ribeiro e Carlos Heitor Cony, o sociólogo Hélio Jaguaribe e outras respeitáveis e lúcidas figuras do país tenham sido constrangidos a embarcar no mesmo barco dos fabricantes e vendedores de armas, dos caçadores, do Jair Bolsonaro e alguns intelectuais de direita.

Evidente que João Ubaldo, Cony e o dr. Jaguaribe preferiam estar velejando com Veríssimo, Chico Buarque, Caetano Veloso e outros apóstolos do "sim", ainda que na companhia destes haja uma constelação de celebridades que estão dando aos comerciais da "Frente Pela Paz" uma incômoda aura de propaganda eleitoral e mensagem de fim de ano da Rede Globo. Mas o que fazer se João Ubaldo & cia. descrêem da necessidade do referendo e das conseqüências panglossianamente otimistas prometidas pelos evangelistas da "paz"?

Cony, por exemplo, considera o referendo "um escapismo" para empurrar com a barriga os reais problemas da violência, razão pela qual não irá votar no dia 23. Outros, igualmente descrentes como Cony mas dispostos a votar, perguntam-se por que, diabos, não incluíram a fabricação de armas, apenas a sua comercialização, quando se sabe que 81% das armas recolhidas são de fabricação nacional.

O escritor Deonísio da Silva, se bem entendi o que há dias ele escreveu no site Observatório da Imprensa, também considera o referendo tergiversante e sugere outros temas mais conseqüentes para um plebiscito: a absurda taxa de juros de 200% ao ano, as maracutaias do governo e o envolvimento de José Dirceu com o valerioduto. Eu, modestamente, incluiria nesse rol a proibição de bicicletas de circularem pelas calçadas. Nas do Rio, pelo menos, faz tempo que elas circulam livremente, pondo em risco a integridade física de muita gente. Eu já fui atropelado por duas. E por que continuar permitindo a fabricação, venda e propaganda de carros que corram mais de 100 km por hora? Um carro a mais de 100 km por hora é uma arma perigosíssima.

Consulta popular não é enlace matrimonial, nem pergunta de garçom ("com gás ou sem gás?"). A questão em pauta no referendo das armas é por demais complexa para ser julgada emocionalmente e no cara ou coroa, muito menos por uma população despreparada para quase tudo, inclusive para entender todas as implicações de seu voto, seja qual for. Por que não nos deram uma terceira opção, o voto nulo, para que pudéssemos expressar nossa impressão de que o referendo é um sufrágio irrelevante se desacompanhado de uma revolução na política de segurança pública? Mas quem, em sã consciência, acredita na possibilidade de uma revolução na política de segurança pública? E como duvidar da suspeita de que, desarmada a sociedade, um mercado negro de armas há de surgir e frutificar, com o mesmo ímpeto do mercado de drogas e a mesma rapidez do mercado de bebidas ilegais que a Lei Seca incentivou nos EUA?

À parte induzir o cidadão a votar "sim", o referendo do dia 23 tem uma sintática confusionista: o "sim" vale um não (à comercialização de armas de fogo e munição") e o "não" vale um sim (ao direito de qualquer um comprar, legalmente, armas e munição). Quanto à indução ao "sim", basta ler a pergunta formulada-"O comércio de armas de fogo e munição deve ser proibido?"-e contar nos dedos as pessoas que não tremem de medo só de ouvir falar em armas de fogo e munição. Se é para proibir objetos capazes de ferir ou matar uma pessoa, por que não acrescentam ao referendo facas, canivetes, barras de metal, porretes, cacos de vidro e todo e qualquer pedaço de pano que possibilite estrangular alguém?

Os dispositivos legais em vigor há quase dois anos já dificultam bastante a aquisição de uma arma de fogo, exigindo que o comprador não tenha antecedentes criminais, submeta-se a exames psicológico e de manuseio de armas, pague algumas taxas e comprove a necessidade de ter em casa um trabuco. Certamente por causa de tais exigências, impostas pelo Estatuto do Desarmamento, que apenas 1.044 armas foram vendidas no Brasil em 2004. Mas não adianta ter um revólver regularmente comprado, antes ou depois do Estatuto do Desarmamento, se com a prevista vitória do "sim" só haverá munições no mercado legal para autoridades militares e para os bandidos que as conseguem ilegalmente, não raro dos arsenais da polícia e das forças armadas.

A grosso modo, tudo é conjectura, tudo é hipótese: menos armas, menos tiros, menos assaltos, menos feridos, menos mortos; logo, mais paz, segurança e tranqüilidade-uma reconfortante corrente da felicidade. Estamos no meio de um embate entre céticos (ou realistas) e pacifistas (ou utopistas), cada facção com razões ponderáveis. Só uma coisa, porém, é 100% indiscutível: a vitória do "sim" vai retirar do cidadão o direito fundamental da legítima defesa. Será que tão assustadora "concessão" trará os benefícios sociais augurados pelos "sim"-plistas? Para esta pergunta, infelizmente, não existe uma resposta 100% indiscutível. Nem sequer importada.

Na Suíça todo homem adulto recebe um rifle para o serviço militar juntamente com a permissão de guardá-la em casa. A Suíça tem mais armas de fogo per capita do que qualquer outro país, e ainda assim é um dos países mais seguros do mundo. Aprendi isso no livro Freakonomics, de Steven D. Levitt e Stephen J. Dubner, onde também se lê com todas as letras que os métodos americanos usados para manter as armas longe do alcance de pessoas capazes de cometer crimes são, na melhor das hipóteses, insuficientes. Mesmo as regras de um mercado legal, como as propostas pela Lei Brady, aprovada em 1993, estão fadadas ao fracasso quando existe um mercado negro de peso para o mesmo produto.

Mais: em Nova York, o número de crimes violentos diminuiu em áreas onde é permitido aos cidadãos de bem portar armas de forma não ostensiva, pois é possível que um criminoso desista de cometer um crime se imaginar que sua vítima potencial pode estar armada.

Ora, direis, assim é na Suíça e em Nova York, e aqui é o Brasil. Pois é justamente por isso que o melhor que temos a fazer é entregar a arma a Deus.


Ah, sim, e neste link, uma pitada de nepotismo.

domingo, 9 de outubro de 2005

Saudade

Olhando os lançamentos na Livraria Cultura hoje à tarde, vi um senhor mais ou menos da idade que o meu pai teria hoje folheando a edição da Planeta de Minha Razão de Viver, cuja edição da Record foi um dos muitos livros que meu pai me "mandou" ler quando decidi virar jornalista. Naquele instante eu senti muita saudade. Senti também uma tristeza imensa pelos vários livros que ele deixou empilhados à espera de leitura e também os que ele não pôde ler porque foram lançados depois de fevereiro de 1996.

sexta-feira, 7 de outubro de 2005

quinta-feira, 6 de outubro de 2005

Irritação

Poucas coisas me tiram tanto do sério quanto taxistas que reclamam de trajetos curtos.

:-)

Olhem que legal!

Triste isso

Nos primeiros três meses depois que o Márcio foi trabalhar no Jornal da Tarde, em São Paulo, no final de 2001, todas as nossas horas disponíveis na desvairada eram dedicadas à procura da nossa nova casa. Tinha que ser alugada. Tinha que ser num bairro simpático. Nossa primeira paixão foi a Lapa, que conhecemos pelas mãos do querido Luís Antônio Girón e da Míriam, mulher dele. Eles moravam numa casa simpaticíssima, em frente a uma praça, num lugar que me lembrou muito a Sorocaba em que fui criada.

Infelizmente, o ritmo da vida paulistana não permitiu que conseguíssemos nos reencontrar depois que eu e o Márcio nos instalamos no desumano 15º andar de um edifício bem bacaninha. O número de desencontros foi igual ao das tentativas. De qualquer forma, nós dois sempre consideramos a casa em que os dois moravam com a família como um exemplo a ser perseguido na hipótese de continuarmos morando lá ou eventualmente voltarmos para lá algum dia.

Por tudo isso, principalmente, ler hoje este texto do Giron me deixou muito, mas muito triste.

Sobre o referendo

  • Sou contra o uso de armas em qualquer situação
  • Sou contra a leviandade e a simplificação de assuntos complexos
  • Sou contra votar sim no dia 23

segunda-feira, 3 de outubro de 2005

Sem paciência

Não tenho vocação para Caetano Veloso. Quando comecei este blog, jurei a mim mesma que as polêmicas seriam sumariamente deletadas. Não quero ser polêmica aqui. Pior: se possível, só quero comentários de quem concorda comigo.

Boa semana a todos :-)

sábado, 1 de outubro de 2005

Achados e perdidos *

À cata dos diplomas e certificados que precisava desencavar para uma possível inscrição em seleção de mestrado, achei dois livros que comecei a ler, mas não sabia por onde andavam (O Prazer do Texto, do Barthes, e Paixões, de Rosa Montero), a pasta com os recortes de várias das reportagens que fiz para a Zero Hora quando trabalhei na Política entre 1997 e 2000 (coincidência ou não, a Internet volta e meia estava na pauta, sugerida por mim, claro) e, o mais interessante: vários manuais de instrução de eletroeletrônicos e eletrodomésticos que já foram trocados ou descartados há uma porção de tempo.

Ah, sim. Achei também o diploma e os certificados que estava procurando. Além do meu histórico da Famecos, que mostra como eu era uma baita de uma CDF.

* Nunca entendi por que se diz "achados e perdidos", como se as coisas primeiro tivessem sido achadas e depois perdidas, quando, na verdade, é o contrário, não?

quinta-feira, 29 de setembro de 2005

Parceria

Momento confissão? Então tá. Juro: até hoje sinto falta de um "s" para fazer a concordância verbal na frase "Até tu, Brutus". Tem alguma coisa dentro de mim que não se conforma de essa frase não precisar ser "Atés tu, Brutus". Pronto, confessei.
Meus leitores são muito melhores do que eu! Este é apenas um dos comentários geniais gerados pelo post abaixo.

:-)

terça-feira, 27 de setembro de 2005

Dislexia

Sem falsa modéstia, não costumo errar ortografia – até porque sou uma consultora contumaz de dicionários e desconfio com mais freqüência do que se mostra necessário do que estou escrevendo. Mas tem uma coisa: eu sempre, sempre, sempre escrevo tigela com jota.

segunda-feira, 26 de setembro de 2005

Nas tuas mãos, como uma luva

(...) preciso de saber como é que se faz para acreditar que as pessoas são aquilo que, no fundo, no fundo (porque para nossa desgraça, para além de bons corações somos seres mui inteligentes) nós sabemos que elas não são. Por mais que me esforce, continuo no estado mitológico puro: fé ou desespero. Não sei fazer de conta que vejo o que não vejo.

(...) tratarei apenas de garantir que a minha criança saiba fazer-se feliz a si própria, e encare toda a gente – do presidente do conselho de administração ao homem do lixo – como pessoas transitórias em situações transitórias, tal como ela.

Estou a tornar-me uma cínica (...). Substituo todas as minhas boas ideias por comentários irónicos, para não ter que admitir que cedi.

Trechos deste belo livro que li na semana passada. É da portuguesa Inês Pedrosa, a mesma do Fazes-me Falta.

sexta-feira, 23 de setembro de 2005

Lôca com circunflexo

O guri tem brilho próprio, mas é a prova de que quem sai aos seus não degenera. Agora, lê este post do Emiliano Urbim e me diz se não é verdade.

Ser elegante é...

Primeira surpresa: a BR 222 está sendo repavimentada! Está um tapete! Quase não passa carro! Pelo menos por algumas horas, eu aproveitei os dividendos do apoio incondicional de Sarney a Lula.
Fazer uma crítica política assim, sem a gente nem sentir...

A viagem do Riq está imperdível.

quinta-feira, 22 de setembro de 2005

Pérolas

"Eu tenho uma palavra: eu fui usado."

Marcos Valério

Quer mais? Clica aqui.

Deixa a tua sugestão de melhor frase da crise aí nos comentários, por obséquio :-)

Diquinha

Eu cansei de cobrir mostras de decoração e ver rico e quatrocentão - como se diz em São Paulo - achando que tem bom gosto. Pintam a parede de branco, compram um sofá branco, largam uma pele branca-e-preta de zebra no chão, ocupam os espaços em branco com móveis cromados forrados de branco e batizam de "estar íntimo do jovem chefe de família e dono do cofre para momentos em branco".
Legal, né? O texto todo tá aqui.

terça-feira, 20 de setembro de 2005

De modelo a toda a terra

Nada como um feriado de folga para passar um dia Jabba The Hut, como bem define a minha amiga Aline.

Balanço final: três filmes e meio, vários pedaços de seriados e um pouco de trabalho.

domingo, 18 de setembro de 2005

Grande pequeno filme

Valentín, de que lembro de ter lido alguma coisa elogiosa, mas não lembro escrito por quem, foi a melhor surpresa do fim de semana. Não bastasse o saboroso jantar chinês de sexta, a deliciosa noite de sono com som de chuva no telhado, a feijoada entre amigos do sábado à tarde, esta produção argentina de 2002 se revelou uma beleza de filme.

Tão bom que até diminuiu a chatice do fato de precisar trabalhar hoje à tarde.

sexta-feira, 16 de setembro de 2005

Do pensamento recorrente

Em tempo de Semana Farroupilha – pra quem não é do Rio Grande do Sul, dá pra entender um pouco disso por aqui – voltei a me irritar com esse "orgulho de ser". Pra não ter que escrever tudo de novo, reafirmo o que já tinha escrito no ano passado.

quinta-feira, 15 de setembro de 2005

Um homem sem país

Acho que o sistema imunológico do nosso planeta está tentando se livrar da gente. E deve fazer isso mesmo.
Kurt Vonnegut, em entrevista ao Jon Stewart, anteontem.

Aos 82 anos, ele está lançando o primeiro livro nesta década: A Man Without a Country. O livro novo está a venda na Barnes & Noble e na Amazon. Também tem coisas dele em português no Submarino – inclusive o Matadouro 5, que me orgulho de ter traduzido.

Até o final do ano, a L&PM deve lançar a nova tradução de Breakfast of Champions, de que eu gostei ainda mais do que do Matadouro.

Constatação culinária

Sou editora até na hora de cozinhar. Quando não sei como preparar alguma coisa, pego três ou quatro receitas diferentes, edito, e crio uma receita só minha a partir dali.
Comentário meu mesmo feito neste post delicioso da Márcia.

quarta-feira, 14 de setembro de 2005

Da sabedoria

Franklin Martins, de quem eu gosto muito como jornalista, disse na segunda, em palestra a um grupo de editores da RBS, que não fala mal de nenhum jornalista vivo. Muito menos morto.

Será que algum dia eu chego a esse estágio de evolução espiritual?

terça-feira, 13 de setembro de 2005

Boas novas

Milamori e seu invejável senso de humor voltaram à ativa.

Das bestas quadradas

Não gosto de comentar política nem religião, porque acredito piamente que ninguém convence ninguém de nada se alguém não estiver disposto a ser convencido. Agora, este Jair Bolsonaro é mais ou menos como o câncer: alguém pode ser a favor?

domingo, 11 de setembro de 2005

11/9

Há exatos quatro anos, mais ou menos neste horário, eu cheguei em casa do trabalho, sentei na frente da TV e desatei num choro convulsivo. Chorei feito criança, sem conseguir parar.

Em 11 de setembro de 2001, eu fui uma das editoras de uma das principais coberturas online do país sobre o mais espetacular atentado terrorista da história. E aquilo acabou comigo, muito embora no dia seguinte eu estivesse de volta na redação, tocando a bola pra frente.

Foi naquele dia que eu vi que o meu lado jornalista-clichê-que-está-24-horas-atrás-da-notícia é muito frágil. Que na verdade eu tenho um certo desprezo por este lado. Ainda que na hora do aperto eu mantenha o distanciamento crítico e consiga organizar as coisas como precisam ser organizadas, depois, quando a coisa toda se acalma, eu não consigo deixar de sentir.

Foi assim na invasão do Iraque, no Tsunami na Ásia, nas bombas em Madri e Londres.

Está sendo assim com o Katrina e o ciclone no Rio Grande do Sul.

É assim todos os dias, com as mortes absurdas nas estradas do meu país e nas ruas da minha cidade. Com a crise política.

Alguém aí sabe a receita de como fazer tudo isso e não se envolver?

Paul Auster

Caramba, que livro bom. Acho que já posso dizer que sou fã do homem.

Depois de anos de relutância (implico um pouco com esses autores muito badalados) li em menos de um mês o tocante Timbuktu – especialmente para quem, como eu, é cachorreiro, e este Desvarios do Brooklyn.

A tradução da Beth Vieira ajuda incrivelmente. Não li nenhum Auster original, mas a fluência do texto é tamanha, que ao contrário do que acontece com mais freqüência do que eu gostaria, não sinto necessidade de checar "será que foi isto mesmo que ele escreveu"?

Em suma, a intenção aqui não é fazer uma resenha, porque para isso eu teria que pensar, mas sim dizer: leiam! E depois comentem comigo.

P.S.: Meu primeiro contato com o sujeito foi lendo Achei que meu pai fosse Deus, organizado por ele a partir de um programa de rádio. Também recomeindo.

sexta-feira, 9 de setembro de 2005

Aviso aos navegantes

Cancelei a minha conta no Terra.

Troquei pela Globo ponto com, que me deixa assistir aos episódios d'A Grande Família que porventura eu perca na TV.

Portanto, queridos amigos, esqueçam o e-mail @terra, ok? Agora é @gmail.com ou @globo.com.

Da vida adulta

Quando eu era adolescente, achava um saco a minha mãe voltar do súper sempre reclamando do preço das coisas.

...

Constatação do bem

O trabalho chaterrésimo que eu fiquei fazendo hoje no clic e que só conseguirei que terminar amanhã me fez perceber como tenho feito só o que gosto ultimamente.

E isso está me deixando mal acostumada.

quarta-feira, 7 de setembro de 2005

Do bom texto

Pouco mais de 15 dias antes de completar 60 anos - no próximo dia 26 -, Gal Costa lança Hoje, disco em que o nome vem no presente, a audição projeta o futuro e a produção acerta as contas com o passado.
Começo bacana, né? O resto tá aqui.

Porque mudar é preciso

  • Comecei uma dieta
  • Comprei óculos novos
  • Cortei os cabelos
  • Mudei as cores do blog

Feliz para sempre?

Bobagem de feriado...
Charmed
You scored 88 on the Happily Ever After Scale!

You are one of the very lucky ones. You have the power to help make the world a better place. Take the time to appreciate the joy and love that exists around you. Share the joy and love with others.

You scored higher than 88% on HEA points

Link: The Happily Ever After Test

terça-feira, 6 de setembro de 2005

Frase da semana

Para que prospere um pedido de cassação por quebra de decoro terá de haver uma acusação consistente - só o fato de ser tosco não basta.
Da Rosane de Oliveira, na Zero Hora de hoje, sobre o Severino, de quem (lembram?) eu tenho medo.

Boa notícia

O Oliver está bem.

sexta-feira, 2 de setembro de 2005

Belíssima exceção

Não sou exatamente uma fã de telejornalismo. Sou capaz de lembrar de textos e páginas de jornais, revistas e sites sobre vários acontecimentos e de nenhuma imagem. Claro que nada bate ainda a transmissão ao vivo de catástrofes, eventos, competições e tudo o mais, mas são raros os repórteres capazes de me fazer deixar o livro, o jantar ou o que seja que eu esteja fazendo para prestar atenção numa reportagem de TV.

Hoje, o Luis Fernando Silva Pinto me fez parar tudo. Confesso que comecei a assistir pensando que seria mais uma daquelas matérias recheadas de imagens de agência e em que o repórter fala de Londres sobre a guerra no Iraque como poderia falar de Bali ou Guadalajara.

Ao quebrar um dos princípios consagrados do jornalismo – o de não se envolver, mas apenas reportar –, ele acabou fazendo a primeira reportagem que me emocionou em muito tempo. Ao ajudar uma família que estava separada pela falta de transporte na tragédia de Nova Orleans, a equipe de reportagem tocou, sem resvalar para o sensacionalismo ou a apelação.

Azar, chorei.

Ficha imensa

Outro dia olhei no espelho e levei um susto. Meu rosto cresceu antes de mim. Ele já fez trinta anos. Acho que eu que esqueci de fazer...

Ontem comprei um produto anti-linhas de expressão.

quinta-feira, 1 de setembro de 2005

Minha mana virginiana

Ela é mais alta do que eu, mais magra do que eu, mais loira do que eu, e mesmo assim pode contar com o meu amor incondicional. Ela é tão inteligente como eu (porque modéstia não é o meu forte), linda de morrer e querida de viver, embora às vezes se esqueça disso. Carol, feliz aniversário!
E este mico virtual é pra lembrar que eu estou aqui pra nunca te deixar esquecer de tudo isso :-)

quarta-feira, 31 de agosto de 2005

P.S.

O Flávio escreveu Memórias do Esquecimento e O Dia em que Getúlio matou Allende usando só o indicador direito e dois dedos da mão esquerda. É assim que ele digita, quase catando milho. Eu vi. Ninguém me contou.

Donde se conclui que a agilidade no teclado não vai me ajudar nadica de nada se eu um dia tiver a coragem de escrever meu próprio livro, em vez de só ficar reescrevendo os dos outros.

Haja...

O Lula, cujo autismo o mestre Flávio Tavares criticou ontem, quer que a gente tenha paciência.



Então tá. Agora a gente tem que ter paciência.



Sorte dele que eu morro de medo do Severino.

segunda-feira, 29 de agosto de 2005

Viva!

O Homem de Leandertal chegou à blogosfera. Tá ficando animada a coisa.

Hotel Ruanda

Queria ter comentado o filme no dia em que vi, mas acabei me passando. Hoje, lendo o Marcelo, fiz um comentário que seria mais ou menos o post que eu teria a escrever. Ei-lo:

Eu chorei do começo ao fim. E ainda agora tenho vontade de chorar quando lembro do que o personagem do Joaquin Phoenix disse sobre a reação das pessoas ao verem o massacre no noticiário em horário nobre. "Elas dirão 'que horror' e voltarão a jantar."

No dia em que vi Hotel Ruanda, quase não consegui comer depois.

Este "quase" é que me mata.

Mas, pensando bem, não é este "quase" que nos faz continuar vivendo?

domingo, 28 de agosto de 2005

Túnel do tempo

Estas duas fotos estão separadas por quase 25 anos, mas as duas não seguimos muito fofas?

quinta-feira, 25 de agosto de 2005

Adendo

Como eu tenho um micro paleolítico, com Windows 98, não pude rodar o Google Talk em casa. Sin problemas. Baixei o Gaim e tô achando o bicho.

quarta-feira, 24 de agosto de 2005

Que venha o Googlezon

Se todas os monopólios fosse gratuitos e competentes como o Google, o mundo poderia ser um lugar melhor. Estou testando desde hoje à tarde o novo brinquedinho deles. E tô curtindo muito.

Surto

O que explica que uma criatura que trabalhou até as 5h, foi dormir às 7h, acordou às 11h, trabalhou de novo das 14h às 21h, chegue em casa às 21h30, jante às 22h e fique das 23h à 1h fazendo faxina em dois teclados e num mouse com chave de fenda, aspirador, perfex, álcool e uma faca de ponta?

(Sim, os teclados ficaram uma maravilha, com uns 200 gramas a menos de poeira, cílios, pêlos e partículas nojentas não identificadas que deviam estar se acumulando desde 1996, oriundas dos bairros de Petrópolis, Centro e Ipanema – em Porto Alegre – e Brooklin e Vila Madalena – em São Paulo.)

terça-feira, 23 de agosto de 2005

Ós!

  • Acabei o livro

  • Decidi manter o nome do blog, por mais estranho que ele seja

  • Resolvi tirar a lista de livros que estão na cabeceira, porque são muitos mais do que os que estavam ali e aquilo estava me deixando mais agoniada do que eu já fico diante do tamanho da pilha à minha espera
Valeu pelas manifestações mesmo durante o meu silêncio.

Ah, sim, eu ainda não dormi. E tenho compromisso às 10h.

Sobreviverei.

sexta-feira, 19 de agosto de 2005

* suspiro *

Ela tá aqui, me olhando, a tradução que eu fiz do Breakfast of Champions e que "só" preciso revisar pra entregar pra editora de uma vez. Só que revisar é a parte mais complicada do meu processo de trabalho. É quando volto atrás em várias coisas pra revoltar atrás de novo, ou então sair em busca de uma outra solução completamente diferente.

Acho que estou com bloqueio.

Palavras de apoio, por favor?

quarta-feira, 17 de agosto de 2005

Colaborem

Tô a fim de mudar o nome do blog de novo. Pensei em Roda-viva. Que tal? Opiniões nos comentários abaixo...
Tem dias que a gente se sente
Como quem partiu ou morreu
A gente estancou de repente
Ou foi o mundo então que cresceu
A gente quer ter voz ativa
No nosso destino mandar
Mas eis que chega a roda-viva
E carrega o destino pra lá
Roda mundo, roda-gigante
Roda-moinho, roda pião
O tempo rodou num instante
Nas voltas do meu coração

A gente vai contra a corrente
Até não poder resistir
Na volta do barco é que sente
O quanto deixou de cumprir
Faz tempo que a gente cultiva
A mais linda roseira que há
Mas eis que chega a roda-viva
E carrega a roseira pra lá

A roda da saia, a mulata
Não quer mais rodar, não senhor
Não posso fazer serenata
A roda de samba acabou
A gente toma a iniciativa
Viola na rua, a cantar
Mas eis que chega a roda-viva
E carrega a viola pra lá

O samba, a viola, a roseira
Um dia a fogueira queimou
Foi tudo ilusão passageira
Que a brisa primeira levou
No peito a saudade cativa
Faz força pro tempo parar
Mas eis que chega a roda-viva
E carrega a saudade pra lá

Ajuda

Vocês viram algum desses bichinhos por aí?

Serviço de utilidade pública

A mulher sabe muito de internet e outro tanto de Barcelona , onde morou um bom tempo. Agora ela criou este blog pra ajudar os brasileiros que vão ou querem ir pra lá. Vale os cliques.

segunda-feira, 15 de agosto de 2005

Momento lindo

Pelé e Maradona trocando cabeceios. E eu vi. Ao vivo.

Azar, emocionei.

Meeeeeedo!

Muito, muito, muito medo!

Blog novo no pedaço

A Denise tá na blogosfera.

ATENÇÃO!

O BOTÃO "INICIAR" DO WINDOWS COMEÇARÁ A SER PAGO A PARTIR DE 31 DE FEVEREIRO DE 2006!!!

NÓS TEMOS QUE FAZER ALGO...

Por isso, mande para 25.999 pessoas da sua lista essa mensagem, pelo menos 10 vezes para garantir...

Feito isso, o Botão Iniciar vai ficar verde, brilhar e começar a dançar pelo seu Desktop ao som de "Festa no Apê". E além de não pagar pelo uso do botão Iniciar, você ainda receberá 50 dólares da Microsoft para cada vez que der click duplo no seu mouse.

É sério! Eu já fiz isso...
Faça você também a sua parte!!!

Obrigado!!!

Gracias pela colaboração, Gigio ;-)

domingo, 14 de agosto de 2005

Conclusão

Nada como um fim de semana de trabalho tranqüilo, boas comidas, risadas, amigos e um passeio bate-volta à Serra para botar as coisas de novo em perspectiva.

Que venha uma semana supimpa pra todos nós :-)

Recado pessoal

Pai, fica brabo não com a falta de um post exclusivo. Tu sabe que passei a semana toda pensando em ti.

quinta-feira, 11 de agosto de 2005

...

Será que se a gente ficar bem paradinho, bem quietinho, essa coisa toda passa e vai embora, some, desaparece?

quarta-feira, 10 de agosto de 2005

Posso estar sendo besta

Mas onde estavam essas pessoas ditas politizadas que hoje se espantam com as coisas mais óbvias do processo político? E não, não estou falando da corrupção, que isso ainda me escandaliza. Estou me referindo à boçalidade que, assim como na sociedade, grassa nos Legislativos e Executivos (por vezes nos Judiciários) do mundo afora?

Se a minha vida fosse um filme...

... ele seria dirigido pelo

Woody Allen

Your film will be 69% romantic, 41% comedy, 26% complex plot, and a $ 38 million budget.
Be prepared to have your life story shot entirely in New York City – though lately Woody's been loving shooting in London. Also, your music soundtrack is all jazz from before 1949. Filmography: Annie Hall, Manhattan, Stardust Memories, Everyone Says I Love You, etc. Woody has released one film per year consistently for the past 35 years. Regardless of his personal life, his films are American classics.
Faça o teste: The Director Who Films Your Life Test

terça-feira, 9 de agosto de 2005

Longe de mim

Vocês já repararam que toda vez que um nobre parlamentar e/ou uma excelsa testemunha das CPIs quer esculhambar o interlocutor a declaração começa do mesmo jeito?

– Com todo respeito...

segunda-feira, 8 de agosto de 2005

O McDonald's respondeu

O assunto, ridículo, era "McDonald's tem uma mensagem para você". (?!?)
Prezada Sra. Cássia,

Muito obrigado por entrar em contato conosco. Clientes como a senhora são responsáveis pelo sucesso do McDonald's, pois exigem produtos e serviços à altura de sua expectativa.

Pedimos desculpas se o atendimento recebido lhe gerou este tipo de insatisfação e destacamos que sua experiência e seus comentários foram levados ao conhecimento de departamentos responsáveis dentro da empresa.

Providências já estão sendo tomadas para que fatos como os relatados não voltem a acontecer. Esteja certa de que em qualquer situação, a empresa sempre atuará com a responsabilidade de jamais abrir mão do padrão de qualidade que a caracteriza.

Agradecemos mais uma vez pela sua mensagem e esperamos continuar contando com a sua preferência. Nossa maior premiação é ter clientes empenhados em nos ajudar a fortalecer nossa marca.

Além de nos ajudar a identificar eventuais falhas e reforçar nossos procedimentos, seus comentários nos dão a chance de trabalhar ainda mais e melhor para que clientes especiais como a senhora continuem sempre fiéis.

Atenciosamente,

Departamento de Relacionamento com o Cliente
McDonald's Brasil
Obrigado por fazer parte dessa história.
A carta teria sido identiquíssima se eu tivesse escrito dizendo que achei um dedo humano dentro de um saquinho de batatas fritas...

Juro, que vontade de responder com um desaforo só pra ver qual é a tréplica padrão!

domingo, 7 de agosto de 2005

Desvario

O ônibus, de dentro, lembra uma gaiola. Ou uma cela. As pessoas parecem tristes. Ninguém lê. Ninguém parece prestar atenção na paisagem. Estão absortos, ensimesmados. Os cobradores ainda existem. Os bancos são duros. A distinção de classe é palpável. Os ônibus foram feitos para os pobres. São eles que devem passar, diariamente, duas, três, até quatro horas encafuados.
Este trecho está no eloqüente artigo no NoMínimo do Mario Sergio Conti, que acabou de chegar de uma temporada de três anos em Paris. Há mais de um ano, falei um pouco disso que me perturbou tanto lá. A tristeza no olhar das pessoas sempre foi o que mais me impressionou na cidade. Inclusive no olhar dos remediados, dos que andam de carro e mesmo dos que freqüentam(avam) a Daslu.

Acredito que morar em São Paulo exija, acima de tudo, persistência e capacidade de abstração. Talvez um dia eu chegue lá...

Ou não.

Azedume

Mas o que o Anthony Minghella tem contra fazer um filme com final feliz? Eu não vi o Paciente Inglês, mas não sei se estou a fim de gastar maos trocentos minutos da minha vida com uma coisa deprimente como esse Cold Mountain, em que todo mundo tá feio, inclusive o Jude Law (!), A Nicole Kidman e a Bridg..., ops, a Renée Zellweger?

Pode até ser azedume meu, mas depois de eu assistir a mais de duas horas de um filme pesado e cheio de gente enfeada, eu não merecia um final feliz? Hein?

Se eu quisesse coisa deprimente, ia assistir filme iraniano, bolas!

E se você, caro leitor, não viu o filme e ficou chateado comigo, mis perdões. Pode cancelar a assinatura.

sexta-feira, 5 de agosto de 2005

ARGH!

Carta que enviei ao McDonald's através do site hoje à noite:
Estou me sentindo lesada pelo atendimento feito há pouco pela McEntrega. Eu e outros colegas de trabalho fizemos um pedido em conjunto. Optei pelo McLanche Feliz, que é o que costumo pedir nas lojas quando não quero comer muito. Qual não foi o meu espanto ao descobrir que o meu pedido era o mais caro de todos! Como assim??? Argumentei com a minha colega que fez o pedido que eu não queria o bonequinho ou o que quer quer fosse que encarecesse o lanche, só que ninguém perguntou a ela se ela queria ou não o brinde.

Só hoje descobri que, quando peço o McLanche Feliz nas lojas e respondo que não quero o boneco, o que eu recebo NÃO É o McLanche Feliz, mas sim os itens separados, que acabam saindo mais barato do que a "promoção". Pelo amor de Deus, que tipo de promoção é esta que é mais cara do que o produto normal? Que tipo de atendimento é este que não esclarece a opção ao cliente?

Pior: já que veio o brinde, eu bem que poderia ter escolhido, não? Não! O "brinde" (pelo qual paguei aproximadamente R$ 2) foi compulsório e sem direito a escolha.

Espero que a empresa tenha alguma explicação. Liguei para o 0800, mas a resposta (mecânica e bem ensaiada) que recebi da atendente (cujo nome não perguntei, infelizmente) foi a de que está "claro e implícito" que o McLanche Feliz vem com o "brinde". Ora, ou está claro, ou está implícito.

Claro que a minha indignação não se deve aos 2 reais, mas ao fato de que estou me sentindo lesada e enganada por uma empresa da qual sou cliente há mais de 25 anos! Claro que me irrita o fato de que sempre que eu peço um Big Mac o atendente tenta me empurrar "o número 1" ou "acompanha Sundae de sobremesa", mas isso já faz parte do folclore da lanchonete. Agora, impor um "brinde" me pareceu de um desrespeito sem precedentes.

Espero receber uma resposta, pois não gostaria de deixar de freqüentar a rede McDonald's.

Atenciosamente,

Cássia Zanon

Postezinho fofo de sexta

Momento coisa querida dos cuscos aqui de casa.

quinta-feira, 4 de agosto de 2005

Da série frustrações do cotidiano

A pessoa se esfalfa e se esforça e se estribucha pra fazer um trabalho bacana, redondinho, fechadinho, e menos de uma hora depois ele está todo mudado de novo. Ai, ai, às vezes eu me encho dessa vida de jornalista online. Nem pra embrulhar peixe no dia seguinte este trabalho parece servir...

E a tal deprê pocket tá quase ganhando orelha. Daqui a pouco vira hard cover.

Humpf!

quarta-feira, 3 de agosto de 2005

Da série coisas que fogem à minha compreensão

Recebi a seguinte mensagem por e-mail duas vezes hoje (com todos os erros de digitação e ortografia):

O ORKUT VAI SER PAGO...APARTIR DE OUTUBRO!!!
NÓS TEMOS QUE FAZER ALGO...
Por isso mande para 25 pessoas da sua lista essa menssagem...e irá
aparcecer um
orkut atualizado na sua tela!!!
Eu ja fiz isso...faça você também a sua parte!!!
Obrigado!!!

Agora eu pergunto:

  1. Por que as pessoas acreditam nessas coisas?
  2. E daí se for mesmo verdade?
  3. Por que eu ainda estou no orkut?

segunda-feira, 1 de agosto de 2005

Maria não vai com as outras

Não sei se é por causa dos comentários da Cacá ou se realmente o livro é chato. O fato é que eu fiquei duas noites remando para continuar lendo Bartleby e companhia, mas acabei suspendendo a empreitada de novo.

Primeiro dei de mão no Como vivem os mortos do Will Self, mas o clima me pareceu meio pesado para o meu atual estado de espírito. Acabei optando pelo quarto Hiaasen da minha pilha de Hiaasen ainda não lidos: Chuvas e trovoadas. Agora está resolvido.

E fica combinado assim: ali na esquerda ficam listados os livros que eu comecei e pretendo terminar em breve. Só saem depois de abandonados ou lidos. Comentários e/ou dicas? Manda ver no "Diga lá" aqui embaixo ou por e-mail.

domingo, 31 de julho de 2005

sexta-feira, 29 de julho de 2005

quarta-feira, 27 de julho de 2005

E se for verdade?

Há quase dez anos o Márcio diz para todo mundo: "Tem uma louca espalhando por aí que é minha mulher. Não contrariem. A mãe dela me dá uma grana pra não desmentir essa fantasia dela".

Vocês já repararam que ele nunca comenta por aqui? Será que ele não é, afinal, produto da minha imaginação?

Tururururururu... (Isto é pra ser a música do Além da Imaginação.)

domingo, 24 de julho de 2005

Grata surpresa

Sexta-feira, numa tentativa de animar a desanimadora perspectiva de um fim de semana em que ambos iríamos trabalhar (cada um num dia), fomos ao cinema assistir a Bendito Fruto. A dica era do Márcio, um entusiasta das produções brasileiras, e eu não sabia nadica do filme.

Resultado: adorei! Recomendo. O roteiro é bem costurado uma barbaridade, os personagens são muito ricos, e as atuações, impecáveis. Até mesmo o Du Moscovis, de cuja dramaticidade não sou exatamente uma fã, está bem.

Assistam e depois lembrem que eu avisei!

Ah, e o site também é uma graça.

sábado, 23 de julho de 2005

Assinando embaixo

Faço minhas as palavras da Marcia.

...

Eu tenho pavor desse sindicato que zomba dos meus direitos individuais com base numa legislação absolutamente vencida:

Assembléia em Zero Hora não tem valor, diz Sindicato

O Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado do Rio Grande do Sul encaminhou ontem, 21 de julho, ao Departamento Jurídico da RBS/Zero Hora (ZH) e à comissão de representantes dos jornalistas da empresa resposta ao pedido de homologação de “acordo coletivo” firmado entre as duas partes. No documento, a entidade informa que a assembléia geral realizada no dia 15 de julho “não tem qualquer valor” por ferir artigos da Constituição Federal e da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). O Sindicato também denunciou as ilegalidades ao Ministério Público do Trabalho e à Delegacia Regional do Trabalho (DRT).

O ajuizamento de ação trabalhista junto à Justiça do Trabalho é garantido ao Sindicato, conforme artigo 8º da Constituição - a entidade é reconhecida como “substituto processual” dos jornalistas. Com isso, ingressou com ações contra as empresas jornalísticas A Razão, Rede Pampa, Jornal do Comércio, Gazeta do Sul e SBT, além da própria ZH. O ajuizamento não eliminou nunca a possibilidade de negociação extrajudicial com a empresa da RBS.

Outra razão para que o alegado “acordo coletivo” entre ZH e funcionários seja inválido e ineficaz é o fato de a tal assembléia ter sido realizada com voto aberto, com claro objetivo de coagir quem era contra. Os artigos 524, letra “e”, 612 e 617 são claros ao enunciar que uma assembléia deve ter escrutínio secreto, o que não aconteceu no dia 15. Além de os participantes terem de expor abertamente seu voto, outros “apoios” foram conseguidos por meio de fax ou e-mail enviados de sucursais, como mostra a própria ata encaminhada à entidade pela Comissão dos Jornalistas de ZH.

"O Sindicato não pode compactuar com ações inconstitucionais e fruto de um pretenso 'acordo coletivo' que nasce eivado de nulidades. Mantemos as nossas prerrogativas sindicais para comandar as negociações de um eventual acordo com a RBS" – diz o presidente do Sindicato, José Carlos Torves.

JUSTIÇA
O Sindicato, que entrou na Justiça do Trabalho cobrando horas extras e controle do ponto dos jornalistas de ZH, está recorrendo da decisão do juiz da 3ª Vara que, indevidamente, não acolheu os objetos da ação. O Sindicato manterá todos os procedimentos judiciais e extrajudiciais (por meio de negociação) para defender os interesses coletivos da categoria, seja em Zero Hora ou em qualquer outro veículo que não cumpre a Constituição, a CLT e o próprio acordo assinado pelas partes.

"Nunca fechamos as portas para qualquer acordo. Só não podemos acertar propostas que contêm retrocesso e não avanço. O não pagamento do passivo de horas extras e a adoção de um controle de horário manipulável não podem ser aceitos legal e institucionalmente pelo Sindicato" – afirma Torves.

sexta-feira, 22 de julho de 2005

quinta-feira, 21 de julho de 2005

Máxima gramatical

Crase é como vírgula: melhor faltar do que sobrar.

(Numa tentativa de fazer os colegas compartilharem da minha compreensão empírica da língua portuguesa.)

Máxima musical

Beatles é como Chico: a gente sabe que é bom, mas sempre que houve se dá conta de que, POR*A, É BOM PRA CA*ALHO!

(Num comentário neste post da Tica)

Pensando bem

Antes de gostar de ler, eu gostava de escrever. Aos três anos de idade assinava meu nome com os ésses invertidos embaixo de histórias rabiscadas na minha caligrafia inventada.

Primeiro quis ser advogada, porque achava lindo poder defender as causas justas do mundo (eu tinha seis anos na época, vale ressaltar), depois resolvi ser escritora. Ninguém me contrariou.

Aos doze anos, pedi uma máquina de escrever de presente. Ia finalmente escrever meu primeiro livro. A Olivetti portátil virou depósito de poeira depois do primeiro cento de papel sulfite amassado e acabou sendo substituída por um MSX no ano seguinte. Desnecessário dizer que o livro não saiu ainda.

Na oitava série, caiu a ficha: vou ser jornalista. A família apoiou. Vai entender. A decisão seguiu firme até o Vestibular. Seria crítica de cinema e substituiria a Ana Maria Bahiana em Los Angeles quando ela se aposentasse.

O que vem depois é história. O post é para dizer que hoje eu não sei se gosto mesmo de escrever ou se gosto da idéia de escrever. Lendo os blogs amigos, percebo no pessoal uma necessidade de expressão verbal muito mais eficiente e evidente do que a minha.

Nos tempos do MSX, gostava de treinar a "digitação" copiando trechos de livros de que gostava na tela preta da TV 14 polegadas com cursor verde. Dezoito anos depois, acho que é isso que continuo fazendo: copiando textos dos outros pra dentro de um computador. A diferença é que, no meio do caminho, o texto muda de idioma. E eu recebo pra isso.

Pensando bem, talvez eu goste mesmo é de digitar, não de escrever...

terça-feira, 19 de julho de 2005

Hahaha

Não sei de quem foi a idéia inicial de fazer isso com o meu site, mas olhem isto aqui! Dá pra fazer com qualquer site por aqui.

segunda-feira, 18 de julho de 2005

Da precisão das palavras

Sempre que me perguntam qual a minha qualquer coisa preferida, tenho vontade de sumir. Qualquer coisa que eu escolher vai automaticamente eliminar dezenas, centenas, quiçá milhares de outras quaisquer coisas que eu também adoro mas que não me vieram à mente naquele exato momento.

Mas tem uma pergunta específica desse gênero que me perturba com muito mais força: "Qual a tua palavra preferida?" Como assim? Em que língua? De que tipo? Substantivo, adjetivo ou verbo? Para que circunstâncias? Co-mo as-sim?

Cada palavra tem seu papel no papel. Uma palavra mal escolhida pode provocar desastres ou arruinar completamente todo um texto, uma fala, um pedido, uma explicação. Uma concordância errada pode esculhambar com a reputação de qualquer criatura.

Sou uma apaixonada por palavras. Quando criança, gostava de ler o meu Minidicionário Aurélio. Sim, ler. Aos oito anos, achava que se soubesse o significado de todos os verbetes seria a pessoa mais inteligente do mundo. Desnecessário dizer que jamais cheguei à metade da letra A. E estamos falando do minidicionário...

Hoje me dou conta de que virei uma chata. Certo, sou chata em vários outros aspectos também, mas trabalho com palavras, com colegas que trabalham com palavras, e muitas vezes me pego tentando impor a eles as minhas manias, as minhas implicâncias e a minha obsessão pela precisão, ainda que esta precisão esteja apenas na minha cabeça, não possa ser medida de maneira exata.

Minha chatice chegou ao extremo. Ao ponto de que hoje eu não leio mais, reviso. E dentro desta minha mente perturbada é até simples definir o que considero um bom texto: não me fez parar, não me fez trocar nenhum termo mentalmente? É ótimo!

É por este motivo que sequer vou reler o que está aí em cima. Se fizer isso, acabo desistindo de clicar em "publicar postagem" – tradução, aliás, é de uma infelicidade atroz... desde quando isto aqui é uma postagem, pelo amor de Deus?


*


Ah! tinha até esquecido por que pensei em escrever isso tudo. Foi por causa da coluna de hoje do Joaquim Ferreira dos Santos, que mostra como usar bem (e absurdamente bem) palavras que sequer fazem parte do nosso cotidiano:
Destrambelhadas

Quando o cara do Congresso chamou de “destrambelhado” o espião da Abin que o tinha xingado de “besta-fera”, eu pensei cá com os meus botões. É um assombro! É a senha! É a figurinha carimbada que faltava, o cacique bororó na estampa Eucalol, o aiô silver adentrando o Zorro na pradaria semântica. A língua lambisgóia, um moto-perpétuo desta coluna, havia chegado ao papo do poder e de novo precisava ser saudada. Alvíssaras!

Os leitores, doces pândegos desbussolados que vivem pedindo a volta das mocetonas, das embusteiras, das marias mijonas e donas fulustrecas, esses doces mocorongos de uma figa não erram nunca. Está na hora do cronista não se fazer de difícil, parar de cortar o dobrado de sempre com a falta de imaginação e botar o galho dentro. Transbordar velhaco, num texto transviado, o que de Brasil lhe vai ao redor. É o momento de fazer como Otelo Trigueiro, o Bussunda da Rádio Nacional nos anos 50. “Se os ouvintes preferem”, dizia o gaiato, “pra que discutir com os ouvintes?”. Chega de botar os bofes pela boca atrás de uma crônica original que nunca vem.

Destrambelhado é do piru.

Se os leitores querem ouvir de novo novas palavras velhas, como tonitroam semanalmente os tambores que agora chegam não mais por fumaça mas por e-mails, não sou eu, fazfavoire, parvo portuga, paspalho patusco, parlapatão pelintra, sempre carente de qualquer idéia semanal, que vou dar uma de besta-fera e peitar a realidade servida à leite de pires na minha porta. Aceitei a dica. Num país de ladrões, chega de dar tratos à bola, emagrecendo que nem um pau de virar tripa, atrás de uma pensata original.

Botei de novo aquelas velhas senhoras assanhadas para fora da cama do dicionário, algumas enrabichadas, outras futriqueiras, botei todas num tílburi, uma coleção de chistes escangalhados, chacotas de bufoneria, farândolas fuleiras, e chispei com elas na minha velha Remington. Hélas! Ei-las!

Desde que dezenas dessas palavrinhas songamongas, pitombas pândegas há muito esquecidas nos jardins dos aurélios, começaram a aparecer aqui como se fossem um mantra para recuperar um país que já se foi, outras palavras da época também me foram enviadas pelos leitores. Algumas ficavam na dúvida se entravam pelo basculante ou vasculhante. Se de chapéu ou guarda-chuva. Se de coque-banana ou ninho de passarinho. Cada uma usou a condução que podia, teve quem veio de assistência, rádio-patrulha, lambreta, tintureiro, rabecão e lotação. Zanzavam trôpegas, marcadas pelas perebas do tempo, a tristeza profunda marcada em cada sílaba. Haviam sido trocadas por esse rame-rame rastaqüera de palavras ordinárias como potencializar, capilaridade, alavancar, impactar, esse valhacouto ordinário de bandidas que não fazem nenhum sentido e acham que agregam valor. As coitadinhas não mereciam tamanha prosopopéia.

Os leitores mandaram tudo que durante anos ouviram da vovozinha, escarafuncharam na cachola palavras que ficaram conservadas na moringa da cozinha, açucenas catitas que dão it na penteadeira verbal, pintassilgos que ainda fazem tiruliru em nossa imaginação. Aqui estão mais algumas jamais vistas nas edições anteriores. Folgada, muquirana, esculhambada, pau mandado. Dão fricote e faniquito como qualquer broto flozô, neurastênicas apenas porque forçadas pelo silêncio de todos esses anos. Querem de novo o frege, a fuzarca, a azáfama e o fuzuê de serem vociferadas altaneiras onde quer que seja. Lamentam que tenha sido no rififi do planalto.

Elas meteram suas melhores japonas, negligês diáfanos e galochas, todas pintadas feito uma macaca Sofia — e, mais uma vez, ei-las! Me passaram um pito, sem que eu tivesse a mínima culpa, tiriricas das idéias, porque ficaram todo esse tempo no esquecimento. Reivindicam o mesmo destaque das fulaninhas que apareceram aqui. Querem a possibilidade de voltarem num jornal de família antes que surjam na boca de deputado boquirroto. Faço-lhes gosto. Curtam seus 15 segundos, peraltas levadas da breca, e mostrem que o país foi pras cucuias. Um panamá, uma esbórnia. Aproveitem e tomem uma atitude. Ponham pra correr essas santinhas do pau oco, palavras biltres como disponibilizar, que se dizem a língua culta de hoje. Acima de tudo, queridas sacripantas, não enfiem a viola no saco.

É um país de bufoneria, políticos canastrões falando uma língua já passada e revelando ao país sua culpa no cartório, a vocação para seca pimenteira do progresso. Sempre fazendo farol com o dinheiro público e, até quando?, mijando fora do penico. Mequetrefes folgados, transviados de meia-tigela, excelências xexelentas. Me admira muito! Não se mancam! Vão ver se eu estou na esquina! Estão me dando nos nervos!

Os editoriais já usaram de todo o português moderno para expressar o assombro de um país que acorda do sonho e se vê desmilingüido e macambúzio como sempre, de ovo virado como nunca, com a macaca, com a cachorra, um gosto de que deu zebra e carraspana chinfrin no céu sem estrelas da boca. As palavrinhas jogadas para escanteio pelo pseudo-avanço da língua gostariam de ter voltado mais serelepes, ameigadas e fofas, gostariam de ter estendido o linóleo de florões e saçaricarem felizes a algazarra nostálgica — mas elas tomam simancol. Sem ter o que fazer, ficam no Asilo da Velha Ortografia lendo o GLOBO. Sabem tudo. Nesse mato tem coelho. Desse mato não sai cachorro. Nessa imensa estrovenga em que o país se meteu, cercado de estróinas por todos os lados, só cabe o vitupério sarnento. Bilontras. Pelintras. Estarolas. Torpes. Embusteiros. Celerados.

Nossas doces sirigaitas querem voltar à língua falada, mas sem cair em boca de Matilde. Têm compostura. Cansadas desse pega-pra-capá geral em que o país se meteu, escabriadas por terem que ficar, como todo brasileiro, com um olho fritando o peixe e o outro olhando o gato, nossas sirigaitas queridas lamentam entrar nesse jogo pela porta do mensalão — mas antes de se despedirem querem dar um recado. Chega de aleivosia malsã. Destrambelhada é vossa excelência.